sexta-feira, 3 de abril de 2015

CIÊNCIA DA RELIGIÃO - Prof. Alexandre Villalba - FAECAD/RJ



Questionário

Disciplina: Ciências da Religião       Professor: Alexandre Villalba

Aluno: Alan Francisco de Souza Lemos

 

 

 

1          -           Mediante o que temos discutido em sala de aula, podemos entender que o comportamento religioso hodierno é uma reformulação arquetípica do comportamento religioso primitivo?

Sem dúvida! Toma-se, à guisa de argumento, a exposição feita pelo estudioso Klaus Hock no item cinco do terceiro capítulo do seu livro Introdução à Ciência da Religião, onde trata das “questões de transformação religiosa”. Quando ouvimos o termo reformulação, entendemos se tratar de alguma coisa que é ressignificada. Destarte, só podemos tratar do assunto, de modo concreto, a partir do século XIX (HOCK, p. 50), pois, até ali, não havia preocupação científica suficiente e condições políticas adequadas para se traçar uma linha histórico-evolutiva das religiões, sendo tal tarefa desempenhada sob os auspícios das principais religiões, mormente o catolicismo, e geralmente de modo tendencioso. Somente, de um lado, com o pensamento filosófico do desenvolvimento e, de outro, com o evolucionismo de Darwin, é que tal pesquisa pôde ganhar notoriedade acadêmica. Assim, estes termos (reformulação, desenvolvimento e evolucionismo) apontam sim para um fluxo contínuo observável no comportamento religioso humano. Isto é, o comportamento religioso humano hodierno é uma reformulação arquetípica do comportamento religioso primitivo! Isto fica claro para Hock quando, após considerar a influência de Hegel e de Darwin sobre a Ciência da Religião, dispara a respeito de August Comte: “Ele conta com três fases da história da humanidade que se desenvolve a partir do estágio da religião, passando pelo da metafísica até chegar à ciência positiva” (p. 50).

Enfim, poderíamos entrar, aqui, a falar detalhadamente sobre as diversas teorias histórico-religiosas sobre a origem e o desenvolvimento das religiões, mas não há espaço para tal. Preferimos tratar mais a respeito do processo de transformação religiosa, que pode, sem dúvida, responder mais e melhor à pergunta em epígrafe.

Então, a ferramenta mais adequada usada pela maioria dos principais cientistas da religião é a Etnologia da Religião.

 

“Suas teorias estão baseadas na suposição de que o desenvolvimento histórico-religioso seguiria em linha reta desde formas de religião mais simples até mais complexas e de que a religião ‘original’ deveria ser encontrada, correspondentemente, na forma mais elementar de religião” (HOCK, p. 51)

 

Para exemplificar isto, podemos tomar o caso da Eucaristia ou Santa Ceia ou Ceia do Senhor, um dos principais rituais cristãos – com forte peso dogmático e estimável valor sacramental – e que se vale de aspectos do totemismo. Aqui, podemos contar com a colaboração dos estudos de Sigmund Freud e do etnólogo do direito John Ferguson McLennan (1827-1881). McLennam, em sua teoria de totemismo primitiva, vê a origem da religião na estreita relação entre um grupo e um animal, uma planta ou também um objeto, relação da qual derivaria uma determinada conduta com relação a esse totem. Assim, para os cristãos, o “totem” na Santa Ceia seria o pão e o vinho, isto é, a carne e o sangue de Jesus. Em última análise, o próprio Cristo, enquanto pão e vinho, seria o totem dos cristãos. William Robertson Smith (1846-1894), por sua vez, considera a refeição sacrificial cúltica a forma primordial do rito, da qual o mito meramente derivaria como interpretação ou narração interpretativa. Isto evoca as palavras de Jesus: “Tomai, comei; isto é o meu corpo”.

Ora, em tais rituais, os membros reconhecidos como irmãos são convidados a comer um pedaço do corpo de Cristo e a beber seu sangue, que no caso, são simbolizados pelo pão e pelo vinho, à semelhança da refeição totêmica que Freud narra em seu livro “Totem e Tabu”, a qual ele considera o mais antigo festival da humanidade. Para ele, a repetição desse ato memorável estaria encravada nas origens do pensamento religioso cristão.

 

“Quando o homem partilhava uma refeição com o seu deus, estava expressando a convicção de que eram partes de uma só substância; e nunca partilharia essa ceia com quem considerasse um estranho” (Freud – Totem e Tabu – pag 162)

 

Talvez tenha sido por isto que Paulo disse: Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do SENHOR. (1Coríntios 11:29)

Em “Totem e Tabu”, Freud utiliza o mito da morte do Pai primitivo para a compreensão da gênese da religião cristã. Ele vê um paralelismo do mito cristão com o totemismo.

 

“A força ética da refeição sacrificatória pública repousava em ideias muito antigas da significação de comer e beber juntos. Comer e beber com um homem constituía um símbolo e uma confirmação de companheirismo e obrigações sociais mútuas” (Totem e Tabu – p. 161)

 

Na ceia totêmica, cada um dos participantes ao ingerir simbolicamente um pedaço do corpo do Totem adquire a sua santidade. Pelo ato de devorá-Lo, realizavam a identificação com Ele, adquirindo sua força. A refeição totêmica surge como uma forma e um esforço de apaziguar o Pai, e mitigar o sentimento de culpa por se ter entronizado o Filho no lugar de Deus-Pai. O próprio ato pelo qual o Filho oferecia a maior expiação ao Pai conduzia-o ao mesmo tempo, à realização de seus desejos contra o Pai. Cristo, Ele próprio, tornava-se Deus em lugar do Pai, deslocando a religião paterna (judaísmo) para a religião filial (cristianismo). Enseja-se, aqui, mais um aspecto que evidencia uma evolução do sentido e do comportamento religiosos humanos.

Já Mircea Eliade, em seu livro “Aspectos do Mito” (p. 93) — diz que “as cerimônias religiosas são festas de recordação, com um significante — o de apreender o mito central, ou seja, o assassínio da divindade e suas consequências”.

 

“Na psicologia de Jung, ao celebrar a última ceia, o crente estaria comendo a sua própria carne e bebendo o seu próprio sangue; isso tinha um significado: o de que ele devia reconhecer e aceitar o outro que há em si mesmo” — escreveu Edward Edinger no seu livro, “Arquétipo Cristão” (p. 63)

 

O aspecto da “refeição do Totem”, que recobre a última ceia, mostra Cristo representando o “Anthropos” — o homem total original. Na iconografia primitiva, a Última Ceia era representada por uma refeição à base de peixe, e remonta ao Banquete Messiânico da lenda judaica, na qual a carne do Leviatã — o monstro marinho —, é servida aos devotos. O Leviatã habitava as profundezas obscuras do oceano, e isso, em Psicanálise, tem um paralelo — o inconsciente, que, analogicamente, representa as profundezas abissais e temerosas da psique. Esse mesmo monstro aquático — símbolo das forças poderosas do inconsciente — aparece na epopeia poética e mítica do personagem Jó: “Se puseres a mão sobre ele (o Leviatã), lembrar-te-ás da peleja e nunca mais o intentarás. Toda a esperança de apanhá-lo é vã; o homem será derrubado só em vê-lo.” (41:8-9). Com efeito, a tradição mítica cristã diz que, na aparição de Cristo na Galileia depois de sua morte, Ele comeu peixe com favo de mel junto aos seus discípulos. Tanto o peixe dessa refeição sobrenatural ou intrapsíquica de Cristo como o grande peixe Leviatã da lenda judaica, representam os conteúdos da psique primordial e seus reflexos percebidos na consciência. A ceia é o processo “revelatio” em que o “o imenso tesouro” que jaz oculto em nós, passa a ser observado no outro, nosso irmão, num processo que Jung denominou “individuação” (vide - O Mito do Significado de Anniela Jaffé — editora Cultrix — p. 82).

Em tom mais ameno, mas sem abandonar essa mesma visão evolucionista, Robert N. Bellah “defendeu uma teoria de cinco etapas na qual ele atribuiu ao surgimento de formas sociais mais complexas etapas correspondentes de desenvolvimento religioso, começando pela ‘religião primitiva e arcaica’, passando pelas ‘religiões históricas’ e chegando às religiões ‘moderno-primitivas’ e ‘modernas’” (Hock, p. 57).

Há, de fato, uma transformação nas religiões. Isto ocorre, primeiramente, porque há uma transformação no mundo. O homem muda a religião. Esta, então, passa a mudar o homem, que torna a intervir nela ad aeternum. Muitos fatores contribuem para as transformações religiosas, como os fatores endógenos e exógenos, os religiosos e os não religiosos (Lanczkowski). A Eucaristia católica é um exemplo de comportamento religioso consequente de uma sequência de modificações, misturas e influências sobre o rito totêmico original.

Outro exemplo de modificação de um comportamento religioso, neste caso motivado por fatores endógenos e exógenos, é a crescente alteração, engendrada pela teologia da prosperidade, no entendimento e na busca do cristão protestante pelo sagrado.

Portanto fica patente que o comportamento religioso moderno é caudatário direto ou indireto de comportamentos religiosos primitivos. Provamos isto com a opinião de famosos estudiosos e com o emblemático exemplo da Santa Ceia do Senhor, ritual celebrado pelos cristãos há séculos, mas que deixa transparecer sua origem totêmica.

 

 

 

 

 

 

 

2          -           Com base na argumentação dos iluministas e de Peter Berger em seu livro O dossel sagrado capítulos primeiro e segundo, podemos considerar que haja um absolutismo religioso?

Como a pergunta enseja uma resposta anfibológica – lastrada no veredicto de Peter Berger e dos iluministas -, dá-la-emos consoante estes limiares, para vermos se, ao cabo, eles se confluem ou repelem.

Ao que parece, na opinião de Friedrich Max Müller, há sim um absolutismo religioso:

“’Quem conhece uma religião não conhece nenhuma’ (...) – essa afirmação (...), já citada, acompanha a emancipação da Ciência da Religião em relação à Teologia que tem início por volta de meados XIX e, implicitamente, põe em questão também o monopólio da Teologia, até então quase não contestado, e sua pretensão de ser a única competente e autorizada a dar respostas em assuntos de religião[1] [grifo nosso]

Esta passagem de Max Müller desentoa a de von Harnack, que afirma em tom replicante: “Quem não conhece esta religião (o cristianismo) não conhece nenhuma, e quem a conhece, juntamente com sua história, conhece todas elas”[2].

O “monopólio da Teologia”, a que se refere Müller, ensaia a atuação racional do homem para inteligir aquilo que não é inteligível. “A religião aparece, então, como ‘intento audacioso de conceber o universo como humanamente significativo’. Doação de significado que oculta ao homem o fato de que é ele que constrói o mundo e o seu significado. Portanto, religião que cumpre uma tarefa alienadora.”, nas palavras de Luiz Roberto Benedetti, citando Peter Berger.[3]

Esta construção de mundo feita pelo homem é, na opinião de Peter Berger, dependente do modo de produção em vigor; ou, como diz Luiz Roberto Benedetti, citando Herberg, o protestantismo, o catolicismo e o judaísmo são variantes da mesma religião: o american way of life. A religião, diz Peter Berger, está indelevelmente “lincada” aos processos de construção e manutenção do mundo, e, quanto a estes dois processos, Peter Berger desenrola-os nos capítulos primeiro e segundo de seu livro, respectivamente.

No capítulo primeiro, Berger ensina sua teoria-chave para se entender a sociedade adequadamente pelo viés empírico – teoria esta que chamo de teoria de exteriorização-objetivação-interiorização-exteriorização. A exteriorização (Entaeusserung. Lê-se: /entóisaRun/) é a contínua efusão do ser humano sobre o mundo, quer na atividade física quer na atividade mental. A objetivação (Versachlichung. Lê-se: /fersárliRun/) é a conquista por parte dos produtos dessa atividade de uma realidade que se defronta com os seus produtos originais como facticidade exterior e distinta deles. A interiorização é a reapropriação dessa mesma realidade por parte dos homens, transformando-as novamente de estruturas do mundo objetivo em estruturas da consciência subjetiva. É através da exteriorização que a sociedade é um produto humano. É através da objetivação que a sociedade se torna uma realidade sui generis. É através da interiorização que o homem é um produto da sociedade. É aqui que podemos enxergar o duplo papel da religião, que é, simultaneamente, agente de exteriorização e paciente de interiorização, isto é, ao mesmo tempo em que a religião molda o ser humano, este a ressignifica consoante suas necessidades. Assim, deste ponto de vista bergeriano, poderíamos dizer que não há absolutismo religioso, pois, se, por um lado, a religião influencia assazmente a vida do homem, por outro, porém, este a modifica a seu bel-prazer (quase sempre). Assim, seria mais correto afirmar a existência de um absolutismo do homem, e não da religião, pois esta só põe o que o homem dispõe – na visão de Berger.[4] “As grandes hipóstases sociais (como a família, a economia, o Estado, e assim por diante) são novamente reduzidos pela análise sociológica à atividade humana que é a sua única substância subjacente.”, diz Berger.

Porém, se quisermos entender a religião como absolutista, também podemo-lo, visto que a religião, entendida como construto ou ferramenta humana impõe-se ao homem exigindo dele uma resposta comportamental, um modus vivendi, assim como uma enxada instiga o agricultor que dela se utiliza a com ela se adaptar ou como uma língua inventada pelo homem – o esperanto, p.e. – fá-lo descobrir que a sua fala (e o seu pensamento?) são dominados pela sua gramática. Mas não para por aqui. Segundo Berger, “O homem produz valores e verifica que se sente culpado quando os transgride. O homem forja instituições, que o enfrentam como estruturas controladoras e intimidatórias do mundo externo.”.

Em seu livro O dossel sagrado, há fragmentos textuais suficientes que provam que Peter Berger crê que a religião é absolutista. Isto é lógico, pois toda definição implica numa exclusão. Assim, ser macumbeiro significa não ser cristão, islâmico, judeu, budista e qualquer outra coisa. Não há espaço para mais de uma verdade, salvo se em momentos e sob aspectos diferentes. Portanto, seguir uma religião é dizer não às visões que contradizem as desta religião. Ensinar uma religião – no sentido de pregar sua doutrina – é disponibilizar uma interpretação fenomenológica que destoa de todas as outras existentes em maior ou em menor grau, ou seja, é impor uma hermeneía aos seus seguidores. Contudo esta imposição pode não ser absolutista. Se tal ensino impositivo respeita as divergências advindas de outras religiões, malgrado não as abrigue em seus cânones, tal religião não é de maneira alguma absolutista (ao menos não no sentido encetado pela pergunta), já que, enquanto objetivação perante o indivíduo externo a ela, não o obriga ou o constrange a aceitá-lo, e, enquanto objetivação perante o seu fiel seguidor, é interiorizada de bom grado, não havendo despotismo absolutista.

Portanto, se, para os iluministas, a religião é absolutista, para Peter Berger, ela pode sê-lo, mas isto dependerá das relações existentes entre a religião e o poder. E é aqui que repousa o calcanhar de Aquiles do conflito inter-religioso, pois, se mesmo as religiões mais predominantes numa dada região soubessem respeitar o espaço das demais, haveria uma convivência pacífica entre todas; o problema é que, quando uma religião quando cresce muito em poder e em número de adeptos, geralmente toma para sai as rédeas sociais e governamentais e, não raro, abusando deste poder, impinge e impõe seu ponto de vista e sua cultura sobre as minorias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3          -           Quais relações poderíamos traçar entre o totem e o comportamento religioso em nossos dias?

Parte desta resposta encontra-se na resposta à primeira questão deste questionário – quando tratamos da ceia totêmica. A relação que se pode estabelecer entre o totem e o comportamento religioso em nossos dias é aquela que se encontra nos cânones da Etnologia da Religião e da Psicologia d a Religião, mais propriamente nas teses de John Fergunson McLennan e William Robertson Smith e Sigmund Freud. Quanto a este, é notável a sua contribuição à Psicanálise e, no que, aqui, nos interessa, também o seu trabalho intitulado Totem e tabu[5]. Nesta obra, Freud trabalha aspectos do comportamento religioso remontando até a origem da religião, que, para ele, está no totemismo. Para Freud, está no totem a origem do sagrado e, destarte, das religiões. O totem pode ser um animal, uma planta, um rio, uma rocha ou um objeto com o qual o homem sinta-se especialmente relacionado. “Em torno desse totem, cria-se um tabu, isto é, uma crença na sua intocabilidade”.[6] Quanto aos dois primeiros, McLennan e Smith, “Suas teorias estão baseadas na suposição de que o desenvolvimento histórico-religioso seguiria em linha reta desde formas de religião mais simples até mais complexas e de que a religião ‘original’ deveria ser encontrada, correspondentemente, na forma mais elementar de religião” (Introdução à Ciência da Religião, p. 51), do que não discordaria Freud.  Na teoria do totemismo primitivo de McLennan, a religião deriva da relação estreita entre o homem e um animal. Este animal, depois, também poderia ser substituído por um objeto ou uma planta, contanto que tais objetos integrassem o mesmo grupo ou a mesma realidade deste homem. Daí, totem, que significa pertencente ao meu grupo. Já a teoria de Smith, ao que parece, apesar de se apoiar na teoria anterior, aponta para uma correção desta quando considera a refeição sacrificial cúltica como modelo primevo de religião. Aprioristicamente, tudo indica que Smith se valeu da relação totêmica homem-objeto de McLennan para lastrar sua doutrina. Se fôssemos conciliar ambas as teses, poderíamos entender que, após um primeiro impulso religioso em que o homem se atira num relacionamento místico e totêmico com um animal, ele passa gradativamente a criar ou desenvolver ritos e rituais que celebrem e enriqueçam tal relação, sendo a refeição sacrificial cúltica o primeiro deles. Para Smith, “a religião realiza-se no ato comunal do rito, da qual o mito meramente derivaria como interpretação ou narração interpretativa”[7].

Assim, podemos relacionar a Eucaristia católica e a Santa Ceia protestante com a refeição cúltica totêmica da Antiguidade, como já vimos. Mas haveria algo mais para relacionar? Sim. Ora, se o totem é, em última análise, a materialização do sagrado ou, ao menos, a implicação necessária deste, tudo aquilo que atinja o status de sacralidade tem potencial para se tornar também um totem. Portanto, nos dias hodiernos, em cerimônias de umbanda, em cultos evangélicos ou em missas católicas, é possível que um objeto (como um artefato de culto) ou uma pessoa (como um sacerdote) se equivalha a um totem e incorpore toda a sacralidade e, assim também, toda a intocabilidade nascida do totemismo antigo. Porém, isto dependerá do grau de sincretismo religioso e de perversão da essência destas religiões, pois, aqui, estamos falando não de religiões totêmicas, mas de religiões não-totêmicas dentro das quais pode-se observar, aqui e ali, este ou aquele fenômeno de matriz totêmica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4          -           Que relação poderíamos traçar entre o fato social de Durkheim e a atuação social de Weber em relação à religião?

Se August Comte é o pai da Sociologia, Émile Durkheim é o pai da Sociologia da Religião. Este, seguindo na esteira positiva daquele, deu autonomia maior à Sociologia da religião retirando-a do claustro da Filosofia Social e fazendo-a respirar ares mais empíricos.[8] Para tanto, o objeto de estudo da Sociologia da Religião é o fait social (lê-se /fé sociala/), isto é, o fato social. Faits sociaux (lê-se /fé sociô/) são todos

 

“aqueles atos que não estão abandonados ao bel-prazer do indivíduo, mas, por assim dizer, pré-marcados pela expectativa da sociedade. São ‘modos de agir, pensar e sentir localizados fora do indivíduo e revestidos de força obrigatória por meio da qual se impõem’. Fatos sociais distinguem-se de fatos biológicos (como alimentar-se) ou psicológicos (como pensar) e, conforme a opinião de Durkheim, devem ser analisados como classe autônoma em relação a processos recorrentes e regulares”.

 

Assim, pode-se traçar um paralelo entre a sociologia de Durkheim e a de Peter L. Berger, pois os modos de agir, pensar e sentir localizados dentro do indivíduo (Durkheim) equivalem-se ao processo de internalização bergeriano e os modos de agir, pensar e sentir externos ao indivíduo (os fatos sociais de Durkheim) correspondem ao processo de objetivação de Berger, sendo que, em Berger, há ainda um estágio de externalização que corresponde aos modos de agir, pensar e sentir internalizados por um indivíduo e repassados a um outro, que, por sua vez, novamente torna a internalizar, engendrando-se, destarte, um processo cíclico de externalização-objetivação-internalização-externalização.

Então Durkheim desenvolve uma ciência social positiva capaz de apreciar o fenômeno religioso antes catalogado entre os capítulos da Teologia e da Filosofia e fá-lo a partir do conceito de fato social.

 

“Para Émile Durkheim, religião é um fato essencialmente coletivo. Diz ele: ‘Religião é um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, a coisas separadasa e proibidas – crenças e práticas que unem, numa comunidade moral chamada igreja, a todos aqueles que a elas aderem’.”[9]

 

Logo, com efeito, para Émile Durkheim, a religião é um fato social e, como sucede com todos o fatos sociais, pode-se perguntar qual é a importância da religião para a sociedade. A resposta Durkheim deu após longo estudo sobre o suicídio. Neste estudo, o sociólogo da religião diagnosticou que a religião possui, como característica intrínseca, a capacidade de unir e integrar as pessoas, e esta união e esta integração serão tanto mais fortes quanto maior for o vínculo que tal religião crie com a comunidade. Destarte, p.e., católicos e judeus teriam menor tendência para o suicídio que protestantes e livres-pensadores. Desta maneira, em última análise, talvez, a maior contribuição de Durkheim para a religião tenha sido não os valores espirituais, cúlticos e morais que a ela seus adeptos podem dar, mas a exposição da importância que ela tem na manutenção e na integração social. Talvez seja por isto que, até hoje, não houve uma civilização sequer que tenha sido erigida alheia a alguma religião.

 

“Religião é um sistema solidário de convicções e práticas relacionadas com coisas, convicções e práticas sagradas, isto é, isoladas e proibidas, que reúnem, numa mesma comunidade moral comumente chamada de igreja, todos que pertencem a ela”[10]

 

Durkheim parece ter se aproveitado das teorias filototêmicas de McLennan e Smith para engendrar a sua fórmula da religião como fato social, pois, para ele, outrossim, o totem é a sacralidade do objeto ou do animal; ou mais ainda: o totem, como acreditava McLennan, é o sagrado. Todavia, Durkheim foi mais além quando postulou que, ademais, o totem também tem a função de comungar seus veneradores e que, assim, o totem só se torna sagrado por causa desta característica, não o contrário, como infere-se de    McLennan. Portanto, para Durkheim:

a)      a religião primitiva é o totemismo;

b)      o totem é a objetificação do sagrado e da comunio (comunhão);

c)      as religiões posteriores, incluindo todas as contemporâneas a Durkheim (e, podemos dizer, aquelas que tenham nascido após a sua morte também), herdaram estas duas características do totemismo – a da sacralidade (que impinge um tabu) e a da comunhão ou agregação – e, assim como este, são fundamentais para “confinar o indivíduo em seus desejos egoístas e destruidores de comunhão dentro de seus limites e (...) comprometê-lo com normas e regulamentos supraordenados, orientados pela comunhão”.[11]

Destarte, a teoria da religião de Durkheim pode ser sintetizada na frase Deus é a sociedade, pois o caráter transcendental da religião é, para ele, derivado dela. Somente quando a religião integra o indivíduo na sociedade é que a religião assume o caráter de eternidade e encosta no existencial. Esta posição durkheimiana, contudo, será contestada, como veremos.

 

“Mas o que opera essa função, na esteira do processo de secularização, ou seja, do retrocesso visível de práticas e convicções religiosas na sociedade moderna? Aqui, Durkheim adota ideias de uma religion civile (J. Rousseau) ou de uma religion positive (A. Comte), ao esperar da nova ‘religião social’ que, conforme sua opinião, está se formando, que ela opere essa função de integração” (HOCK, p. 105)

 

Se, por um lado, Durkheim é o fundador da Sociologia da Religião no mundo e o pai da Sociologia na França, por outro, Max Weber é o pai da Sociologia e da Sociologia da Religião alemãs. Assim como como o primeiro, o segundo procurou encontrar a terminologia e a metodologia mais correta para fundamentar sua teoria. Mas, se, na sociologia da religião durkheimiana, a religião é um fato social, na sociologia da religião weberiana, ela apoia-se no que Weber denominou “atuação social”.

 

“Ele entende por este termo uma atuação ‘que, conforme o sentido intencionado pelo agente ou pelos agentes, é relacionada com a conduta de outros e se orienta nela em seu processo’. Em contraste com a mera conduta (de uma pessoa), a atuação social está vinculada com um sentido, orientada em meios, metas e valores e inserida numa diversidade de contextos de sentido. Correspondentemente, a análise sociológica é capaz de separar, na atuação social, elementos individuais: metas, finalidades e meios de atuação podem ser classificados, as condições concretas e o contexto da atuação devem ser computados, e o contexto do sentido dentro do qual está inserida cada atuação dotada de sentido pode ser definido. Esta atuação dotada de sentido tem sempre já a forma de uma atuação social porque não é realizada como ato isolado, mas sempre inserida num tecido de relações sociais que, por sua vez, podem ser classificadas de forma puramente formal (assim, por exemplo, em formações como famílias, categorias profissionais, comunidades religiosas...).”[12]

 

Weber parece estar desenvolvendo a teoria do fato social de Durkheim, pois, enquanto este afirma que existem atos humanos moralmente corretos a priori, aquele, como que desenvolvendo este pensamento, afirma que os atos humanos são calibrados pelo contexto social de produção, ou, em outras palavras, os atos individuais humanos são refrações de abstrações de comportamentos típicos sociais. Assim, cada ação individual tanto ocorre como é apreciada pelas pessoas como estando a maior ou a menor distância de um dado tipo ideal. Este tipo ideal weberiano pode ser conhecido e estudado para que se possa comportar também a análise dos atos individuais. Tipos ideais podem descrever formas básicas da atuação dotada de sentido ou também tipos básicos de agentes. Como são abstrações conscientes, não encontram uma correspondência imediata em acontecimentos individuais ou em figuras da realidade histórica, mas servem, sim, como pano de fundo para algo típico sobre o qual o individual pode ser enfocado de maneira tanto mais nítida.

 

“Em contraste com Durkheim, Weber renunciou a uma definição transparente de religião. Consoante sua opinião, a religião procura primeiro fornecer sentido e, deste modo, lida especialmente com a experiência da irracionalidade: com morte, desatre e doença, com acontecimentos imprevistos etc. Mas irracionalidade e racionalidade caminham juntas, pois o ser humano reage aos golpes do destino não simplesmente de modo irracional, mas dota sua vida de atuações dotadas de sentido – e disso faz parte também o campo da religião. Para Weber, a atribuição de sentido que acontece por meio da religião consiste principalmente em fazer uma seleção num número infinito de atuações possíveis. As atuações, por sua vez, orientam-se pelos valores preestabelecidos na religião e são atribuídas correspondentemente às metas desses valores”[13]

 

Assim, a atuação de um religioso dar-se-á na mesma medida de sua religiosidade. Por exemplo, um protestante pode agir com maior ou menor grau de fidelidade aos dogmas de sua denominação de acordo, dependendo isto do lugar onde esteja, com quem esteja ou com quem se comunique. Isto porque

 

“A atuação religiosa não acontece num espaço neutro, mas se mistura com outras formas de atuação social que visa também a outras metas. Por isso é possível distinguir, no âmbito de uma religião, diferentes ‘culturas’ religiosas, conforme os diferentes grupos sociais: a religião dos comerciantes, dos agricultores, dos guerreiros...”

 

Desse modo, pode-se perceber que a religião pode servir como ponto de agregação ou de desagregação, de igualdade e de discriminação. Logo, a religião está diretamente ligada com o modo de produção. Neste ponto, Weber parece complementar a doutrina de Durkheim e se aproximar da teoria marxiana. Se uma religião pode tanto influenciar como ser influenciada pelo modo de produção em que esteja ensejada, então é correto afirmar que uma religião pode se beneficiar mais do que outra, que pode ser mais aceita do que outra e que pode se afigurar mais nobre que outra, consoante ela se adeque com maior ou menor afinidade ao modo de produção em vigor. Assim também, pode-se enxergar o caráter dinâmico dos dogmas e dos costumes religiosos (mais destes do que daqueles), e Weber o faz exemplificando com os profetas veterotestamentários, que, com suas causas ou reclamações, deslocaram várias vezes o eixo da religião. Mas, se, por um lado, há dinamicidade no comportamento religioso, por outro, há também um caráter estático, que Weber atribui à capacidade de racionalização dos processos religiosos, que exercem um efeito equalizador entre as diversas manifestações discrepantes. Assim, Weber contrapõe o profeta ao místico. O profeta é um manifestante, um protestante por excelência. Um místico, porém, não vê com bons olhos a mudança de paradigma, pois depende do modus operandi que sustenta seus conceitos e ritos.

Seguindo com seus estudos sobre a religião como sendo um conjunto de práticas individuais relacionadas com abstrações e contextualizações coletivas, e que tais práticas e pensamentos religiosos podem transfigurar a sociedade, a cultura, a política e a economia, Weber propõe sua maior tese, a saber, aquela que postula a relação entre o surgimento do capitalismo e o desenvolvimento da ética protestante na forma do puritanismo calvinista. Este insight não é dele originalmente, mas foi ele quem o desenvolveu metodologicamente n’A ética protestante e o espírito capitalista.

 

“Seu ponto de partida, porém, é, aqui, não a ética econômica protestante, mas a doutrina de Calvino sobre a dupla predestinação: como, conforme essa doutrina, já estaria decidido quem está eleito por Deus para a eterna salvação ou para a eterna condenação, o indivíduo não teria outra opção a não ser reprimir a dúvida resultante da incerteza religiosa por meio da atividade e do trabalho constantes. Ao mesmo tempo, o sucesso profissional poderia ser considerado indício da eleição. No entanto, essa eleição não deveria ser ‘consumida’, mas deveria se comprovar numa contínua conduta de vida ética e na renúncia ao consumo, para não perder a chance da salvação no além. Tal comprovação, inteiramente voltada para o além, encontra sua expressão na ascese neste mundo – mas, como foi atribuída ao sucesso econômico, por assim dizer, a qualidade de um ‘sintoma’ da eleição divina, os escrúpulos tradicionais diante da aquisição de bens teriam sido abolidos. Conforme a opinião de Weber, essa atitude encontra correspondência no espírito do capitalismo: o capitalista acumula os bens não para o fim do consumo, mas reconduz o lucro, como novo investimento, ao processo de produção capitalista. Trabalho, cumprimento do dever, renúncia ao consumo, criação de lucro pelo lucro – tudo isso se torna a característica do espírito econômico do capitalismo e corresponde estruturalmente à ascese intramundana do calvinismo, embora sem suas implicações religiosas.”[14] (Tese de Weber)

 

Portanto, tanto Émile Durkheim quanto Max Weber enxergam a religião, simultaneamente, como uma engrenagem movida pelo homem e capaz de mover o homem em seus atos e pensamentos. Porém esses pais da sociologia francesa e alemã, respectivamente, exageram, para muitos, por serem demasiadamente “coletivistas” quando avaliam os fenômenos religiosos como sendo consequências exclusivas e necessárias do aparato social. G. Stephens Spinks, citado por Merval Rosa, afirma:

 

“Não se pode negar a significação do aspecto coletivo da religião, porém parece-nos óbvio que também não se pode reduzir religião à mera experiência coletiva. Daí, porque diz Spinks: ‘Qualquer definição que salienta os aspectos comunitários da religião em sacrifício do elemento individual é defeituosa, pois um dos aspectos mais importantes da religião é a apreensão individual de um Poder, Objeto ou Princípio Supremo.’.”

 

A este ponto comum, porém, acrescenta-se um ponto divergente na comparação entre estes dois pensadores. As teorias do fato social durkheimiana e da atuação social weberiana apresentam pontos de partida diferentes e, até certo ponto, contrários.

 

“Weber tem uma compreensão da realidade social como sendo continuamente constituída por significação humana, e Durkheim a considera como tendo o caráter de choseité contra o indivíduo; ambas as visões estão corretas. Elas têm em vista, respectivamente, o fundamento subjetivo e a facticidade objetiva do fenômeno social, ipso facto apontando para a relação dialética da subjetividade e seus objetos. Além, disto as duas formas de compreensão somente são corretas em conjunto. Uma ênfase de tipo weberiano na subjetividade somente leva a uma distorção idealística do fenômeno social. Uma ênfase do tipo durkheimiano na objetividade somente leva à reificação sociológica, a mais desastrosa distorção para a qual tende grande parte da sociologia americana contemporânea.”.[15]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5          -           Qual o papel da razão no processo de secularização, desencantamento e dessacralização na realidade religiosa?

Aqui, temos quatro conceitos para elucidar; todos serão elucidados na explanação sobre a tese da secularização. A chamada tese da secularização é de autoria weberiana e ocupa um segundo lugar em importância em sua obra, logo após a tese sobre a relação entre o protestantismo e o capitalismo. Segundo Weber,

 

“o racionalismo é uma característica particular do desenvolvimento cultural do Ocidente, mas já pressupõe um processo designado (...) como ‘desencantamento’ (...) e considerado um fenômeno histórico-religioso: por assim dizer, o desencantamento é inerente à história da religião e representa uma reação à experiência da ‘irracionalidade’ do mundo(...).” [16]

 

Ou seja, o homem religioso desprovido da Ciência positiva de Weber, não se satisfaz mais com as caducas respostas religiosas dadas para seus dilemas existenciais e procura na razão, isto é, de maneira lógica e a mais exata possível, as respostas que satisfaçam seu apetite moderno para a resolução de toda e qualquer irracionalidade. Ou seja, faz-se mister encurtar o espaço da fé para se convencer, num mundo empírico, com provas empíricas ou respostas peremptoriamente apodíticas.

 

“(...) As religiões tentaram dar uma resposta a essa irracionalidade, mas depois foram suplantadas, passo a passo, por novas tentativas de interpretação, quando a experiência recorrente da ausência de sentido e da inexplicabilidade exigia novas respostas.”

 

Logo, o que Weber propõe para seus leitores é que há, na sociedade moderna, uma tendência a conformar o sobrenatural ao lógico. Há um anseio humano pela adequação da fé às novidades científicas. Deste modo, o sagrado passa a ser cada vez mais investigado, a fim de que toda e qualquer dúvida seja dirimida pelas ferramentas acadêmico-epistemológicas existentes. O ambiente particular da fé abre-se aos ataques do mundo secular moderno, que quer sondá-lo, penetrá-lo e até desmascará-lo ou demitificá-lo. Este processo, extremamente arriscado para a religião, onde o que é sagrado vai perdendo sua sacralidade na medida em que se deixa seduzir pelos caminhos do mundo, pode ser chamado de secularização. Este processo de secularização aufere cada vez mais prestígio ao homem religioso, haja vista que este que o adota passa a ser melhor visto pelos demais, e evoca um outro processo, que Weber chama de desencantamento, no qual o indivíduo e a sociedade perdem a fé em tudo aquilo que não se encaixa nas opções de verossimilhança ofertadas pelo contexto positivo e capitalista (p. e., é natural que não se creia com tanta veemência e unanimidade no arrebatamento etéreo cristão como se acreditava antes do desenvolvimento das pesquisas histórico-bíblicas e das técnicas ecdóticas das quais a Teologia moderna se vale. Com a racionalização de amplas áreas da vida, essas áreas deixam de obedecer as normas e interpretações religiosas para seguirem consoante suas próprias regras e seus próprios valores.

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTES BIBLIOGRÁFICAS E VIRTUAIS

 

HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. Edições Loyola.

BERGER, Peter L. O dossel sagrado. Edições Paulinas

FREUD, Totem e Tabu — Editora Imago

JULIEN, Philippe. Não Abandonarás Teu Pai e Tua Mãe — Editora Companhia de Freud

ELIADE, Mircea.  Aspectos do Mito — Editora Edições 70 (Portugal)

EDINGER, Edward. Arquétipo Cristão —Editora Cultrix

JAFFÉ, Anniella. O Mito do Significado — Editora Cultrix

FROMM, Erich. Psicanálise e Religião — Editora Zahar

CASSIRER, Ernest. Mito e Linguagem—Editora Perspectiva

Bíblia Sagrada, ARC

WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do capitalismo.


 



[1] HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. Loyola.
[2] Ib.
[3] BERGER, Peter. Introdução. In: O dossel sagrado. Edições Paulinas. São Paulo, 1985.
[4] Não se considera, aqui, o caráter revelatório da religião.
[5] Op. cit.
[6] ROSA, Merval. O fenômeno religioso. In: Psicologia da Religião. JUERP, 2ª edição. Rio de Janeiro, 1979. Página 45.
[7] HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. Edições Loyola. Página 51.
[8] Idem, pp. 101-109.
[9] ROSA, Merval. O fenômeno religioso. In: Psicologia da Religião. JUERP, 2ª edição. Rio de Janeiro, 1979. Página 42.
[10] Id. e ib.
[11] Id. e ib.
[12] Id. e Ib.
[13] Id. e Ib.
[14] Id. e Ib.
[15] BERGER, Peter L. Religião e construção do mundo. In: Elementos sistemáticos. In: O dossel sagrado. Edições Paulinas. São Paulo, 1985. Página 16.
[16] Id. e Ib.

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