domingo, 16 de novembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DE CRERMOS NA DIVINA INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS


Quanto às emblemáticas narrativas do Evangelho, pode-se dizer que, nela e em torno dela, figuram oito elementos intra e extradiegéticos:
a) autor real;
b) autor implícito;
c) narrador;
d) narração;
e) narratário;
f) leitor implícito;
g) leitor real e
h) Deus.

Tomemos, à guisa de modelo, o "Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu São Lucas".
a) AUTOR REAL
É o Lucas, enquanto pessoa biográfica e histórica. É o verdadeiro redator do texto.
b) AUTOR IMPLÍCITO
É o Lucas que se percebe e se deixa entrever na narrativa através das intrusões do narrador. É a forma e a maneira que o autor real aparece ao leitor.
c) NARRADOR
É o condutor da narrativa, que, em no "Evangelho de Lucas", ora é o próprio Lucas (enquanto autor implícito), ora é um personagem (como Jesus em uma parábola).
d) NARRAÇÃO
É o conteúdo narrado ao narratário.
e) NARRATÁRIO
É o leitor ou ouvinte a quem a narração foi inicialmente projetada pelo autor e transmitida pelo narrador.
f) LEITOR IMPLÍCITO
É o leitor pensado ou imaginado pelo autor, mas que, não necessariamente, é, de fato, o leitor real. Está necessariamente atrelado ao tempo e ao contexto da época.
g) LEITOR REAL
Pode ser o leitor ao qual o autor determinou inicialmente escrever, mas também somos nós e os outros que ainda lerão ou ouvirão o "Evangelho de Lucas".
Um relato não é necessariamente puro reflexo de uma experiência. Ele oferece uma interpretação dela, e muitos relatos bíblicos buscam não só informar mas também formar: um relato enraíza-se efetivamente em determinado mundo bem como o quer transformar.
Assim deve-se ler e entender os evangelhos. Mas também as cartas paulinas e todos os outros livros.
Daí que, se fizermos isto com todos os textos, a fé da Igreja pode ser balançada. Destarte, é sobremaneira importante acreditarmos na Divina Inspiração das Escrituras (e, aqui, enseja-se a alínea "h", DEUS), sob pena de alicerçarmos nossa fé em colóquios flácidos para adormecer bovídeos!