domingo, 7 de setembro de 2014

Pergunta 002 - Humildade: como deve ser a relação pastor-ovelha na Igreja do Senhor Jesus?

Pergunta 002
Humildade: como deve ser a relação pastor-ovelha na Igreja do Senhor Jesus?





Texto-base: Jo 18:36

EP


Comentário

Jesus Cristo é o Servo-Messias, ou seja, seu ministério messiânico é de serviço, de humildade e amor com seus irmãos e os eleitos de Deus. Mas, seu senhorio não é intramundano, mas escatológico (cf. Jo 18:36), não se justificando, portanto, a criação de impérios cristãos nem o clericalismo. Não obstante, este senhorio escatológico incide na vida da comunidade cristã, levando à relativização ou negação (sempre que idolátricos) dos poderes deste mundo. Acrescente-se que a confissão do senhorio único de Jesus Cristo faz com que sejam desenvolvidas, na comunidade cristã, relações de fraternidade, destruindo na própria base a dialética da dominação amo-escravo (cf. Fm 16). E não é demais lembrar que o senhorio de Jesus Cristo está inseparavelmente unido ao amor-serviço. Assim, é o Senhor quem lava os pés dos discípulos (cf. Jo 13:12-17). Aceitar o Senhor Jesus implica uma interpelação para que se vivam relações de fraternidade e, mais concretamente, o amor-serviço e a solidadriedade.


Referência bibliográfica 

RUBIO, A. G. O encontro com Jesus Cristo vivo. 15ª edição, Paaulinas. São Paulo, 2012. Págs. 142-143. 

Pergunta 001 - Há limites para a obediência às autoridades?


 Pergunta 001 
Há limites para a obediência às autoridades?




 Texto-base: Rm 13:1-7

ACF


Rm 13:1 Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus.

Rm 13:2 Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.

Rm 13:3 Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela.

Rm 13:4 Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.

Rm 13:5 Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.

Rm 13:6 Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.

Rm 13:7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. 


EP




Comentário

Paulo escreve a uma comunidade perseguida pelo poder político, tentada por isso a negar radicalmente a função da autoridade política. O que Paulo diz não deve ser tomado como legitimação de qualquer autoridade política ou forma de sociedade; ele apenas mostra o fundamento, a função e, ao mesmo tempo, o limite de uma autoridade política. A autoridade, por direito, só pertence à natureza de Deus. Só ele é Senhor e juiz absoluto sobre os homens. A autoridade política encontra seu fundamento numa participação funcional na autoridade de Deus, em vista do bem comum. Sua função é servir ao povo, promovendo a justiça, zelando pelo direito e impedindo os abusos. Seus limites dependem do seu próprio fundamento e função: a autoridade não pode usurpar o lugar de Deus, pretendendo-se absoluta ou divina; nem pode servir a si mesma, oprimindo e explorando o povo.
É óbvio que não podemos aplicar ipsis litteris e ipsis verbis o que está escrito nesta passagem, pois todo o contexto é outro! Há presidentes, governadores, padres e pastores abusados e inconsequentes que querem impor ilegitimamente alguma lei, regra, costume ou dogma absurdo porque anacrônico. Isto não exige nossa agressão, mas nossa inconformação! Não devemos obedecer a quem ensina errado! Obedecemos se isto colocar em risco nossa saúde física ou espiritual. Mas, ainda assim, quando determinada regra, costume ou ordem ameaça nossa salvação, devemos nos rebelar!