quinta-feira, 9 de outubro de 2014

EXEGESE DA SEGUNDA EPÍSTOLA UNIVERSAL DO APÓSTOLO SÃO JOÃO


Minhas observações sobre 2Jo.



            Pela exiguidade das duas últimas epístolas de João, dificilmente, estes textos seriam conservados no cânon. Porém, como a elas muitos autores antigos fizeram referências, como Policarpo (Phil. 7,1), Irineu (Adv. Haer. 1,16), o cânon Muratori, Tertuliano (De Carne Christi, 24), Prisciliano, Rufim, Agostinho etc., permaneceram na Bíblia.
            Segundo os estudiosos, esta epístola foi escrita por volta do ano 90 d.C.
Embora haja dúvidas quanto ao autor (ou autores) do material joanino (corpus joaninum) - o evangelho, as epístolas e o Apocalipse -, nas introduções, as três epístolas, são normalmente tratadas como uma unidade. Esta análise, que, agora, propomos, foca-se na Segunda João, mas, sempre que nos parecer necessário, agrupá-las-emos, pois não há qualquer razão convincente de que não provieram todas as três da mesma escola de tradição, ainda que mais de um autor tivesse se envolvido em sua escrita.
Tal como no caso das cartas Aos Hebreus e De Tiago, ainda que a primeira epístola de João seja chamada de “epístola”, nada há de epistolar na mesma. Mais, provavelmente, trata-se de um tratado, de uma dissertação, que visava uma situação particular na igreja, e não uma congregação ou um grupo de congregações cristãs, como se dá no caso de uma carta. Em contraste com isso, Segunda e Terceira João são, definitivamente, dotadas de natureza epistolar. A atração de todas as três, contudo, reside na simplicidade e no poder de seu testemunho, no sentido que Deus é amor (ἀgάph), e que a verdadeira espiritualidade consiste no amor. Estas cartas também atacam a heresia gnóstica incipiente; e, assim, juntamente com as chamadas epístolas pastorais, I e II Timóteo e Tito, II Pedro, Judas e Colossenses (e talvez até mesmo Efésios), elas se tornaram parte do que se tornou conhecido por literatura de heresia, isto é, a porção do N.T. que foi escrita para combater as primeiras heresias que surgiram no seio do cristianismo.[1] Essas epístolas de João também vieram a ser classificadas junto às epístolas católicas, alinhando-se ao lado das epístolas de Tiago, de I e II Pedro e de Judas. Todas elas recebem essa designação. O significado ordinariamente dado ao termo católica, quando aplicado a essas epístolas, é que tencionavam ser universais, ou seja, foram dirigidas à igreja em geral, ou ao cristianismo de uma área geral, e não a alguma comunidade cristã em particular e muito menos, ainda, a algum indivíduo isolado. Esta concepção patrística, porém, será contestada e modificada, mais tarde, por exegetas modernos.
2Jo foi citada pelos primeiros padres da Igreja, quer diretamente, quer indiretamente. Devemos saber distinguir os ecos e as influências literárias do material em comum e das citações diretas. Nunca será fácil perceber se algum dos pais da igreja cita uma obra diretamente, a menos que se faça uma tradução de palavra por palavra, ou se houver a identificação de suas palavras como uma citação. No caso das epistolas católicas somente I Pedro e as epístolas joaninas gozam de confirmação verdadeiramente antiga (antes do século III d.C.). No caso de I João, há citações extraídas dos manuscritos dos primeiros pais da igreja, embora não exista qualquer afirmativa de que o apóstolo João a escreveu, senão já no fim do segundo século de nossa era. No caso específico de 2 João, o Cânon Muratoriano (180 d.C. a 200 d.C.) arrola-a como obra canônica e joanina (junto com as duas outras epístolas). Este Cânon Muratoriano foi aceito por Orígenes, Clemente e seus sucedâneos alexandrinos. A segunda e a terceira epístolas são alvo de dúvidas desde o início, talvez devido à brevidade de sua extensão.
Assim, por exemplo, o capítulo sétimo de Ad phillipensis de Policarpo de Esmirna se assemelha a 2Jo 7. Alguns especialistas dizem que 2Jo inspirou Policarpo, que teria sido seu discípulo direto; outros, que Policarpo inspirou João. Irineu também faz citações extraídas da segunda epístola de João, quando se refere aos pseudoprofetas de 2Jo 7,8. Desta maneira, nos primeiros séculos do primeiro milênio depois de Cristo, a patrística não pode dar nenhuma confirmação peremptória a respeito da autoria da Segunda epístola de João. Estudiosos posteriores se dividiram entre a) aqueles que viam, no Evangelho e na Primeira Carta, o mesmo autor, b) aqueles que viam, na Segunda, na Terceira e no Apocalipse, o mesmo autor e outros, com suas variadas propostas – quase todas as combinações foram algures propostas. Não há maneira certa de alguém resolver o problema de autoria dessas epístolas. Devemos observar que, no tocante às epistolas de João e ao livro de Apocalipse, não há qualquer declaração, nessas obras, de que foi o apóstolo João quem as escreveu; e isso nem ao menos foi sugerido até o fim do século II d.C. Portanto, sem importar o que cremos sobre a autoria desses livros, tal crença deve repousar, pelo menos em parte, sobre a tradição ou conjectura, porque nenhuma evidência interna serve para comprovar qualquer coisa. O material joanino, além do evangelho de João, desde tempos antigos, vem sendo atribuído a João, filho de Zebedeu, o mesmo João que repousou a cabeça no peito de Jesus (João 13:25) e estava ao lado de Maria, mãe de Jesus, aos pés da cruz (João 19:25-27), segundo a Tradição; mas há estudiosos que o têm atribuído ao João aludido por Papias, o ancião de Éfeso (que não era o apóstolo do mesmo nome). E ainda outros estudiosos, nos tempos antigos, não faziam qualquer ideia quanto à sua autoria, conforme nos mostra Orígenes, nos meados do século terceiro de nossa era. Outros preferem que o autor seja João Batista (esta proposta, todavia, enfrentaria várias dificuldades, como o fato deste João ter morrido bem antes de Jesus). Se a autoria é contraditória, não menos é a datação. Os estudiosos dividem-se entre algumas datas possíveis no século primeiro e no segundo. As nuances que contribuem e interferem na exegese de 2João são muitas e não serão contempladas todas aqui, pois exigiria mais espaço e não é nosso objetivo.
Mais polêmica, talvez, seja a discussão que se dá em torno dos destinatários da segunda carta. A priori, todas as três epístolas de João parecem ter sido destinadas às comunidades eclesiais da Ásia Menor, onde vários membros seriam conhecidos do autor sagrado; mas, como vimos acima, 1Jo possui uma redação típica de uma exposição universal, não de uma carta; e a Segunda Epístola Católica do Apóstolo João, como veremos, pode não ter sido escrita para uma pessoa ou alguma comunidade local. A tradição universal, porém, diz que estas epístolas foram enviadas à província romana na Ásia, território atualmente correspondente à Turquia. As principais cidades dessa área seriam aquelas sete que figuram no Apocalipse: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, além de Colossos e Hierápolis. Para essa área em geral também foram enviadas a primeira e a segunda epístolas de Pedro e a epístola de Judas. Com esta análise, a possibilidade de o destinatário de 2Jo ser uma comunidade eclesial da Ásia ganha força. Estas cartas teriam o propósito de combater o protognosticismo nascente. Portanto, a literatura de heresia surgiu a fim de combater os assédios dos gnósticos naquela região, além de dar instruções éticas necessárias aos crentes dali (o que parece corroborar com o conteúdo e as intenções comunicativas do autor de Segunda João). Apesar de não haver evidências esmagadoras em favor da Ásia Menor, como destino, esse destino simplesmente não tem rival. Alguns poucos manuscritos trazem títulos que destinam as epístolas de João a parthos. Mas não há qualquer tradição que vincule João aos partas (antigo reino a sudoeste do mar Cáspio). Clemente de Alexandria aludiu a essas epístolas como escritas às “virgens”, e alguns estudiosos têm conjecturado que parthos seja abreviação ou corruptela de parthenos (virgem). Mas outros dizem que parthenos teria sido uma explicação para um original parthos. Agostinho repetiu a identificação de parthos como o destino dessas epístolas. Mas todas essas tradições são mal definidas e envolvem obscuridades. Em todo o caso, especificamente sobre a Segunda epístola católica de João, este problema volta-se para o sintagma nominal Senhora Eleita (Ἐklekt kurίᾳ, Eclectḗi cyríai). Muitos estudiosos viram, neste destinatário, uma mulher mãe de filhos e, provavelmente, chefe de uma comunidade cristã. A maioria dos especialistas, porém, atribuem esta misteriosa designação a uma comunidade eclesial – o que afastaria o estilo do início desta carta da designação “Anjo” encontrada no Apocalipse e que se refere ao guardião celestial da comunidade, e não a um homem comum, um pastor ou líder local (p.e., Ap 2:12). Tanto Anjo (ou anjo) quanto Senhora Eleita aparecem como elementos de interlocução nestes livros, e, se lastrarmo-nos na hipótese de que o mesmo João que escreveu o Apocalipse foi o mesmo que escreveu a Segunda Carta, soaria improvável que o autor usasse dois semelhantes elementos de interlocução com dois significados diferentes, ou seja, Senhora Eleita como uma comunidade local e Anjo como um indivíduo guardião celeste. Esta análise, portanto, daria força a autorias diferentes. No que pesa à hipótese de a Senhora Eleita ser uma mulher, o “anjo” de Apocalipse 2:12 guarda, ao menos, uma semelhança: ambos são um só indivíduo. Agora, diferentemente, esta análise daria força a autorias iguais. E agora? Como sair deste impasse? Propomos que o elemento peremptório para acusar a melhor alternativa seja o conteúdo da carta. No que pesa à hipótese de a Senhora Eleita ser uma comunidade, está, a favor, o argumento de que os problemas eclesiológicos tratados na carta se acomodam melhor a esta possibilidade de interpretação, e, sendo assim, a possibilidade de o destinatário de 2João ter sido uma comunidade eclesial é mais provável.
Segundo a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB -, a Segunda Carta de João é, na verdade, um “bilhete de amizade da parte do Ancião (no caso, João) de uma comunidade (a Irmã Eleita do derradeiro verso) à outra comunidade, a que ele quer bem e chama de Senhora Eleita (título que se refere ao povo de Deus”. Esta Irmã Eleita, segundo a Bíblia de Jerusalém, em nota, provavelmente seria a igreja de Éfeso, que, segundo comentário exegético da Nova Versão Internacional, seria capitaneada pelo próprio apóstolo João.
Na segunda e na terceira epístolas de João, o autor sagrado, chama a si mesmo de ancião, mas sem dar qualquer indicação que esclareça tal posição, pelo que tais epístolas são sinônimas. A primeira epístola de João, porém, nem ao menos alude ao ancião... Os falsos mestres gnósticos estavam conseguindo grandes conquistas na igreja, e tinham de sofrer oposição. Estavam reduzindo o Cristo anunciado pelos apóstolos, o Verbo encarnado, o Deus-homem, a mera emanação angelical de Deus. Negavam a realidade da encarnação, e viam o Espírito-Cristo meramente como um dos sombrios éons, o qual, por ocasião do batismo de Jesus de Nazaré, teria vindo possuir-lhe o corpo, usando-o como seu instrumento, até à sua crucificação. Por ocasião da morte, o éon teria abandonado a Jesus, pelo que sua morte, quando muito, teria sido a de um mártir por uma boa causa, mas sem valor como expiação. Os gnósticos, por conseguinte, degradavam tanto a pessoa como a obra de Cristo. Em lugar de Cristo, apresentavam um pseudocristo, dotado de uma missão diferente; um anticristo, assim como eles próprios! Alguns líderes cristãos tinham sido conquistados para os pensamentos dos gnósticos, e assim um evangelho não-cristão estava sendo impingido à igreja. Diótrefes (ver 3João 9), que assumira poderes ditatoriais sobre a igreja da região da Ásia Menor, provavelmente era um dos principais proponentes do gnosticismo da igreja. O que esse homem foi capaz de fazer, o que é descrito em 2João 9-11, demonstra a natureza crítica do problema que era enfrentado. O trecho de 1João 2:19 mostra, entretanto, que os verdadeiros crentes tinham obtido certa vitória sobre os mestres falsos, porquanto muitos deles tinham rompido comunhão com a igreja cristã. Os versículos sétimo a décimo primeiro mostram que a doutrina dos gnósticos se espalhara por muitos lugares da Ásia Menor, através de pregadores itinerantes, que se aproveitavam da boa vontade e da hospitalidade natural dos cristãos primitivos. Foi mister que o ancião advertisse à igreja que os supostos evangelistas-itinerantes de modo algum eram representantes da tradição apostólica. A igreja cristã foi avisada, pois, a não dar hospitalidade a tais homens, e a segunda epistola de João foi escrita essencialmente como advertência contra esses itinerantes pregadores gnósticos, embora o seu conteúdo não verse exclusivamente sobre esse tema. A presente epístola, naturalmente, é a mais polêmica de todas, mas polêmicas também são as demais epístolas joaninas. O grande tema do amor é novamente salientado (ver os versículos quarto a sexto); mas, devido à sua extrema brevidade, somente esse tema, além daquele que trata da defesa da verdade cristã contra os assédios da heresia, é abordado nesta epístola. E, agora, no nosso trabalho.
A epístola inicia com o sujeito ὁ presbteroς, ho presbyteros, que pode ser um ancião ou líder da comunidade destinatária da carta, mas muitos enxergam, nesta expressão, uma ligação com o autor do evangelho. Há uma tendência, por parte de muitos, que este ancião seja uma espécie de bispo ou supervisor da Igreja antiga, o que preludiaria a figura do bispo católico na modernidade.
Este presbítero tem como preocupação premente orientar seus leitores a permanecerem na verdade[2], outrora, anunciada, a estarem firmes na vontade e nas determinações passadas e cultivarem a prática do amor.
Para o ancião, a igreja era algo amado; ou então a matriarca Eleita Kiria era assim chamada. Se, porventura, está em foco uma pessoa literal, então suas obras eram de tal natureza que toda a igreja da Ásia Menor assumira para com ela grande dívida de gratidão, que o ancião, agora, reconhece. No original grego, a palavra oὕς, quem, é plural, de tal maneira que tanto a senhora como seus filhos são, aqui, chamados amados. Na tradução para o português, esta palavra pode ser traduzida pela expressão aos quais.
Aqueles que conhecem a verdade são os membros da igreja, em contraste com os hereges gnósticos, os quais pervertiam a verdade (vv. 7 e 11). Todos os crentes verdadeiros amavam a essa senhora eleita, Eleita Kiria. Esta porção do versículo favorece um pouco a interpretação literal, no sentido que uma mulher está aqui endereçada, porquanto, doutro modo, a igreja seria retratada como quem ama a si mesma. Naturalmente, isto é um uso possível, embora improvável. Além disto, isto indicaria que as outras igrejas estimavam a comunidade cristã da Ásia Menor, amando-a como comunidade de crentes.
Por causa destes periclitantes gnósticos, o ancião afirma a urgência de se permanecer na verdade. Mas este clamor não se dirige a quem não sabe o que é a verdade, mas àqueles que já sabem que ela é a genuína fé cristã, o evangelho apostólico, em contraste com o sistema falso dos gnósticos.
A palavra verdade figura cinco vezes nos versículos primeiro a quarto, e, se o uso que se faz desta palavra se assemelha ao que aparece em 3João, onde ela é precedida pelo artigo definido, isto apontaria para o próprio evangelho ensinado pelos apóstolos o qual retinha a verdadeira doutrina de Cristo, que é a Verdade personificada (João 14:6). Mas, somando as ocorrências deste vocábulo no evangelho e nas epístolas, ao todo, verdade aparece 74 vezes!
A fidelidade das comunidades à verdade apostólica garantia a genuína solidariedade, e o amor. Ao passo que aqueles protognósticos mascaravam esta verdade, deturpando-a À medida que limitavam e minoravam a pessoa de Cristo, bem como sua missão e seu messianismo de serviço.
Consoante se percebe no versículo 2, a verdade habita e permanece nos crentes e, assim, é potente para transformar o caráter e dissolver a confusão.[3] A verdade, na qualidade de poder residente e permanente, que nos leva a nos amarmos mutuamente. A verdade é a base do amor.
Todas as transmissões e benefícios divinos são conferidos em amor, sendo essa a base dessas bênçãos, não menos que a verdade (João 3:16; 1João 4:8). O amor é nota essencial desta carta. Nos versos 4 a 6, o hagiógrafo se ocupa do mandamento do amor, assunto já exposto à exaustão na primeira carta.
O autor ordena que os seus leitores amem-se uns aos outros e coloca a prática caritativa como prova da autenticidade da identidade cristã (conditio sine qua non). Todavia, este mandamento joanino não isenta a comunidade de recusar hospitalidade aos falsos mestres. Amar (em grego, ἀgapάw; agapáō, transliterado para caracteres latinos), é uma das palavras que podem expressar o conceito de amor no Novo Testamento.gapάw indica uma ligação racional e judiciosa fundamentada na convicção de que seu objeto é digno de estima ou merecedor desta por conta de benefícios concedidos. Φilέw (philéō) representa um sentimento mais caloroso, mais instintivo, mais intimamente ligado ao sentimento e envolve mais a paixão. Por isso, ἀgapάw é representado pelo termo latino dĭlīgo, que possui a mesma raiz de dĭlĭgentia, ou seja, palavras que explicitam uma característica de racionalidade e vontade; assim, a ideia fundamental de dĭlīgo é seleção, a escolha deliberada, com fundamentos suficientes, de um entre muitos como o objeto de estima.[4]
Assim, filέw enfatiza o elemento afetivo do amor, e ἀgapάw, o elemento racional, inteligente – aliás, racionalidade e inteligência são características intrínsecas à verdade, bem como requisitos mínimos para sua distinção. Em Mateus 22:37, em 1Coríntios 8:3 e aqui, em João, os homens são ordenados a ἀgapn, agapân, isto é amar. Mas amar conforme o significado que o verbo possui no infinitivo presente ativo: amar e estar amando, ou seja, o amor como ato contínuo e progressivo.
Em nenhuma outra passagem bíblica, verdade e amor justapõem-se num mesmo sintagma nominal.
João também não usou ἐrάw, eráō, a paixão sensual, vocábulo do qual fazem uso Platão e os neoplatônicos.




[1] Mais informações sobre esse combate contra as heresias bem como suas especificidades podem ser encontradas em CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Vol. 6. Candeia, 1996. Págs. 304-313; e _____________. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol.3. Hagnos, 2001. Págs. 530-554.
[2] lqeia, em grego, alḗtheia, transliterado para caracteres latinos, verdade ou realidade, na tradução para o português. Na Grécia, definia-se verdade como sendo algo real, em oposição ao falso e ao irreal (ver ROBINSON, E. Léxico grego do Novo Testamento. CPAD, Rio de Janeiro, 2012.). Assim, nota-se com mais profundidade, a preocupação do autor com os ataques docetistas à comunidade eclesial destinatária da carta. Para ele, verdade é a revelação de Deus em Jesus Cristo.
[3] Mais passagens que tratam da verdade: Gálatas 2:5; 3:1; 5:7; Efésios 1:13; 4:21; Colossenses 1:5; 2Tessalonicensses 2:10,12,13; 1Timóteo 2:4; 4:3; 2Timóteo 2:18; Tito 1:4
[4] O termo dĭlīgo aparece na Vulgata, em 2Jo, flexionado também na primeira pessoa do plural: dĭlīgimus. Ou seja, o autor, primeiramente, coloca-se como modelo (atitude típica de um líder ancião) quando usa dĭlīgo, para requisitar a mesma atitude de amor racional e justo (agapáō) de seus interlocutores.

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