quinta-feira, 19 de junho de 2014

SE A BÍBLIA FOI INSPIRADA

"A BÍBLIA PROTESTANTE é um livro organizado por homens não-necessariamente inspirados e escrito por homens necessariamente inspirados pelo Santo Espírito de Deus. Isto nos leva a entender que a BÍBLIA PROTESTANTE contém a Palavra de Deus, mas não a é. Diferentemente,  a BÍBLIA CATÓLICA é um livro organizado e escrito por homens não-necessariamente inspirados pelo Santo Espírito de Deus. A diferença reside na existência dos 7 livros deuterocanônicos, que são (de)clara(da)mente não inspirados (2 Mc 15:37ss). Assim, temos que o SENHOR JESUS CRISTO é a Palavra de Deus (Jo 1:1ss), uma pessoa, não um livro! Mas não devemos, então,  submeter toda palavra dita por Jesus ao rigor científico,  léxico e semântico a fim de encontrar erros. Eles existem, é claro,  como quando Jesus afirma que a menor de todas as sementes é o grão de mostarda - hoje, sabe-se que é o pólen. Doutro modo, quando afirmo que a Bíblia não é, mas contém,  a Palavra de Deus, quero dizer que a mensagem cristocêntrica é a Palavra de Deus, na sua essência,  na sua intenção comunicativa. Nos tempos veterotestamentários, não havia bíblias,  mas havia uma mensagem escrita. Porém esta mensagem não estava contida somente nos livros canonizados.  A mesma coisa vale para os tempos neotestamentários: havia uma mensagem escrita nas cartas apostólicas, que não eram os únicos livros que a continham. Todos os teólogos exegetas sérios admitem que existem alguns ditos de Jesus autênticos em livros apócrifos. Porém também não se pode afirmar que estas ESCRITURAS (vétero ou neotestamentárias) são a Palavra divina, pois, se assim o fosse, estas escrituras não poderiam conter quaisquer imperfeições ou erros - de qualquer ordem! Mas elas contém-nos: erros, quer astronômicos, quer físicos,  quer históricos,  quer narrativos ou textuais, quer tradutivos ou de transmissão dos textos, maneirismos gramaticais, alterações ou omissões de copistas, etc. Deus deu-nos sua Palavra. Esta Palavra foi-nos, inicialmente, revelada e autointerpretada numa mensagem codificada nas leis mosaicas; posteriormente, foi, por Deus, dada aos profetas  e demais homens de Deus iluminados pelo Espírito Santo; depois, esta mesma Palavra encarnou em Jesus, mostrando que Ela sempre existiu ao lado de Deus como Deus Filho e que, assim, toda a Lei e os Profetas apontaram para Ela todo o tempo. Logo, esta Palavra, que perpassou os séculos e participou integralmente da economia salvífica, não pode ser somente um livro, nem um código sagrado (Escritura), nem mesmo apenas a pessoa de Cristo, mas a pessoa de Deus Filho enquanto pré-encarnado, a pessoa de Deus-Filho enquanto encarnado (Jesus, filho de José e Maria) e a pessoa de Deus-Filho enquanto Mensagem (Ef 1:9,10).
A BÍBLIA não é a Palavra de Deus, mas a revelação incontestavelmente autorizada por Ele. E podemos buscar auxílio, para entender melhor isto, na Teologia, mais especificamente na Teoria Dinâmico-Plenária da Inspiração da Escritura, que diz que a inspiração é um fato sobrenatural, dinâmico e plenário. Sobrenatural porque é a operação imediata (sem uso de meios) de Deus na alma do escritor; dinâmica porque contém tanto o elemento divino como o humano, apresentando, assim, um corpo de verdades reveladas formatadas em moldes humanos e adaptadas à inteligência humana comum; plenária porque a influência do Espírito Santo se estende a toda Escritura, a toda a Bíblia, tornando-a, desta maneira a revelação autorizada de Deus."

Resumindo: A PALAVRA É DEUS-FILHO. A PALAVRA É A MENSAGEM CRISTOCÊNTRICA REVELADA NAS ESCRITURAS"


Por Prof. A. F. Lemos

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