sexta-feira, 19 de julho de 2013

SÉRIE HISTÓRIA DA TEOLOGIA: 19 de julho na história da Teologia

9 de julho é o 200.º dia do ano no calendário gregoriano (201.º em anos bissextos). Faltam 165 para acabar o ano.

Eventos históricos

711 - Forças muçulmanas comandadas por Tariq ibn Ziad derrotam os visigodos liderados por seu rei Rodrigo, na Batalha de Guadalete, assumindo o controle da península Ibérica.
1575 - Criação da Prelazia de São Sebastião do Rio de Janeiro, pelo Papa Gregório XIII.
1799 - As tropas de Napoleão encontram a famosa Pedra de Roseta, que servirá de chave para a decifração dos hieróglifos egípcios.
1943 - Segunda Guerra Mundial: Roma é bombardeada pela primeira vez pelos aliados. Morrem 617 pessoas; a Basílica de São Lourenço é danificada. O Papa Pio XII deixa o Vaticano e visita as vítimas.

Nascimentos

1834 - Edgar Degas, pintor impressionista francês (m. 1917).
1860 - Lizzie Borden, acusada de assassinato, nos Estados Unidos (m. 1927).
1874 - Jörg Lanz von Liebenfels, ideólogo anti-semita alemão.
1876 - Irineu Marinho, jornalista brasileiro (m. 1925)
1898 - Herbert Marcuse, filósofo da Escola de Frankfurt (m. 1979).
1946 - Fernando José Monteiro Guimarães, religioso brasileiro.

Falecimentos

514 - Papa Símaco.
1061 - Papa Nicolau II (ou 27 de Julho).

Feriados e eventos cíclicos

Myanmar
Dia dos Mártires

Mitologia romana
Roma antiga: celebração das bodas de Vênus e Adônis

Santos Católicos
São Lucas Ávila, eremita
Papa Símaco


A revelação básica nas Escrituras sagradas - Witness Lee - Capítulo 7

Capítulo Sete

O REINO
(2)

Leitura da Bíblia: Mt 11:11; 16:18, 19; 5:3, 10, 20; 7:21; 13:24, 25; 25:1, 14; 19:28, 29; 24:45-47; 25:19, 23; Ap 11:15; 20:4, 6; 1 Co 15:24; Ap 21:1,2,3-7; 22:2-5,14,17
A DIFERENÇA ENTRE O REINO DE DEUS E O REINO DOS CÉUS
O Reino de Deus
A maioria dos cristãos não percebem que existe uma diferença entre o reino de Deus e o reino dos céus. En­tretanto, o Novo Testamento faz uma clara distinção entre os dois.
O reino de Deus é o governo divino de eternidade a eternidade. Ele inclui Adão no Éden (Gn 2:8), os Patriarcas (de Adão a Jacó), a nação de Israel (Êx 19:6), a igreja (Mt 16:18, 19), a nação restaurada de Israel (At 1:6; 15:16), o milênio (Ap 20:4, 6), e o novo céu e a nova terra (Ap 21:1, 2). Atos 1:6 e 15:16 revelam que a nação restaurada de Israel é chamada de tabernaculo de Davi. A nação de Israel será restaurada na volta do Senhor. Depois disso será o milênio e, finalmente, o novo céu e nova terra. O reino de Deus abrange todas as dispensações da eternidade passada à eternidade futura. No diagrama há seis círculos, os quais in­cluem todas as dispensações da eternidade passada à eternidade futura. A totalidade desses seis círculos é o reino de Deus.

O Reino dos Céus
O reino dos céus é o governo celestial do início da igreja ao final do milênio, a parte crucial do reino de Deus. No diagrama há dois círculos delineados em azul, significando o reino dos céus. O reino dos céus é uma parte do reino de Deus assim como Sergipe e Goiás são parte do Brasil. Ser­gipe e Goiás são Brasil, mas não é correto dizer que o Brasil é Sergipe e Goiás. Da mesma forma, podemos dizer que o reino dos céus é o reino de Deus, mas não podemos dizer que o reino de Deus é o reino dos céus. O reino dos céus é o reino de Deus porque ele é parte do reino de Deus. O reino de Deus refere-se ao reino de Deus de uma forma geral, da eternidade passada à eternidade futura, mas o reino dos céus inclui somente duas partes do reino de Deus: a dispensação da graça e o milênio.

Um Período Transicional
O ministério de João Batista começa o Novo Testamen­to, mas ele mesmo não estava no reino dos céus. Mateus 11:11 confirma isto: "Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele." Este versículo indica que João não estava no reino dos céus.
Entre o fechamento da era do Velho Testamento e o começo do reino dos céus houve um período transicional. Tal foi o tempo no qual João viveu. Ele estava próximo ao reino dos céus, mas não estava nele.
Mateus 21:43 e Marcos 12:9 indicam que o reino de Deus existia antes do tempo de João Batista. O Senhor Jesus disse aos líderes judeus que o reino de Deus seria tirado deles. Naquele tempo quando o Senhor Jesus estava falando, o reino de Deus estava com a nação judaica, mas Ele os es­tava prevenindo de que o reino de Deus seria tirado deles. Esses versículos indicam que o reino de Deus já existia entre os israelitas. O reino dos céus, em contraste, tinha somente se aproximado (Mt 3:2; 4:17). Aqui novamente está evidente que o reino dos céus é diferente do reino de Deus.

Começando em Pentecoste
Em Mateus 13 há muitas parábolas. A primeira é a parábola do semeador. Quando o Senhor Jesus veio como o semeador para semear a semente, o reino dos céus não havia vindo ainda; ele tinha somente se aproximado (Mt 3:2; 4:17;
É na segunda parábola, do trigo e do joio, que o reino dos céus está presente. O Senhor Jesus disse: "O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo" (13:24). O reino de Deus estava ali durante a pregação de João, de Jesus e de Seus discípulos. Naquele tempo, entretanto, não havia o reino dos céus. Em Mateus 3:2 João Batista disse: "Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus." Jesus começou o Seu ministério da mesma maneira, dizendo às pessoas para se arrependerem, pois o reino dos céus estava próximo (4:17). Em 10:7 o Senhor Jesus incumbiu os doze para pregar que o reino dos céus es­tava próximo.
Em Mateus 21:43, porém, o Senhor disse aos líderes judeus "que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos." Disto vemos que o reino de Deus estava com a nação de Israel desde o tempo de Êxodo 19:6. No tempo em que o Senhor Jesus falou a palavra em Mateus 21:43, o reino de Deus estava ali, mas o reino dos céus somente estava próximo.
Em Mateus 16:18, 19 o Senhor Jesus disse a Pedro que Ele edificaria a Sua igreja e que Ele daria a Pedro as chaves do reino dos céus. Pedro usou uma dessas chaves para abrir a porta para os crentes judeus entrarem no reino dos céus no dia de Pentecoste. Aqui está outra indicação de que o reino dos céus começou no dia de Pentecoste.
No diagrama há uma flecha, sobre a qual se lê: "A descensão do Espírito Santo" (At 2:1-4). A descensão do Espírito Santo no dia de Pentecoste marca o início do reino dos céus e o início do cumprimento da parábola do trigo e do joio. No dia do Pentecoste, Satanás começou a semear joio, falsos crentes, no meio do trigo, os crentes.


A REALIDADE DO REINO DOS CÉUS
A realidade do reino dos céus, como a realidade da vida da igreja (Rm 14:17), é revelada em Mateus 5—7. João 3:5 revela que a regeneração é a nossa entrada no reino de Deus. Entrar no reino de Deus requer a regeneração como um novo começo de nossa vida (Jo 3:3, 5), mas "entrar no reino dos céus" exige justiça excedente em nosso viver depois de termos sido regenerados (Mt 5:20). Mateus 5—7 nos mostra a realidade do reino dos céus.


A APARÊNCIA DO REINO DOS CÉUS
A aparência do reino dos céus é revelada nas parábolas do joio, do grão de mostarda e do fermento em Mateus 13:24-42. A aparência do reino dos céus é a cristandade, que está cheia de coisas falsas. O joio são os crentes nominais, fal­sos. Há muitos desses "crentes"na cristandade.
Fermento, na Escritura, significa coisas malignas (1 Co 5:6, 8) e doutrinas malignas (Mt 16:6, 11, 12). Práticas pagas, doutrinas heréticas e assuntos malignos têm sido misturados aos ensinamentos com respeito a Cristo para fermentar toda a cristandade.
O Natal é um exemplo desse fermento. Originalmente, 25 de dezembro era um dia em que os antigos romanos celebravam o nascimento do sol. Com a expansão da Igreja Católica, ela assimilou esta festa antiga porque tinha milhares de incrédulos que ainda queriam celebrar o nascimento do deus deles. Para acomodá-los, a Igreja Católica tomou 25 de dezembro como o nascimento de Cristo. Essa é a origem do fermento do Natal.
O Natal na realidade não tem nada a ver com Cristo ou com a igreja. Na restauração do Senhor temos somente Cris­to.
A Páscoa é outro exemplo de fermento. Como cristãos agradecemos ao Senhor pela Sua ressurreição, mas Páscoa, um "feriado cristão "de origem paga e cheia de práticas pagas; é fermento.
Com o papa e os cardeais da Igreja Católica Romana também podemos ver a cristandade, a aparência do reino dos céus. Não queremos estar na aparência; queremos estar na realidade. Se vivermos na realidade do reino dos céus hoje, desfrutaremos sua manifestação no futuro.


A MANIFESTAÇÃO DO REINO DOS CÉUS
A profecia em Mateus 24:30—25:30 revela a manifestação do reino dos céus. O milênio tem tanto o aspec­to celestial como o aspecto terreno. A manifestação do reino dos céus é a parte celestial do milênio. Essa manifestação é o reino do Pai. Mateus 13:43 diz: "Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai." Os justos são os vencedores, que serão a luz brilhando no reino de seu Pai. Na parte celestial do milênio — a manifestação do reino dos céus, o reino do Pai — os santos vencedores reinarão com Cristo como co-reis.


A RECOMPENSA DISPENSACIONAL DE CRISTO
O reino de Deus é uma parte da salvação eterna de Deus para todos os crentes, cuja entrada é a regeneração (Jo 3:5). A salvação eterna de Deus inclui Seu reino. Para entrar nesse reino precisamos ser regenerados.
O reino dos céus, entretanto, é a recompensa dispensacional de Cristo para Seus seguidores fiéis, cuja entrada é justiça excedente e fazer a vontade de Deus (Mt 5:20; 7:21). O reino dos céus é a recompensa dispensacional de Cristo porque ele é somente um período de mil anos. Recebemos a salvação eterna; mas, e, quanto a recompensa dispensacional? Isso está pendente. Ela será dada aos seguidores fiéis de Cristo.
D. M. Panton certa vez disse que os mestres cristãos dos seus dias estavam distribuindo entradas para as pessoas entrarem no reino dos céus. Quando eles chegarem lá, entretanto, disse Panton, o porteiro dirá a eles que os seus bi­lhetes não são genuínos. De acordo com Panton, muitos pregadores cristãos estavam enganando os ouvintes e dando-lhes bilhetes sem valor. Panton estava muito claro acerca da questão do reino dos céus.
Enquanto a salvação é eterna, a recompensa é dispen-sacional. Essa recompensa dispensacionsal é condicional. Se um estudante faz um excelente trabalho nos estudos, por exemplo, ele será recompensado em sua formatura. Ele tem-se autodisciplinado para obter notas altas para que possa obter uma recompensa. Como cristãos, temos de exercitar a nós mesmos sob a disciplina de Deus todos os anos de nossa vida cristã, a fim de receber a recompensa do reino dos céus. Muitos cristãos hoje vivem de uma maneira relaxada porque eles não percebem essa questão da recompensa e punição dispensacional. Por causa disso, há a necessidade da restauração da verdade com respeito ao reino.
Em 1936 publiquei um livrete sobre a entrada no reino do céus. O irmão Watchman Nee encorajou-me a escrever mais sobre esse assunto. Ele me falou de um irmão afastado, que depois de ler o livrete, foi reavivado e trazido de volta ao Senhor. Como resultado, em 1939 publiquei várias mensagens sobre a questão do reino dos céus.
Como cristãos, temos de ser cuidadosos para não per­dermos nossa recompensa. A nossa salvação jamais pode ser perdida. Ela é assegurada pela nossa predestinação por Deus. Calvino é forte na questão da predestinação eterna, com a qual concordamos, mas ele não viu a recompensa dispen­sacional. Sem essa chave não há maneira satisfatória para interpretar muito de Mateus e das cinco advertências no livro de Hebreus (2:1-4; 3:7—4:13; 5:11—6:20; 10:19-39; 12:1-29). Temos de pegar a chave para interpretar essas cinco advertências em Hebreus. A chave é a disciplina dispen­sacional.

Recompensa ou Punição
Os cristãos ou receberão recompensa ou sofrerão dis­ciplina. A recompensa é a realeza a ser exercida por Cristo com os Seus seguidores fiéis nos mil anos. A punição é revelada em Mateus 24:50, 51: "Virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes." Na volta do Senhor os cristãos relaxados e infiéis sofrerão punição.
Não pense que o Senhor é bondoso demais para não puni-lo. Um bom pai sempre disciplina os filhos. Disciplina é um sinal de amor (Hb 12:6, 7). Fomos escolhidos, predes­tinados, chamados e regenerados; agora estamos desfrutando a riqueza da graça do Senhor. Se recusarmos tomar o cami­nho do Senhor, não devemos pensar que quando morrermos nossos problemas acabarão. Isso não é lógico.
Um dia o Senhor voltará e estabelecerá o Seu trono de julgamento. Aqui Ele julgará não os incrédulos mas os cren­tes. Em 2 Coríntios 5:9 Paulo disse que ele anelava ser agradável ao Senhor. Então continuou dizendo: "Porque im­porta que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (v. 10). Na volta do Senhor, nós, cristãos, teremos de prestar contas a Ele no Seu trono de julgamento. Seu julgamento decidirá se seremos recompen­sados com uma entrada no reino dos céus ou se seremos punidos de alguma forma. Os cristãos derrotados sofrerão perda (1 Co 3:15).

A Necessidade de Arrependimento e Confissão
A redenção de Cristo é completa e perfeita, contudo ainda precisamos confessar os nossos pecados para que sejamos perdoados (1 Jo 1:9). Como cristãos precisamos nos arrepender diariamente para sermos trazidos de volta à economia de Deus. Muitos cristãos morrerão com problemas não resolvidos entre eles e o Senhor. Eles cometeram pecados depois de serem salvos, contudo, nunca os confes­saram nem se arrependeram. O perdão de Deus e a purificação de Cristo para os crentes quando pecam estão baseados na confissão deles. Se não confessamos, Deus não perdoa. Se não confessamos, Cristo não purifica. Achar que podemos viver negligentemente e que não teremos problemas depois da morte é ilógico. Temos de prestar contas a Ele. A verdade do reino é muito sóbria. Ela nos desperta. Quando o Senhor voltar, Ele voltará como nosso Noivo, mas também como nosso juiz (2 Tm 4:1,8).

Vencedores
Entre os crentes nas sete igrejas em Apocalipse 2 e 3 existem alguns vencedores fiéis, a quem o Senhor promete uma recompensa (Ap 2:7, 11, 17, 26-29; 3:5, 6,12,13, 21, 22). Esses vencedores que vivem na realidade do reino dos céus na era presente da igreja, serão os seguidores fiéis de Cristo na manifestação do reino dos céus. Eles serão recompen­sados com o desfrute da vida eterna no milênio (Mt 19:28, 29; 24:45-47; 25:19-23). Eles também serão co-reis com Cris­to no milênio (Ap 20:4, 6; 2 Tm 2:12).


O MILÊNIO
O milênio tem uma parte terrena e uma parte celestial. A parte terrena é o reino do Messias (2 Sm 7:13), o tabernáculo de Davi (At 15:16), o reino do Filho do homem (Mt 13:41; Ap 11:15). O reino do Pai é a parte celestial do milênio. O reino do Filho do homem é a parte terrena do milênio. No milênio, os vencedores na parte celestial reinam com Cristo sobre a parte terrena. Na parte terrena está o reino restaurado de Davi, onde Cristo como o Filho do homem, o descendente real de Davi, será o Rei sobre os fi­lhos de Israel.
Durante este tempo os filhos de Israel serão sacerdotes (Zc 8:20-23; Is 2:2, 3). Os santos vencedores serão reis na parte celestial, e a nação restaurada de Israel será os sacer­dotes na parte terrena, ensinando as nações a conhecer a Deus e a servi-Lo. As nações serão o povo na parte terrena do milênio (Mt 2:32-34). As ovelhas em Mateus 25 serão as nações e as nações serão o povo.
No milênio, então, haverá três tipos de povos: os santos vencedores como reis na parte celestial, os judeus res­taurados como os sacerdotes na parte terrena, e as ovelhas, as nações, como o povo. Os santos vencedores terão as nações para governar e os judeus terão as nações para en­sinar. As nações serão o povo governado por nós e ensinado pelos judeus.
O reino dos céus terminará no milênio (Ap 20:7). O reino de Deus, entretanto, continuará pela eternidade.


O REINO DE DEUS EM SUA MAIS PLENA EXTENSÃO
A mais plena extensão do reino de Deus começará no novo céu e nova terra (1 Co 15:24; Ap 21:1, 2). Neste reino eterno todos os santos redimidos ao longo dos séculos desfrutarão as bênçãos eternas da vida eterna na Nova Jerusalém, como filhos de Deus e reis com Cristo sobre as nações para sempre (Ap 21:6, 7; 22:3b-5, 14, 17). Como família real, teremos dois títulos: filhos de Deus e reis sobre as nações. O remanescente das nações purificadas será o povo das nações para desfrutar eternamente a bênção res­taurada da criação de Deus (Ap 21:3-5; 22:2b, 3a).
Até aqui vimos um quadro claro do reino de Deus e do reino dos céus. O nosso Deus tem um reino para levar a cabo o Seu propósito, cumprir a Sua vontade, e exercer a Sua justiça. Esse reino mostra a Sua multiforme sabedoria. O nosso Deus é justo, sábio e de propósito. A verdade do reino nos encorajará a prosseguir, e ela também será uma advertência para estarmos no lugar correto e no trilho cor­reto a fim de chegarmos ao destino correto.



A revelação básica nas Escrituras sagradas - Witness Lee - Capítulo 6

Capítulo Seis

O REINO
(1)

Leitura da Bíblia: Mt 3:1, 2; 4:17; 10:1, 7; Lc 10:1, 9, 11; 4:43; Mt 24:14; Lc 17:20, 21; Jo 3:3, 5; Mc 4:26-29; At 1:3; 8:12; 19:8; 20:25; 28:23, 30, 31; Rm 14:17; 1 Co 4:17, 20; 6:9, 10; Gl 5:21; Ef 5:5; 2 Pe 1:3,11; Ap 1:9

A IGREJA E O REINO
O plano do Pai, a redenção do Filho e a aplicação do Espírito produzem os crentes, que são os componentes da igreja. Em Mateus 16:18, 19 o Senhor Jesus disse a Pedro: "Sobre esta rocha edificarei a minha igreja, e... dar-te-ei as chaves do reino dos céus" para abrir as portas do reino. Pedro usou uma chave no dia de Pentecoste para abrir o portão aos crentes judeus para entrarem no reino dos céus (At 2:38-42); ele usou a outra na casa de Cornélio para abrir o portão para que os crentes gentios entrassem no reino (At 10:34-48). Em Mateus 16:18, 19 estes dois termos, a igreja e o reino, são intercambiáveis. Onde há a igreja, certamente há o reino. Se há o reino, certamente há a igreja.

UM DIAGRAMA DO REINO
Desde que o reino é um dos mais complexos temas na Bíblia, o diagrama nas páginas seguintes será de grande ajuda para o nosso entendimento. O primeiro e o último círculos do diagrama estão coloridos em amarelo dourado. Ouro significa Deus ou o que é divino. Estes dois círculos repre­sentam a eternidade passada e a eternidade futura. Entre esses dois círculos existem quatro círculos no tempo. O tempo é a ponte entre os dois extremos da eternidade.
A ponte do tempo cobre quatro dispensações: a dispensação antes da lei, a dispensação da lei de Moisés até Cristo, a dispensação da graça e finalmente, a dispensação do reino. Essas dispensações ligam os dois extremos da eternidade.
Os círculos intitulados "A Dispensação Antes da Lei" e "A Dispensação da Lei" estão coloridos em marrom, sig­nificando algo terreno. A dispensação antes da lei refere-se aos Patriarcas e dura de Adão até Moisés. A dispensação da lei refere-se aos israelitas, durando de Moisés até Cristo. (Por favor, reparem nas colunas na parte de baixo do diagrama com as referências bíblicas e explicações.) Da primeira vinda de Cristo até a Sua segunda vinda é a dispensação da graça. Quando o Senhor Jesus voltar para estabelecer o Seu reino nesta terra, este será o reino de mil anos, o milênio, a dispensação do reino. Os círculos intitulados "A Dispensação da Graça" e "A Dispensação do Reino" estão coloridos em azul, significando o reino dos céus. O céu é sempre demonstrado pela cor azul.
O último círculo está colorido em amarelo dourado, mas ele é bem diferente do círculo amarelo dourado da eter­nidade passada. Na eternidade futura está a Nova Jerusalém, a qual é uma composição de todos os santos de todas as dispensações precedentes. Alguns serão dos Patriarcas, al­guns dos israelitas, alguns da igreja, e alguns também do milênio. Todos os santos dessas quatro dispensações estarão reunidos como a consumação final e máxima, a Nova Jerusalém. Em volta da Nova Jerusalém estarão as nações purificadas como os povos do novo céu e nova terra.


A Igreja — Crentes Vencedores e Derrotados
O primeiro círculo azul do quadro é a igreja, a qual é composta dos verdadeiros cristãos. Dentro desse círculo azul está um círculo tracejado também em azul. Este círculo sig­nifica os crentes vencedores, que estão entre as igrejas e pertencem às igrejas. Como cristãos nossa cor é azul. Nós somos celestiais. Estamos na terra, todavia somos celestiais. Um brasileiro, por exemplo, pode estar na África do Sul, mas ele ainda é um brasileiro. Ele é um brasileiro na África do Sul. Hoje estamos aqui na terra, mas não somos um povo ter­reno. Nós somos o povo celestial.
Deus tem escolhido e regenerado milhões de pessoas, mas nem todos acompanharão Deus. Esses se tornam os crentes derrotados. Alguns que foram regenerados cooperam com Deus. Esses tornam-se os crentes vencedores. Entre os crentes, então, existem duas categorias, os vencedores e os derrotados. Muito da disputa com respeito ao arrebatamento é devido à omissão desse ponto. Os crentes vencedores participarão no desfrute do reino milenar, mas os derrotados perderão o alvo.
Em 1 Coríntios 5:1-5 o apóstolo Paulo trata com um irmão que está envolvido em fornicação com a esposa de seu pai. Essa situação forçou o apóstolo a entregar tal pessoa "a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor" (v. 5). Seu espírito, Paulo disse, ainda seria salvo. Não obstante, tal pessoa pecaminosa ainda era um irmão, escolhido por Deus e regenerado. Paulo entrega tal pessoa a Satanás para ser castigado, contudo o espírito dela ainda será salvo. Quando o Senhor Jesus voltar para estabelecer o reino, poderia tal crente derrotado ser um rei junto com o apóstolo Paulo? Não é lógico crer assim. Entretanto, seu espírito será salvo. Esse caso mostra que há uma verdadeira diferença entre os crentes vencedores e os derrotados.

Quatro Categorias de Pessoas
Fora do círculo azul da igreja estão dois círculos pretos tracejados. O primeiro indica a aparência do reino dos céus. A essa aparência chamamos de cristandade. Ali há cristãos genuínos e falsos. Entre os verdadeiros cristãos há os ven­cedores e os derrotados. Os cristãos nominais e os verdadeiros compõem o que é chamado de cristandade. Exis­te uma diferença entre a cristandade e a igreja como o Corpo de Cristo. O Corpo de Cristo como a igreja genuína abrange somente os verdadeiros crentes. Os crentes falsos e nominais não são membros do Corpo de Cristo. Eles estão na cristandade, mas eles não estão na igreja.
O segundo círculo preto pontilhado, embaixo de "A Aparência do Reino dos Céus" significa o mundo, as nações. Entre as nações está a cristandade, abrangendo os crentes verdadeiros e falsos. Os cristãos genuínos são os verdadeiros membros do Corpo de Cristo, o qual é a igreja. Entre esses cristãos genuínos estão os vencedores e os derrotados. Entre as nações está a cristandade. Dentro da cristandade está a igreja, uma composição de cristãos genuínos, não incluindo os meramente nominais. Entre os verdadeiros cristãos estão os vencedores. Nesta terra, hoje existem essas quatro categorias de pessoas — o povo do mundo, os cristãos nominais, os cristãos verdadeiros e os cristãos vencedores.

Vencer — Acompanhar o Trabalho Transformador de Deus
O desejo de Deus é ter um povo que O acompanhe para vencer Satanás e todas as coisas negativas. Isso nos é possível, não em nós mesmos, mas por meio de Sua plena salvação. Vencer é experimentar essa salvação plena. Essa salvação in­clui a regeneração de nosso espírito e a transformação plena de nossa alma, resultando na transfiguração do nosso corpo. Dizer isso é fácil, mas para experimentar isso necessita muito trabalho da graça.
Fomos regenerados em nosso espírito e estamos sendo transformados em nossa alma. Se vamos vencer ou ser der­rotados depende da transformação da alma. Se deixarmos o Deus Triúno como o Espírito que dá vida nos transformar dia após dia, nós seremos vencedores. Mesmo agora somos ven­cedores, porque estamos acompanhando o trabalho transformador do Deus Triúno. Contanto que estejamos acompanhando o Seu trabalho transformador, nós somos vencedores. Quando não acompanhamos o Seu trabalho em nós, somos derrotados. Se seremos vencedores ou derrotados dependerá de nossa atitude com relação ao trabalho transfor­mador de Deus.
O Deus Triúno hoje está dentro de nós, trabalhando para transformar a nossa alma. Ele está renovando a nossa mente, nossa vontade e nossa emoção. Não há nenhum problema com o nosso espírito; ele foi regenerado. O problema está em nossa alma. Deus está concentrando o Seu trabalho transformador em nossa alma. Qual é a nossa atitude? Obedecer a Deus é acompanhar o Seu trabalho de transformação. Estamos todos aqui debaixo de Seu trabalho transformador. Quando esse trabalho em nossa alma estiver completo, nós estaremos completamente amadurecidos. Então o Senhor Jesus voltará para redimir, transfigurar nosso corpo, e estaremos em glória (Fp 3:21).

Nossa Vida Diária
A questão do reino está muito relacionada à nossa vida diária. O trabalho transformador de Deus é, na realidade, Seu exercitar de Seu reino. Muitos cristãos têm sido distraídos pelos prazeres da alma. Nós também podemos ser distraídos da economia de Deus por diferentes formas de divertimentos, entretenimentos ou esportes.
Deus Espírito está trabalhando dentro de nós, tentando transformar o nosso pensamento. Por exemplo, como alguém que ama a Jesus você sabe que não deve ir a um baile. Você pode querer ir, mas o Espírito transformador está se debaten­do dentro de você. Algo dentro de você diz que não é correto alguém que ama Jesus fazer isso. Na realidade, aquela luta dentro de você é o trabalhar do Espírito Santo para transfor­mar a sua mente (Rm 12:2) com respeito à questão de dançar. Ele também deseja transformar a sua emoção nessa questão. Sua emoção não deve estar voltada à dança, mas voltada à Nova Jerusalém.
Você coopera com esse trabalho transformador? Às vezes os santos são derrotados e vão dançar. Naquela hora eles são derrotados. Entretanto, você pode tomar a graça para cooperar com o Espírito que habita interiormente e dizer: "Amém, Senhor, eu Te seguirei. Eu acompanho o Teu mover dentro de mim. Aleluia! Irei para a reunião da igreja!"
Essa escolha envolve mais do que ir à reunião. Isso quer dizer que você está transformado em sua mente com respeito à dança. Sua emoção está também transformada: ao invés de apreciar a dança, você aprecia ir à reunião. Essa transformação também envolve sua vontade porque você decidiu não ir. Você disse: "Satanás, não irei a tal coisa malig­na. Eu irei à reunião da igreja." Por tomar tal posição, sua mente, vontade e emoção são todas tocadas. Ser tocado dessa forma é ser transformado.
Isso ilustra como o Senhor como o Espírito todo-inclusivo habitando em nós está fazendo o Seu trabalho transformador. Se acompanhar isso, você é um vencedor. Do contrário, é um derrotado.


Realidade, Aparência e Manifestação
Dentro do primeiro círculo azul do diagrama está a realidade do reino dos céus. Os crentes vencedores estão vivendo nesta realidade. Fora do círculo azul está a aparência do reino dos céus.
Três parábolas em Mateus 13 falam da aparência do reino dos céus. A primeira é a parábola do trigo e do joio (vs. 24-30, 36-43). Trigo refere-se aos crentes genuínos e joio, aos falsos. Os falsos não estão na igreja mas na cristandade, a aparência do reino. A segunda parábola é a parábola do grão de mostarda (vs. 31, 32). O grão de mostarda é uma erva para produzir alimento, mas nesta parábola ela cresce até ser árvore, um abrigo para pássaros, isto é, para pessoas e coisas malignas. A igreja, com a sua natureza mudada, tornou-se profundamente arraigada e estabelecida na terra. Externa­mente viçosa, a grande árvore fala dos empreendimentos da cristandade, os quais são a aparência exterior do reino dos céus. A terceira parábola é a parábola do fermento (v. 33), que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de fari­nha. O pão que está levedado é mais fácil de se comer. Muitas verdades bíblicas com respeito a Cristo foram levedadas pela cristandade. Esses ensinamentos levedados são mais fáceis de as pessoas tomarem.
O segundo círculo azul no diagrama é a manifestação do reino dos céus. Este é o terceiro aspecto do reino dos céus.
Ver estes três aspectos — a realidade, a aparência e a manifestação — nos ajudará a entender a verdade com respeito ao reino dos céus de uma maneira apropriada.


O GOVERNO DE DEUS
O reino é o governo de Deus (At 26:18; Cl 1:13). Aqui Deus pode exercer a Sua autoridade para o cumprimento do Seu propósito (Mt 6:13b). O Senhor Jesus orou em Mateus 6:10: "Venha o Teu reino, faça-se a Tua vontade." Se não há nenhum reino, Deus não tem como cumprir a Sua vontade. Deus precisa de um reino para cumprir Seu propósito.


O HOMEM DEVE GOVERNAR POR DEUS
Os propósitos na criação do homem por Deus podem ser vistos em Gênesis 1:26-28. Primeiro, Deus criou o homem à Sua própria imagem. Isso indica que a intenção de Deus era se expressar através do homem que Ele criara. Segundo, Deus intencionava que o homem tivesse domínio (gover­nasse) sobre todas as coisas criadas para o Seu reino.


O REINO E ISRAEL
O reino foi primeiramente formado entre os filhos de Is­rael. Em Êxodo 19:6 o Senhor disse aos filhos de Israel que eles seriam para Ele um reino de sacerdotes. Israel era o reino de Deus no Velho Testamento.

A PRIMEIRA COISA PREGADA NO NOVO TESTAMENTO
O reino foi a primeira coisa pregada no Novo Testamen­to (Mt 3:1, 2; 4:17; Lc 9:1, 2; 10:1, 9, 11; 9:60). João Batista, o primeiro pregador da era do Novo Testamento, disse às pes­soas: "Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus." O primeiro item pregado no Novo Testamento é o reino, não os céus.
Muitos cristãos pensam que o céu e o reino são sinônimos. Eles acreditam que estar no reino é estar nos céus. Muitos acham que quando um cristão morre, sua alma vai para o reino dos céus. Para eles, isso quer dizer que ela vai para os céus. Esse pensamento não está de acordo com a revelação divina. O céu não é o reino; tampouco o reino dos céus é o céu.


PREGADO COMO O EVANGELHO
No Novo Testamento o reino é pregado como o evan­gelho (Lc 4:43; At 8:12; Mt 24:14; cf. Lc 18:29; Mc 10:29). O reino é o evangelho. Em Lucas 4:43 e Atos 8:12 a palavra grega para pregar é a forma verbal de evangelho. A palavra usada nestes dois versículos significa pregar algo como o evangelho. O Senhor Jesus em Lucas 4 e Filipe em Atos 8 pregaram o reino como o evangelho.
Em Marcos 10:29 o Senhor refere-se ao deixar tudo e segui-Lo por causa do evangelho. Em Lucas 18:29, entretan­to, o Senhor fala de deixar tudo e segui-Lo por causa do reino de Deus. Deixar tudo por causa do evangelho quer dizer deixar tudo pelo reino de Deus. O que quer que façamos pelo reino de Deus é o que fazemos pelo evangelho, porque aos olhos de Deus o reino e o evangelho são sinônimos.


HERDANDO A VIDA ETERNA
Em Marcos 10:17, 23 podemos ver que herdar a vida eterna é entrar no reino. Receber a vida eterna é uma coisa; herdá-la é outra. O Novo Testamento faz a diferença bem distinta, mas muitos cristãos não notam essa diferença. Quan­do cremos no Senhor Jesus, fomos regenerados e recebemos a vida eterna. Quando vivemos por esta vida que recebemos, ela torna-se a nossa herança para o nosso desfrute. Recebemos a vida eterna hoje, mas herdá-la, entrar nela, é uma questão da era vindoura. Herdar ou não a vida eterna como a nossa bênção dependerá de se você é um vencedor ou um derrotado. Entrar na vida eterna, herdar a vida eterna, quer dizer entrar no reino, herdar o reino.


UMA ENTRADA PARA O REINO
Todas as coisas que se relacionam com a vida divina foram concedidas a nós para suprir-nos uma entrada no reino (2 Pe 1:3, 11). Em 2 Pedro 1:3 diz-se que "pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade". Os versículos 5-11 nos mostram o desen­volvimento da vida eterna resultando em uma rica entrada no reino eterno. Por meio da vida eterna com o seu desenvol­vimento nós podemos entrar no reino.


RELACIONADO À VIDA INTERIOR E À VIDA DA IGREJA
O reino está relacionado à vida interior e à vida da igreja. João 3:3, 5 nos diz que temos de ser nascidos de novo para ver o reino e para entrar no reino. Entrar no reino de Deus é uma questão da vida interior. Precisamos nascer de novo para que tenhamos a vida divina. Quando temos essa vida, entramos no reino. Receber a vida divina é entrar no reino de Deus.
Em Mateus 16:18, 19 o Senhor diz que Ele edificará a Sua igreja, e então Ele dará a Pedro as chaves do reino dos céus. Esses versículos mostram que o reino dos céus é para a igreja. Romanos 14:17 diz: "Pois o reino de Deus não é co­mida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo." Romanos 14 é um capítulo sobre como receber os fracos na vida da igreja. Quando Paulo menciona o reino de Deus nesse capítulo, ele está se referindo à vida da igreja. A vida da igreja é o reino de Deus hoje. A vida da igreja, o reino de Deus, não é uma questão de comida nem bebida, mas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo.


A SEMENTE SEMEADA NOS EVANGELHOS
O Cristo todo-inclusivo tem sido semeado para dentro daqueles que Nele crêem como a semente do reino (Mt 13:3; Mc 4:26). O próprio Senhor está dentro dos crentes como o Rei, a semente. Jesus é o Rei; nós somos o "no"! O reino é a expressão ou a extensão do Rei. O Rei é a semente, e a igreja é a extensão, o "no". A expansão do Rei dentro dos crentes como a semente é o reino (Mc 4:26-29). O reino foi semeado nos Evangelhos pelo Senhor Jesus no meio dos judeus e dentro dos Seus discípulos (Lc 17:20, 21). O reino é algo in­terior. Não podemos observá-lo exteriormente. O Senhor Jesus disse que o reino não era visível.
Esse reino foi manifestado a Pedro, Tiago e João (Mt 16:28—17:2). Quando o Senhor semeou a semente do reino entre os judeus, dentro de Seus crentes, os judeus não con­seguiam discernir isso. Um dia, entretanto, três discípulos foram ao monte com o Senhor Jesus. No monte, Jesus foi transfigurado. Sua transfiguração foi a manifestação do reino. O reino é o próprio Jesus Cristo semeado para dentro de nós e crescendo em nós, até que um dia haja a manifestação do reino.


O REINO EM ATOS
Em Atos, o reino foi ensinado pelo Senhor depois de Sua ressurreição. Atos 1:3 nos diz que Ele esteve com os discípulos por quarenta dias "falando das cousas concernen­tes ao reino de Deus."
O reino foi também pregado pelos apóstolos. Em Atos 8:12 Filipe "evangelizava a respeito do reino de Deus." Paulo também pregou o reino de Deus (At 19:8; 20:25; 28:23, 31). Os últimos dois versículos de Atos nos dizem que "por dois anos permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde recebia a todos que o procuravam, pregando o reino de Deus."
Alguns mestres da Bíblia acreditam que o reino foi suspenso devido à rejeição dos judeus. Eles crêem que esta não é a era do reino, mas a era da igreja, e que o reino virá mais tarde. Esse ensinamento é incorreto. Como vimos, a igreja na realidade é o reino. Mesmo nesta era, a era da igreja, a era da graça, o reino está aqui. Isso é claro em muitas referências ao reino no livro de Atos.


O REINO NAS EPÍSTOLAS
Também podemos ver o reino nas Epístolas. As Epístolas nos dizem que os crentes foram transferidos para o reino (Cl 1:13; Hb 12:28). Também nas Epístolas o reino é a vida da igreja (Rm 14:17).
Em 1 Coríntios 4:17, 20 também nos mostra que o reino é a vida da igreja. O versículo 17 diz: "Vos mandei Timóteo... o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como por toda parte ensino em cada igreja." Os versículos 18-20 dizem: "Alguns se ensoberbeceram, como se eu não tivesse de ir ter convosco; mas em breve irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e então conhecerei não a palavra, mas o poder dos en-soberbecidos. Porque o reino de Deus consiste, não em palavra, mas em poder." Estes versículos mostram que o reino de Deus é a igreja em todos os lugares, e a igreja em todos os lugares é o reino. O reino está aqui porque a igreja está aqui.
Também nas Epístolas alguns dos crentes eram os cooperadores do apóstolo para o reino de Deus (Cl 4:11). Paulo e seus cooperadores estavam trabalhando pelo reino. Isso quer dizer que eles estavam trabalhando pela igreja. Trabalhar pela igreja é trabalhar pelo reino; assim a igreja é o reino. As pessoas da igreja também herdarão o reino (1 Co 6:9, 10; 15:50; Gl 5:21; Ef 5:5; Tg 2:5; 1 Ts 2:12; 2 Pe 1:11).


O REINO EM APOCALIPSE
O reino é também visto no livro de Apocalipse. João disse que ele era um companheiro com os crentes "no reino e na perseverança, em Jesus" (1:9). Se o reino é algo para o futuro, então a perseverança também deve ser algo para o futuro. Se a perseverança está aqui hoje, então o reino deve também estar presente hoje. A menção da perseverança em Apocalipse 1:9 indica que o reino no qual João estava não é algo ainda por vir. Ele está aqui agora; nós somos cooperadores com João no reino presente.
Esse reino presente virá em sua plena manifestação depois da grande tribulação (Ap 12:10). Então, finalmente, o reino do mundo se tornará o reino de nosso Senhor e de Seu Cristo no milênio (Ap 11:15). Esse é um esboço breve do en­sinamento no Novo Testamento com respeito ao reino, dos quatro Evangelhos até o final de Apocalipse.