quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Breve panorama do surgimento dos sinais de pontuação



por Alan Francisco de Souza Lemos

                Começarei esta breve exposição com fragmentos do texto Norma e estilo no emprego dos sinais de pontuação cuja referência bibliográfica está disponível no final deste ensaio.
                “Um sinal pode ter seu emprego de acordo com o critério sintático, outro ligado ao critério semântico ou ao critério fônico. Pode acontecer também de a definição do emprego de um sinal de pontuação ser determinada por mais de um critério, e as instruções sobre seu uso obedecerem somente ao critério sintático.
                De acordo com Laufer (apud ROCHA, 1997), as contradições encontradas a respeito do emprego dos sinais de pontuação devem-se às inúmeras teorias acerca da diferença entre língua oral e língua escrita.”
                “(...) ao falarmos, entregamos nossos sentimentos e, ao escrevermos, nossas ideias. Graças á escrita, tornaram-se possíveis não só uma reflexão mais ampla sobre a linguagem , como também a exteriorização do pensamento simbólico.
                O desejo de fixar os sons articulados, perpetuados até então pela memória coletiva, motivou o homem a convencionar formas representativas desses sons. A escrita fonética, hoje utilizada no mundo ocidental, representa o terceiro estágio da evolução do registro da língua oral.
                De acordo com Auroux (1998), o primeiro estágio da escrita é o pictográfico, em que a grafação representa aspectos do mundo exterior; o segundo estágio, o ideográfico, traz sinais gráficos que representam as ideias de um acontecimento a ser relatado. Finalmente, o terceiro estágio, o fonético, é o período em que os sons da linguagem passam a ser codificados.
Segundo Havelock (1996, p. 20), os gregos, em contato com os fenícios, tomaram conhecimento do alfabeto fenício, que consistia de um sistema de sinais, em que cada letra representava um fonema. Pelo fato de não existirem sons vocálicos ou consoantes aspiradas na língua fenícia, os helênicos aproveitaram sinais que representavam consoantes fracas para funcionar como vogais, e convencionaram outros para representar os fonemas aspirados.” O uso de consoantes fracas como vogais traz á tona, no alfabeto hebraico, o uso do álef.
“De acordo com as inscrições encontradas, acredita-se que a introdução das letras na escrita grega tenha ocorrido por volta de 600 a.C.. Antes disto, todo o acervo cultural dos helênicos – textos poéticos altamente elaborados e ritmados, compostos por hinos religiosos dedicados a alguma divindade, canções festivas, cantigas para dançar, canções infantis, acalantos e marchas militares – era apresentado ao dom de um instrumento musical e por dança. Tais obras, cuja memorização era imposta aos mais jovens por ocasião de sua iniciação na sociedade oral, apresentavam-se em versos.” Por isto, ainda hoje, a prática de se compor uma letra de música com o conteúdo a ser memorizado facilita a retenção do conteúdo.
“A elaboração dos textos em forma metrificada, com a disposição das palavras fixadas pelo ritmo, foi a solução encontrada para que os enunciados não fossem perdidos.” Muito antes do século VI a.C., já no século X a.C., na Judéia, os salmistas já ritmavam seus salmos, porém não tão esplendorosamente como os gregos em suas canções. Todavia, o que me desperta é que os primeiros já os escreviam também, isto porque o alfabeto hebraico é anterior ao grego.
“O surgimento da grafação transforma profundamente a sociedade na Grécia Antiga. Nos primeiros tempos, a escrita foi utilizada somente para a transcrição das obras que faziam parte da tradição do povo, conservadas até então por meio da oralidade.”
“(...) À medida que aumenta o número dos cidadãos letrados, verifica-se a substituição da forma poética pela prosa.” Surge, inclusive, a ocasião propícia para o nascimento do romance de aventuras grego. “Percebe-se que não havia espaçamento entre as palavras. Inscrições encontradas em vasos e estátuas mostram textos escritos em várias direções: de cima para baixo, em círculo e em espiral.” E isto não era, obviamente, o prenúncio de uma criação estilística formal, que visasse dar á forma do texto um significado atrelado ao seu conteúdo, mas certamente este fato evidencia que, quando a criação artística estilizada dos textos prosaicos e poéticos começou a aparecer posteriormente, o grego, e por que não dizer, a maioria dos intelectuais da época, não estava vendo algo tão novo como se poderia esperar. Portanto a forma dada aos textos citados inicialmente não presumia intenção e recepção especiais.
No século II a.C., ao organizar os 50.000 volumes da Biblioteca de Alexandria, Aristófanes de Bizâncio, a fim de tornar as obras do grego antigo, especialmente as de Homero, mais claras, introduziu sinais que indicavam pausas respiratórias, pois esses textos eram manuscritos e era comum sua leitura oral.
Os primeiros sinais compreendiam um ponto no alto para indicar um enunciado completo; um ponto no meio que correspondia à necessidade de respirar e o ponto embaixo mostrava que o enunciado estava incompleto. De acordo com Cagliari (1995, p. 178), é possível reconhecer nesses sinais as funções desempenhadas pelo ponto final, pelos dois pontos e pela vírgula.
Segundo Desbordes (1995, p. 212), os sinais de pontuação desempenhavam duas funções diferentes: uma semântica e outra prosódica. A função semântica indicava uma completude maior ou menor dos enunciados e a função prosódica informava quando deveria haver a pausa para respirar. Essas orientações eram destinadas a pessoas distintas: a semântica oferecia orientações para quem escrevia e a prosódica, ao leitor ou orador. Percebe-se, já nesse sistema, certa intuição gramatical para a prática da pontuação.

Funções dos sinais de pontuação: semântica e prosódica.

Os latinos, que já conheciam o sistema escrito, também já escreviam as palavras separando-as umas das outras; ao assimilar a cultura helênica, curiosamente, adquiriram o hábito da escrita contínua, talvez por motivos estilístico-artísticos. Nesta época, a saber, do Período Helenístico até a queda do Império Romano, era comum o uso de outros traços, sinais ou diacríticos usados nas mesmas posições e com as mesmas funções dos sinais anteriores; sinais como o traço, a folha de hera, espaços em branco entre outros. É importante registrar que a civilização de Roma, ao tomar contato com a cultura reconhecidamente superior dos gregos, procurou não só assimilar o seu saber, como também se adaptar aos seus hábitos.
            Até o século V d.C., os pontos tinham a função de separar palavras e indicar abreviaturas. Havia também uma série de sinais desempenhando a mesma função do ponto, como triângulos, bolinhas, losangos, cruzes, estrelas, corações, flores, entre outros.
                Como disse, os romanos já separavam as palavras com espaços em branco, não obstante terem largado quase totalmente este hábito para escreverem como os gregos. Porém, aquele uso não era sistematizado. Por volta do século VII d.C., ocorreu a sistematização dos espaços em branco entre as palavras, isto é, convencionou-se este uso. Isto representou uma grande evolução na escrita.
                O sistema de pontuação criado por Aristófanes de Bizâncio no século II a.C., deixado um pouco de lado no século seguinte, é reintroduzido no século I d.C., desta vez mais forte, com o acréscimo de outras marcas. Entre estas marcas, estão a vírgula (,) e o ponto-e-vírgula (;). A vírgula invertida ٬)) passou a indicar o ponto de exclamação, que já tinha sido criado pelos gregos, porém sem aceitação externa e interna até mesmo. A exclamação – como também é chamado – teve seu uso generalizado a partir do século XVI d.C.. No português, entre os estágios do ponto-e-vírgula e o do ponto de exclamação, houve o do admirativo (ver mais à frente).
            “Segundo Costa (s.d., p. 13), os escribas também acrescentavam aos textos notas explicativas sobre a perfeita recitação de um poema para evitar ambiguidades, observando a pronúncia correta das palavras e indicando a exata duração das vogais. Essas notas, que eram chamadas pontos (grifo meu), tinham o objetivo de garantir ao leitor/orador uma perfeita interpretação do texto. Vem daí a origem da palavra pontuação, designando todos os sinais que auxiliavam a leitura e compreensão dos textos.
                É curioso observar que os copistas recebiam geralmente os textos sem qualquer sinal de pontuação. Os sinais eram colocados de acordo com a interpretação dada por esses indivíduos. Tal prática também funcionava como uma forma de o copista identificar seu trabalho por meio de marcas próprias no texto. Podemos dizer, desse modo, que os copistas atuavam como editores dos textos que recebiam. Cada obra poderia ter tantas edições  quanto o número de copistas que fizesse seu manuscrito.” Logo, quase todos os textos antigos importantes sofreram alterações de ordem gráfica; alguns tiveram o seu significado original comprometido, outros nem tanto e outros, ainda, sofreram alterações semânticas, mas a sua essência permanece, como é ocorre com a Bíblia; nela, muitos textos foram vítimas de pequenos erros ortográficos ou de tradução; são erros cometidos pela distração do copista ou mesmo por própria deliberação (motivada, ou não, por motivos religiosos e/ou políticos). Todavia as mensagem, nas várias traduções e versões da Bíblia, não ficaram prejudicadas; nenhum dos dogmas, preceitos ou mandamentos bíblicos são afetados pelos pequenos erros textuais.
Por exemplo, na versão Almeida Revista e Corrigida, no livro Salmos 119:105, nota-se a presença de uma vírgula muito suspeita. Tive o cuidado de verificar sua ocorrência, ou não, em algumas das principais traduções bíblicas.

Sl 119:105
Versão católica
“Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho.

                Nesta versão, a vírgula desempenha o papel de verbo quando este sofre elipse. Portanto, a vírgula exerce a função do verbo ser conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo (é uma luz em meu caminho). O único verbo da oração, é, possui dois objetos: um facho que ilumina meus passos e uma luz em meu caminho. Então, pode-se dizer que um objeto complementa o outros, travando uma relação de adição. Nesta tradução, portanto, de acordo com as regras ortográficas do português, não há suspeita quanto ao uso da vírgula

Sociedade Bíblica Britânica
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, E luz para a minha vereda.”

                Aqui, a vírgula aparece, mas em posição incomum. Ela não está ocupando o lugar do verbo ser na terceira pessoa do singular como o faz a vírgula do exemplo anterior.
Vejamos, ainda, em mais algumas traduções.

Nova Versão Internacional
“A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho.”

Almeida Revisada Impensa Bíblica
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.”

Almeida Corrigida e Revisada Fiel
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.”

Vulgata Latina 
Lucerna pedibus meis verbum tuum et lumen semitis meis.

Modern Greek
Λυχνος εις τους ποδας μου ειναι ο λογος σου και φως εις τας τριβους μου.

Vimos que, na traduções mais antigas, como a Septuaginta e a Vulgata Latina, a vírgula não aparece. Mas que, em outras traduções mais recentes, ela aparece. Este caso despertou a minha atenção porque, em uma leitura desatenta, certamente ninguém olharia para esta vírgula, mas ela pode nos revelar algum detalhe escondido por trás do texto. Pode ser uma pista. A ordem frasal está invertida; a vírgula separa os complementos, o sujeito não inicia a frase. Qualquer tradutor de latim ou de grego traduziria o texto septuagíntico ou vulgático sem acrescentar a vírgula, pois ela não aparece nestas versões; donde concluo que o aparecimento desta vírgula não se deve a estas traduções. Tampouco à tradução original do hebraico – língua original de Salmos -, pois é sabido que não havia vírgulas nesta língua. Então, é provável que a vírgula do salmo 119, versículo 105, tenha sido posta ali por algum copista posterior, pelo menos, à Vulgata. Como não há certeza científica sobre este tema, ficam aqui os meus palpites:
a)                  esta vírgula pode ter sido colocada ali (intencionalmente) por um grupo de eruditos bíblicos chamados de massoretas por volta do século VIII d.C. para indicar uma pausa para respiração ou eufonia textual (pronúncia adequada). O athnach, equivalente hebraico a nossa vírgula atual, era um dispositivo usado por esses copistas para manter a interpretação tradicional. Com a atuação dos massoretas, os sinais de pontuação passaram a ter um uso geral. Esta vírgula, portanto, daria um destaque semântico para os dois objetos do verbo; se o sujeito tua palavra possui os objetos lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho, a vírgula teria como função:
a1) evidenciar, superlativar a existência de duas funções diferentes da palavra de Deus, ou,
a2) apenas, pontuar, isto é, dar um certo contorno melódico na pronúncia do texto.
No primeiro caso, lâmpada para os meus pés indicaria que a palavra de Deus ilumina o caminho perto e luz para o meu caminho indicaria que a palavra de Deus ilumina o caminho longe. Talvez, para mostrar a onipresença de Deus na vida do crente fiel. Esta é a mais livre das possibilidades, mas a mais provável possivelmente.
b)       esta vírgula pode ter sido colocada ali sem qualquer intenção ou simplesmente por um erro de cópia cometido por algum copista posterior.

A tese de que a vírgula do versículo 105 funciona como entorno melódico fortifica uma outra tese de que os salmos da Bíblia eram metrificados. Os adeptos desta teoria baseiam-se na improbabilidade muito grande de os judeus decorarem os salmos sem o artifício da metrificação. Todavia esse entorno melódico original perdeu sua força e, no presente, ao ler o texto, o leitor não deve considerá-lo; isto porque nem toda vírgula corresponde a uma pausa para respirar ou entorno melódico no momento de leitura oral de um texto.
“Somente a partir da invenção da imprensa, no Renascimento, houve maior preocupação quanto ao uso da língua. Com isso, observa-se maior controle no emprego dos sinais de pontuação, época em que surgem as primeiras gramáticas. Segundo Cafezeiro (1993, p. 87-95), o livro  de Duarte Nunes Leão, A Ortografia e Origem da Língua Portuguesa, de 1576, foi responsável pela sistematização dos sinais de pontuação que ainda hoje utilizamos.” Neste livro, sinais primitivos da língua portuguesa aparecem, como o coma e o cólon.

O ponto alto (acima da letra)  (˙) evoluiu para o ponto final (.), tendo ambos a função de finalização.

˙ > .

O ponto médio (à frente da letra, no meio) (·), com idéia de pausa para respiração, evoluiu, na Idade Média,  para o coma (:), com a idéia de incompletude, que evoluiu para os dois pontos (:), também com a idéia inicial de pausa para respirar.

· > : > :

O ponto embaixo (abaixo da letra)  (.), com idéia de incompletação,  evoluiu para o cólon (.), com a idéia de finalização, que evoluiu para a vírgula (,), com a idéia original de incompletude.
. (ponto abaixo da letra)  

> . > ,

Outros sinais aparecem no livro de Leão: obelisco, bráquia, ápices (“), divisão, ângulo (^), parágrafo (§).

?          interrogativo
!          admirativo
( )       parênteses
(         meio círculo
-         hífen
*         asterisco

Destes, o ângulo é uma evolução do circunflexo grego; mudou para o circunflexo atual.
“É importante observar que muitas gramáticas consideravam juntamente com os sinais de pontuação os sinais diacríticos e símbolos de estruturação tipográfica.”
Abaixo, segue texto extraído do sítio Wikipédia, que dará mais detalhes.


Reticências (...)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


O verbo latino tacere significava "calar", permanecer em silêncio, e deu lugar ao verbo francês taire. Em nossa língua, derivam-se de tacere palavras como tácito e taciturno, além de reticência, uma figura retórica que consiste em deixar incompleta uma frase, dando a entender, no entanto, o sentido do que não se diz e, às vezes, muito mais.
A palavra reticência provém do latim reticere (calar alguma coisa), formada mediante tacere precedida do prefixo "re-", que neste caso tem o sentido de retrair-se para dentro. A troca de "a" para "i" na passagem de tacere a reticere chama-se apofonia e ocorre com frequência nas raízes latinas empregadas em línguas romances.
No contexto, é lida como etecétera, que provém do latim: et cætera = e algo mais.


Aspas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

As aspas ou vírgulas dobradas são sinais de pontuação usados para realçar certa parte de um texto.
O aspecto gráfico das aspas pode variar conforme a área geográfica, e está relacionado com hábitos ortográficos e influências culturais. Assim, a mesma língua pode ter representações diferentes conforme cada país (português no Brasil / português em Portugal; inglês no Reino Unido / inglês nos Estado Unidos; alemão na Alemanha / alemão na Suíça; etc.).
Aspas na língua portuguesa
Em Portugal, usam-se tradicionalmente as aspas angulares (ex. «aspas» e ‹aspas›). São as aspas da tradição latina, usadas normalmente pelos tipógrafos.
No entanto, está a crescer em Portugal o uso das aspas curvas (ex. “aspas” e ‘aspas’). Isso deve-se provavelmente à omnipresença da língua inglesa, e devido à incapacidade de algumas máquinas (telefones móveis, caixas registradoras, impressoras específicas, calculadoras etc.) de representar as aspas angulares.
No Brasil, porém, o uso de aspas angulares é pouco conhecido, usando-se quase somente as aspas curvas, “aspas” e ‘aspas’. Isso pode ser verificado, por exemplo, na diferença entre um teclado português (que possui tecla específica para « e para ») e um teclado brasileiro (que possui outra tecla para o uso das aspas: " " e ' ').
Representação correta das aspas
Em qualquer caso, quando se pretende uma boa tipografia, deve-se evitar a representação das aspas curvas duplas por dois traços verticais: "aspas". Quando se pretende uma representação de qualidade, são preferíveis as aspas curvas duplas: “aspas”. Os dois traços verticais foram uma invenção do ASCII, para se chegar a um compromisso para a representação das aspas curvas duplas. Devido ao espaço limitado para codificar caracteres, o ASCII optou por uma representação única (") em vez de dois caracteres (“ e ”). O mesmo sucedeu com as aspas curvas simples: (') em vez de (‘ e ’).
Aspas em outros idiomas

Em certos idiomas, as aspas são usadas também para representar diálogos, substituindo o travessão.
Formas de representar as aspas

Existem vários aspectos gráficos para a representação das aspas, adotadas de maneiras diferentes em cada idioma. Os tipos principais são:

    «…» — usadas nos idiomas: albanês, alemão, amárico, árabe, arménio, basco, bielorrusso, catalão, espanhol, coreano, francês, grego, italiano, norueguês, persa, russo, turco, ucraniano.
    »…« — usadas nos idiomas checo / tcheco, croata, dinamarquês, esloveno, islandês.
    »…» — usadas nos idiomas: Finlandês, sámi, sueco.
    “…” — usadas nos idiomas: coreano, gaélico escocês, gaélico irlandês, hebraico, holandês, hindi, inglês (note-se que no Reino Unido, inverte-se o uso das aspas simples e duplas), letão, tailandês, urdu.
    „…“ — usadas nos idiomas: africâner, alemão, checo, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, estoniano, feroês, georgiano, holandês, húngaro, islandês, lituano, sérvio.
    „…” — usadas nos idiomas búlgaro, finlandês, polaco / polonês, romeno, sámi, sueco.
    — chinês, japonês
   
   
    — chinês, japonês; para texto vertical, apenas;


Travessão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O travessão (ou risca) não é o mesmo que um hífen nem que uma meia-risca (ou "traço de ligação", ou risca de meio-quadratim).

    A meia-risca, menor, serve para ligar elementos em série (ex.: 1997–2006 ou A–Z).
    O hífen, ainda menor, serve para unir palavras compostas (ex.: couve-flor) e fazer a translineação (divisão de uma palavra no final de linha).


Colchete ([])
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Colchete, ou parêntese reto, é um símbolo utilizado na língua portuguesa, na matemática e também na informática. Em alguns casos, os parênteses têm maior precedência do que os colchetes, noutros casos a precedência é igual.Também serve para as linguagem cientifica.Também quando se deseja inserir,colocar uma reflexão. Ex.:Alencar,José de.O guarani, 2 ed.Rio de Janeiro,B.L, Garmir Editor[1864] Os seus símbolos são os seguintes: [ para abrir e ] para fechar.

Emprego dos Colchetes

Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:

    Em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.

Por Exemplo: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)

    para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.

Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:

    - Bo ta bon? [Você está bem?]
    - Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]

    . para inserir comentários e observações em textos já publicados.
Por Exemplo: Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"]

    . para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.
Por Exemplo: "É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis)[1].

Informática

Em diversas linguagens geralmente são utilizados para formulação de listas e arrays. Exemplo: [4, 1, 9] é um conjunto sequencial dos inteiros 4, 1 e 9.


Estes e outros sinais de pontuação, além de diversos sinais gráficos não usados na pontuação, estão na página da Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontua%C3%A7%C3%A3o. Como meu objetivo, aqui, não é expor cada um dos muitos sinais que existem, retornemos à história dos sinais de pontuação.
Como já observamos, a pontuação criada pelos alexandrinos obedecia à melodia e às pausas respiratórias da frase. Tal procedimento perdurou até a Idade Média. Nessa ocasião, houve a introdução do critério lógico-gramatical, em que o sinal de pontuação passou a marcar a fronteira entre os constituintes. Com isso, a sentença passou a ser a unidade básica da pontuação, não o texto, como se procedia até então.

Critério dos sinais:
A)      rítmico-melódico-respiratório (ou fônico),
B)       gramatical (ou lógico-gramatical, ou semântico) e
C)       sintático.

“Em geral, nossas gramáticas seguem critérios fônicos, semânticos e sintáticos para tratar o emprego dos sinais de pontuação, porém, ao orientar seu uso, detêm-se no critério sintático.”
“Em geral, as gramáticas não dedicam muitas páginas ao estudo da pontuação, por ser este um assunto meio nebuloso para os estudiosos. Essa imprecisão, de acordo com Rocha (1996, p. 2),ocorre em virtude de fatores como: a natureza da pontuação e a forma como surgiu este sistema.
“Parte dos problemas que enfrentamos ao fazer a pontuação de um texto deve-se ao fato de que esse sistema se apresenta como um código criado para representar aspectos da língua oral, impossíveis de serem expressos pela escrita. (...) O segundo argumento refere-se ao fato de que a pontuação foi criada em época posterior ao aparecimento da escrita e de maneira gradativa.”

Motivos dos sinais

A pontuação foi motivada:
a) pelo próprio escriba (usando os critérios fônico e gramatical),
b) pela necessidade de servir como elementyo auxiliar na recitação de textos (usando o critério fônico) e
c) para servir consoante a necessidade de se demarcarem as sentenças, os constituintes, as inevrsões de sintagmas, entre outras coisas, à medida que se percebia a importância desses dados para a compreensão do texto.

Vale dizer que, com o surgimento da pontuação, a prosa ganhou proeminência sobre a poesia e surgiram até novos gêneros literários, como o romance de aventuras grego.
“Com o desenvolvimento dos estudos lingüísticos, chegou-se à conclusão de que a escrita e a oralidade são modalidades da língua com características próprias. Hoje, vê-se o texto verbal como imagem. Por isso a pontuação já está sendo observada numa dimensão semiótica: um traçado que gera significação. Em virtude disso, muitos estudiosos defendem a idéia de que a gramática normativa comete um grande equívoco em incluir o elemento fônico como fundamento para se pontuar um texto, ao lado do critério lógico-gramatical.” Um texto pode começar com uma vírgula, por exemplo.
“Segundo Rosa (1993), épocas diferentes podem apresentar realizações diferentes, em virtude da mudança de parâmetros. Como auxiliares de leitura em voz alta, os sinais de pontuação indicavam também como se deveria dizer, e não eram apenas parte da transcrição do que se dizia, como muitos pensavam. Com base nisso, a pesquisadora sustenta a idéia de que a pontuação deve centrar-se na estrutura sintática. Esta fornecerá a chave para as relações que as palavras criam entre si, no âmbito do texto. A leitura em voz alta, de acordo ainda com Rosa (1993), não pode ser identificada com língua oral porque a prosódia não é a mesma da fala normal. Além do mais, o escritor pode indicar a entonação a partir de outras formas como sublinhado, mudança do tamanho do tipo ou de cor, o emprego de capitulares, entre outros recursos.”
“Os defensores da opinião de que os textos devam ser pontuados obedecendo à motivação sintática e semântica argumentam que não existe razão de se pontuar um texto com base na dimensão fônica, pois ela está relacionada à oralidade; não à escrita, modalidade com normas próprias. É necessário, entretanto, considerar que, embora a atividade oral e a atividade gráfica se constituam sistemas semióticos distintos, não podemos negar que a escrita está ligada à oralidade, pois fazem parte do mesmo sistema lingüístico.
Molica (1993, p. 97) acredita que até mesmo a pontuação que se observa na escrita, absolutamente proscrita pela gramática, como a separação do sujeito e predicado do verbo e seus complementos pela vírgula é compreensível. Em geral, verifica-se uma pausa respiratória quando o sujeito é extenso ou o período é longo.”
“A pontuação, ainda, dando destaque aos termos invertidos ou aos topicalizados, fará emergir o caráter argumentativo do texto.” Ou seja, aqui nasce o modelo argumentativo de texto.
“A dimensão enunciativa revela-se por meio da expressividade. Atualmente, com o desenvolvimento dos estudos lingüísticos, é impossível ignorar  o caráter subjetivo de um texto. Observamos que, assim como duas pessoas não pontuam de forma idêntica, um indivíduo não emprega, do mesmo modo, em um mesmo texto, os sinais de pontuação em momentos distintos. (...)Câmara (1999, p. 58) observa que a língua escrita se apresenta ‘mutilada’ em confronto com a modalidade oral da língua. Desse modo, essa deficiência própria dessa modalidade da língua deve ser suprimida de alguma forma, em prol de uma possível ‘reconstituição’ do que se falaria (mesmo que mentalmente) antes (ou durante) a construção do texto.”
“Mais tarde, após o surgimento da escrita, passou a haver um grande interesse pelos recursos da língua, ao mesmo tempo em que ocorria a sistematização da arte poética. Acredita-se que houvesse entre eles, de forma clara, a noção do poder que tem a palavra de seduzir, persuadir, sugerir e até mesmo enganar.
As formas de expressão e de argumentação da língua passaram a ser cultivadas com o propósito de auxiliar os pequenos proprietários de terra da Grécia Antiga a defender seus direitos dos desmandos dos tiranos. À arte do discurso, deu-se o nome de Retórica.
A seguir, trechos extraídos do endereço http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/:

As mais incríveis confusões causadas pela vírgula
data de publicação: agosto 15, 2008 em: Curiosidades, mundo gump, Textos, Uncategorized | comentário : 27

A VÍRGULA FATAL

A czarina russa Maria Fyodorovna certa vez salvou a vida de um homem, apenas mudando a vírgula de sua sentença de lugar. Muito inteligente, ela que não concordava com a decisão de seu marido, Alexandre II, usou o artifício a seguir.
O Czar enviou o prisioneiro para a prisão e morte no calabouço da Sibéria.
No fim da ordem de prisão vinha escrito: “Perdão impossível, enviar para Sibéria”.
Maria ordenou que redigissem nova ordem, e fingindo ler o documento original, mudou uma vírgula,  transformando a ordem em: “Perdão, impossível enviar para Sibéria” e o prisioneiro foi libertado.

A VÍRGULA DE UM MILHÃO DE DÓLARES

Pode parecer incrível, mas uma única vírgula causou uma confusão e prejuízo terrível para o governo dos EUA. A história é a seguinte: na lei de tarifa alfandegária aprovada pelo congresso em 6 de junho de 1872, uma lista de artigos livres de impostos incluía: “plantas frutíferas, tropicais e semi-tropicais”.
Na hora de escrever o documento, um funcionário público distraído acrescentou sem perceber uma nova vírgula, deixando o texto assim: “plantas, frutíferas, tropicais e semi-tropicais”
Isso fez com que todos os importadores de plantas americanos pleiteassem o direito de importação livre de impostos. Isso causou uma fortuna em impostos aos cofres dos EUA, e a lei só foi reescrita em 9 de maio de 1894. O desastrado funcionário público, ao que parece, não foi demitido.

A VÍRGULA DA BLASFÊMIA

A vírgula já causou embaraço também para os religiosos. Em várias edições da Bíblia do rei James, Lucas 23:32 é alterado inteiramente pela maldita vírgula. Não por ela, mas sim pela falta dela. Na passagem que descreve os outros homens crucificados com Cristo, as edições erradas dizem: “E havia mais dois outros malfeitores.” A falta da vírgula colocou Cristo como malfeitor na própria Bíblia. O correto seria “E havia mais dois outros, malfeitores.”

Em Lc 23:32 encontramos:

Modern Greek
Εφεροντο δε και αλλοι δυο μετ' αυτου, οιτινες ησαν κακουργοι δια να θανατωθωσι.

Textus Receptus
ηγοντο δε και ετεροι δυο κακουργοι συν αυτω αναιρεθηναι

Nova Vulgata
Ducebantur autem et alii duo nequam cum eo, ut interficerentur.

New International version
Two other men, both criminals, were also led out with him to be executed.

Almeida Corrigida e Revisada Fiel
E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.

Almeida Revisada Impensa Bíblica
E levavam também com ele outros dois, que eram malfeitores, para serem mortos.

Nova Versão Internacional
Dois outros homens, ambos criminosos, também foram levados com ele, para serem executados.

Sociedade Bíblica Britânica
Eram também levados dois outros que eram malfeitores, para serem mortos com ele.

Versão católica
Eram conduzidos ao mesmo tempo dois malfeitores para serem mortos com Jesus.


Veja, também, mais um exemplo retirado do seguinte endereço eletrônico: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u654471.shtml.


"Clarice," inclui vírgula em título de biografia para lembrar estilo de escritora


A capa de "Clarice,", a biografia sobre Clarice Lispector (1920-1977) que chega às livrarias nesta quinta-feira, traz uma imagem da escritora na máquina de escrever. A cena foi retratada pela prestigiada fotógrafa Claudia Andujar.
O uso da vírgula após o nome "Clarice" no título é uma referência ao estilo de escrever da autora, que adorava esse sinal gráfico. O título original do livro não destacou esse detalhe.





Aqui, termino este breve ensaio sobre a pontuação. Mas há mais observações a serem feitas que, neste trabalho, não coube explicitar. Para mais detalhes, consultar as fontes de informações abaixo.




Fontes de informações

MARTINS, Aira S. R., Norma e estilo no emprego da pontuação. In: SIMÕES, Darcília (org.), Língua Portuguesa e ensino: reflexões e propostas sobre a prática pedagógica. São Paulo. Factash Editora, 2012.

pt.wikipedia.org

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