sábado, 13 de julho de 2013

A revelação básica nas Escrituras Sagradas, de Witness Lee - Capítulo 1





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A REVELAÇÃO BÁSICA NAS ESCRITURAS SAGRADAS






Witness Lee








©1984 Living Stream Ministry



Edição para Língua Portuguesa
© 1991 Editora Árvore da Vida



Título do Original Inglês:
The Basic Revelation in me Holy Scriptures


Primeira Edição - Agosto/91
Segunda Edição - Abril/92



Traduzido e publicado com a devida autorização do Living Stream Ministry e todos os direitos reservados para a língua portuguesa pela Editora Árvore da Vida



Editora Árvore da Vida
Rua Gravi, 71, Saúde – 04143
São Paulo-SP – Brasil



Impresso no Brasil
pela Copiadora Árvore da Vida














ÍNDICE

Prefácio

1        O Plano de Deus

2        A Redenção de Cristo

3        A Aplicação do Espírito

4        Os Crentes

5        A Igreja

6        O Reino (1)

7        O Reino (2)

8        A Nova Jerusalém — a Consumação Final e Máxima (1)

9        A Nova Jerusalém — a Consumação Final e Máxima (2)

10      A Nova Jerusalém — a Consumação Final e Máxima (3)

11      A Nova Jerusalém — a Consumação Final e Máxima (4)










PREFÁCIO

Os capítulos neste livro são extraídos de mensagens dadas por Witness Lee em Irving, Texas, no outono de 1983. Eles cobrem a revelação básica e fundamental contida na Palavra de Deus. A Bíblia como a completa revelação divina é profunda, e embora revele muitas verdades, sua revelação essencial abrange sete verdades. São elas: O plano de Deus, a redenção de Cristo, a aplicação do Espírito, os crentes, a igreja, o reino e a Nova Jerusalém.
O plano de Deus inclui Seu bom prazer, Seu propósito, e Sua economia divina com Sua eleição, predestinação e criação do homem. Tudo o que Deus planejou foi cumprido por meio da redenção de Cristo. Para o cumprimento da redenção, Cristo deu quatro passos principais — encarnação, crucificação, ressurreição e ascensão. O Espírito todo-inclusivo que dá vida aplica tudo o que o Pai planejou e tudo o que o Filho cumpriu aos crentes, que são os componentes da igreja, a qual é o objetivo de Deus. O reino é a esfera ou o domínio onde Deus leva a cabo o Seu propósito, cumpre Sua vontade, exerce Sua justiça, exibe Sua multiforme sabedoria e governa em Sua vida. A Nova Jerusalém é a conclusão da revelação completa de Deus em Sua economia. Ela é a consumação final e máxima da obra de edificação de Deus ao longo de todas as gerações.
Aqueles de nós que estávamos nas reuniões quando estas mensagens foram dadas nunca poderemos esquecer a profundidade da revelação que fluiu. Muitos de nós sentimos que, pela primeira vez, vimos verdadeiramente a essência da revelação divina. A visão concernente a todas estas verdades preciosas foi profundamente trabalhada para dentro de nós enquanto a Palavra estava sendo aberta. Esta é uma palavra que todos os filhos do Senhor necessitam ouvir, e oramos para que o conteúdo deste livro seja uma palavra oportuna para muitos. Adoramos ao Senhor, pois Ele nos tem falado tal palavra todo-abrangente por intermédio de nosso irmão; e que ela possa tornar-se disponível a todos neste momento. Precisamos orar e ter comunhão sobre todos os versículos e assuntos contidos nos capítulos seguintes, confiando no Se­nhor a fim de que nos conceda uma visão clara sobre a revelação básica nas Escrituras Sagradas. Que o Senhor con­ceda a cada um de nós um espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento de todas essas verdades e que possamos experiencialmente entrar na realidade de cada uma delas. Oramos também para que essas mensagens produzam muitos frutos em toda parte da terra.

Dezembro de 1984                                   Benson Phillips
Irving, Texas




Capítulo Um

O PLANO DE DEUS

Leitura da Bíblia: Ef 1:4, 5, 9-11; 3:2, 8, 9, 11; Cl 1:25; 1 Co 9:17; 1 Pe 1:1,2; Rm 8:30; Gn 1:26a, 27; 2:7; Zc 12:1

A revelação divina nos sessenta e seis livros da Bíblia é extremamente profunda. Existem sete pontos básicos nesta revelação profunda. Os primeiros três pontos são o plano de Deus, a redenção de Cristo e a aplicação do Espírito. Esses três pontos envolvem a Trindade divina — Deus, Cristo e o Espírito. O que Deus planejou, Ele cumpriu pela redenção de Cristo. O que Ele cumpriu em Cristo, Ele aplica a nós por meio do Espírito. Os últimos quatro pontos são os crentes, a igreja, o reino e a consumação final e máxima, a Nova Jerusalém. Neste capítulo cobriremos o primeiro item da revelação básica na Bíblia — o plano de Deus.

O BOM PRAZER DE DEUS - O DESEJO DO SEU CORAÇÃO
A Bíblia revela claramente o plano de Deus. A maioria dos cristãos valorizam dois livros entre os escritos de Paulo — Romanos e Efésios. Romanos começa com a nossa condição como pecadores, gênero humano caído, mas Efésios inicia levando-nos para dentro do coração de Deus. Em Romanos 1 podemos ver a nossa condição de pecadores, mas em Efésios podemos ver que há alguma coisa no coração de Deus. A palavra beneplácito é usada duas vezes neste capítulo (vs. 5 e 9). Deus tem um beneplácito, e esse bom prazer é o desejo do Seu coração. Na eternidade passada Deus estava só. Não podemos imaginar como era a eternidade passada, mas Efésios 1 nos diz que antes da criação do universo Deus tinha um desejo no coração. Ele tinha um bom prazer. O que Ele queria pode ser expresso pela simples palavra "filiação" (1:5). Filiação é o desejo do coração de Deus.
Depois de Deus ter feito Adão, Ele disse que não era bom que o homem estivesse só (Gn 2:18). Esta palavra pode ser também aplicada a Deus na eternidade passada. Não era bom que Deus estivesse só. Ele tinha um desejo de gerar muitos filhos. Efésios 1 nos diz que Deus nos predestinou para a filiação. Muitos cristãos podem pensar que a predestinação de Deus é para a salvação; mas de acordo com Efésios, na eternidade passada o primeiro pensamento no coração de Deus não era salvação. Seu pensamento principal era a filiação. Deus preconhecia que Sua criação cairia. Por causa da queda, houve o plano de salvação, de modo que a salvação foi proposta para a filiação. O desejo de Deus é gerar muitos filhos.
Recentemente numa reunião de oração em Irving, Texas, vi três jovens. Ao olhar para a face deles, pude ver que eles eram os filhos de um certo irmão. Todos os três possuem uma forte semelhança com o pai; eles são a sua própria expressão.
Quanto mais filhos um pai tem, mais expressão ele tem. Romanos 8:29 nos diz que o Filho unigênito de Deus tornou-se o primogênito entre muitos irmãos. O Filho unigênito de Deus em João 1:18 e 3:16 tornou-se, por meio da ressurreição (At 13:33), o Filho primogênito. Primogênito implica que outros filhos vieram depois. Agora Deus não so­mente tem um Filho, mas muitos. O Filho primogênito de Deus, Cristo, tem milhões de irmãos. Ao longo destes vinte séculos muitos têm sido regenerados e, assim, têm-se tornado filhos de Deus. Todos esses filhos são os irmãos do primogênito Filho de Deus (Jo 20:17; Hb 2:10-12). Que filiação enorme!
Quando jovem, estive com alguns santos que conheciam muito bem a Bíblia. Eles enfatizavam a predestinação de Deus, mas nunca os ouvi dizer qual é o alvo da predestinação de Deus. Depois de muitos anos de estudo da Bíblia, vi que nós fomos predestinados para filiação. Subconscientemente eu pensava que éramos predestinados para salvação. Alguns diriam que fomos predestinados para os céus. Não é nem salvação nem os céus o alvo da predestinação de Deus; é a filiação (Ef 1:5).
A versão de João Ferreira de Almeida traduz essa pala­vra por "adoção de filhos", mas a palavra na língua original significa filiação. Ela não quer dizer filhos adotados por um pai, mas filhos nascidos diretamente de um pai gerador. O desejo do coração de Deus, então, é ter uma grande multidão de filhos que O expressem, não somente nesta era mas também pela eternidade.

O PROPÓSITO DE DEUS - SEU PLANO
Baseado no desejo do Seu coração, Deus estabeleceu um propósito (Ef 3:11). O propósito de Deus foi estabelecido de acordo com Seu bom prazer. Efésios 1:9 diz que Deus propôs Seu bom prazer. Isso significa que, de acordo com o que Ele desejava, Ele fez um plano. Desde que Deus tinha tal bom prazer, Ele fez um plano. Em Efésios 3:11 Paulo nos diz novamente que Deus fez um plano em Cristo, um plano eterno, um propósito eterno.

A ECONOMIA DE DEUS -SEU ARRANJO ADMINISTRATIVO
Economia é uma palavra aportuguesada do grego oikonomia. Ela significa a lei de uma casa, ou administração familiar. Em 1 Timóteo 1:4 essa palavra é usada para arranjo, plano, administração ou gerenciamento. No Velho Testamen­to a casa de Faraó necessitava de alguma administração familiar ou arranjo, e José foi colocado ali para tomar conta daquela administração. O que ele fazia era principalmente distribuir o rico alimento aos famintos (Gn 41:33-41, 54-57); e aquela distribuição era um dispensar. A administração da casa de Faraó foi uma economia levada a cabo para dispensar as riquezas ao povo. No Novo Testamento essa palavra é principalmente usada por Paulo. Mas a mesma palavra é usada pelo Senhor Jesus em Lucas 16:2-4, referindo-se ao mordomado de um despenseiro. José podia ser considerado como o despenseiro de Faraó, e sua responsabilidade, como sua economia. Aquela atribuição, seu mordomado, era para dispensar a rica comida que Faraó possuía para alimentar os famintos.

Sua Dispensação
Em Efésios, Paulo nos diz que ele foi designado por Deus como um despenseiro, e que, com isso, Deus deu-lhe a responsabilidade, o dever, o qual é chamado mordomado (3:2). A palavra grega para mordomado é a mesma palavra para dispensação. Quer seja ela traduzida por mordomado quer por dispensação, isso depende do contexto. Em Efésios 3:2, Paulo diz que Deus deu-lhe o mordomado da Sua graça. Então, a mesma palavra grega, oikonomia, é encontrada em 1:10 e 3:9, onde parece melhor traduzi-la por dispensação. Esta palavra "economia" denota principalmente um plano, uma administração, um gerenciamento, para dispensar as ri­quezas de uns para outros.
Paulo considerava que Deus tinha uma grande família para suprir com Suas riquezas. Em Efésios 3:8 ele diz que Deus o designou para pregar, ministrar, distribuir ou dispen­sar as riquezas insondáveis de Cristo. Essas riquezas estão na casa de Deus. Existe um depósito das riquezas insondáveis de Cristo, e Deus designou os apóstolos (Pedro, João, Tiago e Paulo) para serem despenseiros a fim de dispensar essas ri­quezas a todo o povo escolhido de Deus.
Mordomado é o mesmo que dispensar. José cumpriu seu mordomado dispensando comida. Sua responsabilidade, seu ofício, seu dever era distribuir a rica comida aos necessitados. Aquela distribuição era um dispensar.
Alguns mestres da Bíblia têm ensinado que existem sete dispensações na Bíblia. No Velho Testamento há as dispensações da inocência, consciência, governo humano, promessa e lei. Então, no Novo Testamento há a dispensação da graça nesta era e a dispensação do reino na era vindoura. Nessas sete dispensações, dizem eles, Deus trata com o homem de sete maneiras diferentes.
Isso pode estar correto, mas não se esqueçam que as dispensações são a administração familiar de Deus. Deus tem uma grande família, e nesta família Ele necessita de uma administração, um plano, um gerenciamento, para dispensar a Si mesmo para dentro de Sua família. O pensamento prin­cipal de Deus, desde a eternidade passada, era ter um arranjo ao longo das eras para dispensar-se para dentro de Seu povo escolhido e predestinado. A esses Ele faria Seus filhos infundindo-se para dentro deles para que pudessem ter a vida divina pelo novo nascimento.
Nas catorze epístolas de Paulo podemos ver que Deus tinha um bom prazer, de acordo com o qual Ele fez um plano, um propósito. Ele criou o homem à Sua própria ima­gem, e na plenitude dos tempos infundiu-se para dentro de todos aqueles criados e escolhidos para que eles pudessem tornar-se Seus filhos, expressando-O. Este é o plano de Deus e esta é a dispensação de Deus para o Seu dispensar.
Em português, as palavras dispensação e dispensar são ambas formas do verbo dispensar. Quando uso a palavra dispensação, quero dizer economia, arranjo ou gerenciamen­to. Mas, quando uso a palavra dispensar, quero dizer o distribuir das riquezas divinas para dentro do povo de Deus. Dispensação denota o arranjo, o gerenciamento, o plano, a economia. Dispensar refere-se ao distribuir do próprio Deus como vida e suprimento de vida para dentro de Seu povo es­colhido em Cristo.

Seu Dispensar
Em Efésios 1:10 e 3:9, a palavra oikonomia é usada para administração familiar, a qual é o plano de Deus para dispen­sar-se para dentro de Seu povo escolhido. Em Efésios 3:2, Colossenses 1:25 e 1 Coríntios 9:17 a mesma palavra refere-se ao mordomado de Paulo. A palavra mordomado é usada no sentido de dispensar. O mordomado de Paulo era o dis­pensar das riquezas insondáveis de Cristo para dentro do povo escolhido de Deus. Com Paulo, a palavra mordomado refere-se ao dispensar divino.
A palavra despenseiro é usada em 1 Pedro 4:10, que diz que todos nós precisamos ser bons despenseiros da multi-forme graça de Deus. A multiforme graça do rico Deus necessita de muitos despenseiros para dispensá-la; este dis­pensar é o mordomado deles.
O que estou fazendo neste ministério é dispensar as ri­quezas de Cristo. Se você me disser que sou um bom mestre da Bíblia, aprecio sua palavra, mas não gosto de ouvi-la. Não me considere um mestre! Sou um despenseiro! Não estou meramente ensinando a Bíblia; estou dispensando. Certa vez fui tomar uma injeção contra gripe. Havia uma longa fila de pessoas, e todos tínhamos de oferecer nosso braço de modo que pudéssemos tomar a injeção. Em meu ministério quero dar às pessoas uma injeção das riquezas de Cristo! Tenho a plena certeza de que quem quer que venha a este ministério, obterá tal injeção!
Nosso mordomado hoje é o mesmo de Paulo. O mor­domado de Paulo era simplesmente aplicar uma injeção nas pessoas, isto é, distribuir, dispensar as riquezas insondáveis de Cristo para dentro do povo escolhido de Deus. Esta é a economia de Deus, Seu plano, Sua administração.

A ESCOLHA DE DEUS
Deus tem um bom prazer, e segundo o Seu bom prazer Ele fez um plano. Por conseguinte, Ele arranjou uma administração universal de Sua casa para dispensar Suas ri­quezas para dentro de Seu povo escolhido. Então nos selecionou, não somente antes de sermos criados, mas também antes da fundação do mundo (Ef 1:4; 1 Pe 1:1, 2). Nada de Sua criação tinha vindo ainda à existência quando Ele nos selecionou.
E difícil comprar coisas em um shopping center porque existem muitas coisas para escolher. As pessoas não compram cegamente; elas consideram e escolhem cuidadosamente o que comprarão. Na eternidade passada, antes de Sua criação, Deus me viu e disse: "Eu gosto deste." Sem ter sido escolhido, não creio que me teria tornado um cristão. Mesmo tendo nascido no cristianismo, eu não era um cristão até os dezenove anos. Fui educado dentro do cristianismo, mas ain­da não cria. Entretanto, um dia Deus me tocou e disse: "Eu quero você." Naquele dia fui capturado. E quanto a vocês? Atrás do cenário há uma mão poderosa e eterna dirigindo todas as coisas. Nossa seleção é uma coisa maravilhosa.
Nosso Pai celestial fica alegre quando nos vê. Somos o desejo de Seu coração, Seu bom prazer. O prazer de Deus não está na lua, no sol, no céu ou na terra. Ele nos diz clara­mente em Sua Palavra que Ele não fica satisfeito apenas com a terra e o céu. O que O satisfaz é Seu povo escolhido. Somos Seu bom prazer, e Seu plano foi feito para nós.

SUA PREDESTINAÇÃO
Seguindo Sua escolha, Deus nos predestinou (Ef 1:5; Rm 8:30). A Nova Tradução Bíblica de Darby* traduz esta palavra "predestinados" em Efésios 1:5 como "marcados de antemão." Você já havia percebido que antes da fundação do mundo fora marcado? Você não pode escapar da mão de Deus. Tentei um bom número de vezes, mas nunca consegui! Quanto mais tentava, mais forte Ele me agarrava. Aonde você irá para escapar de Deus? Aonde quer que você vá, ali está Ele (SI 139:7-10). Algumas vezes pode ser que você tenha se aborrecido por vir às reuniões da igreja e decidiu ir a algum outro lugar. Quando chegou lá, o Senhor Jesus estava lhe esperando! Isso mostra que você foi marcado.

A CRIAÇÃO DE DEUS
Após o bom prazer de Deus, após o Seu plano (arranjo, administração, economia), após Sua escolha e Sua predestinação, Ele veio à Sua criação. O registro da criação do homem por Deus é muito breve. Há somente dois versículos. Gênesis 1:26 é a própria palavra de Deus, e o versículo  seguinte  é  o  registro de  Moisés.   Nesses  dois versículos estão três pontos cruciais.

__________
*N. do T.: Versão em inglês.


O Conselho da Trindade Divina
Primeiro, o versículo 26 indica a Trindade divina. A palavra Elohim (Deus) é plural, e na Sua própria fala Deus usa as palavras "Façamos" e "nossa": "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança." Os pronomes referentes a Deus estão no plural. É fácil perceber que isso implica na Trindade divina.
Alguns mestres têm salientado que quando Deus disse: "Façamos o homem...", isso era uma conversa em uma reunião. A Trindade divina teve uma reunião para considerar a criação do homem. Ao criar outras coisas, não houve tal conversa registrada. A criação do homem, então, deve ter sido crucial. Criar o céu e a terra não foi tão importante como a criação do homem. O homem é o centro do propósito de Deus na criação.
A Criação do Homem à Imagem de Deus, Conforme a Sua Semelhança
O segundo ponto é que somente o homem foi feito à imagem de Deus e conforme a Sua semelhança. O tigre não foi feito à imagem de Deus, nem o elefante foi feito con­forme à Sua semelhança. Gênesis 1:26 diz: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança."
Imagem refere-se ao ser interior; semelhança refere-se à expressão exterior. Você pode referir-se a Colossenses 1:15, que fala de Cristo como a "imagem do Deus invisível." Como pode um Deus invisível ter uma semelhança exterior? Não posso explicar isso. Isso é um mistério. É como em João 1:14, que diz que Deus como a Palavra tornou-se carne. Em Gênesis 18, entretanto, Ele apareceu a Abraão como um homem. Abraão lavou Seus pés e preparou uma refeição para Ele (vs. 4-8). Ele apareceu novamente em Juizes 13, dessa vez à mãe de Sansão. Ela viu esse Homem, que, após falar-lhe e a seu marido, ascendeu (v. 20). Eis aqui uma ascensão antes de Atos 1! Como podemos conciliar essas porções do Velho Testamento com o Novo? Não podemos.
É igualmente uma maravilha, um mistério, que Deus tenha criado o homem à Sua imagem. Em 2 Coríntios 3:18 diz que estamos sendo transformados à Sua imagem. Em Romanos 12:2 diz que somos "transformados pela renovação da mente." Esses versículos indicam que a imagem é algo in­terior, composta da mente, emoção e vontade. O órgão que pensa, o órgão que ama e o órgão que decide compõem o ser interior. O homem é feito de modo maravilhoso. Mesmo depois da queda, o homem ainda é maravilhoso (SI 139:14). Somos seres maravilhosos porque fomos criados por Deus desta forma.

Para a Expressão de Deus
O terceiro ponto é que o homem foi feito para expressar Deus. Tanto imagem como semelhança denotam expressão. Quando Deus criou o homem à Sua imagem e à Sua semelhança, Ele não colocou a vida divina dentro dele. A vida divina não foi infundida ao homem criado até que Jesus por nós veio, morreu e foi ressuscitado. Agora, quem quer que creia Nele tem a vida eterna (Jo 3:16). Se temos o Filho, temos esta vida divina. Se não temos o Filho, não temos esta vida (1 Jo 5:12). A vida de Deus não entrou no homem criado até o cumprimento da plena redenção de Cristo.

De Três Partes
Deus criou o homem com a intenção de um dia entrar nele e de que o homem fosse capaz de recebê-Lo. Romanos 9 revela que o homem criado por Deus é um vaso com o propósito de conter algo. Assim como um copo é um recipiente para conter água, também o homem foi feito um recipiente para conter Deus.
Gênesis 2:7 nos diz como Deus fez o homem. Primeiro, Ele fez o corpo do homem do pó da terra. Em seguida, Ele soprou o fôlego de vida para dentro das narinas desse corpo de barro, e o homem tornou-se uma alma vivente. Aqui neste versículo há o corpo, a alma e o fôlego de vida. A palavra em hebraico para fôlego em Gênesis é traduzida por "espírito" em Provérbios 20:27, o qual diz: "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor." Isso indica que o próprio fôlego de vida soprado para dentro de Adão era o espírito humano. Dois materiais, então, foram usados para formar o homem: o pó e o fôlego de vida. O pó tornou-se o corpo, e o fôlego de vida tornou-se o espírito. Quando estas duas coisas juntaram-se um subproduto surgiu: a alma. Assim, Paulo nos diz em 1 Tessalonicenses 5:23 que o ser humano é de três partes: espírito, alma e corpo.
Gênesis 1 nos diz que Deus criou o homem à Sua própria imagem e semelhança; foi assim para que ele pudesse conter Deus. Um recipiente deve ser do mesmo formato da coisa que ele conterá. Se algo é quadrado, você não faria um recipiente redondo para ele. Se algo é redondo, você não faria um recipiente quadrado para ele. O formato do recipiente é feito de acordo com o formato do conteúdo. O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus.
Gênesis 1 nos diz que todas as coisas criadas produziram frutos segundo a sua espécie (vs. 11, 12, 21, 24, 25). A macieira produz frutos segundo a sua espécie, e o tigre segundo a sua espécie. O homem foi feito segundo a espécie de Deus. Se duas árvores estão enxertadas juntas, elas devem ser da mesma espécie; do contrário, o enxerto não funcionará. Aleluia! O homem é da mesma espécie de Deus! Porque fomos criados segundo a espécie de Deus, com a intenção de que fôssemos enxertados juntos com Deus, esse "enxerto" funcionará e podemos tornar-nos um com Deus.

A Parte Crucial — O Espírito do Homem
Deus criou o homem com um espírito, embora na época da criação ele não tivesse a vida de Deus. Assim, a Bíblia nos diz: "Há um espírito no homem" (Jó 32:8). Vinte e dois anos atrás, quando comecei a ministrar neste país, dei mensagem após mensagem sobre o espírito humano. Muitos santos me disseram que eles nunca haviam escutado isso antes. Tanto Andrew Murray como a senhora Jesse Penn-Lewis en­fatizaram o espírito. Deus nos criou não somente com uma boca e um estômago para receber alimento; Ele também nos criou com um espírito para recebê-Lo.
Dentro de um rádio existe um receptor. Sem o receptor, nenhuma das ondas radiofônicas que estão no ar poderia ser recebida pelo rádio. O nosso receptor para receber Deus é o nosso espírito. O Senhor Jesus disse em João 4:24: "Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." Somente espírito pode adorar Espírito. Porque o próprio Deus é Espírito, Ele criou-nos com um espírito com um propósito definido para que pudéssemos adorá-Lo. Adorá-Lo inclui contatá-Lo, conver­sar com Ele e recebê-Lo. Ele vem para dentro de nós por entrar no nosso espírito.
Romanos 8:16 diz que o Espírito e o nosso espírito tes­tificam juntos. Isso quer dizer que o Espírito de Deus, ao crermos no Senhor Jesus, entra no nosso espírito. Em 1 Coríntios 6:17 diz: "Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele." No começo da Bíblia Deus preparou um homem à Sua imagem, conforme à Sua semelhança, e com um espírito para recebê-Lo, contê-Lo e expressá-Lo. Entretanto, na época da criação o homem não recebeu Deus, o Espírito divino, para dentro de seu espírito.
Todo ser humano tem a imagem de Deus, a semelhança de Deus e um espírito humano. Quando o evangelho nos alcançou, ele nos tocou a consciência, que é uma parte do espírito (Rm 8:16; 9:1). Por causa daquele toque nosso espírito foi estimulado e nos arrependemos. Abrimos nosso ser interior para arrepender-nos, crer e receber o Senhor Jesus; Ele veio para dentro de nós e fomos salvos. Muitos pregadores do evangelho perguntam: "Você quer se abrir e convidar Jesus para entrar em seu coração?" Não há nada de errado com isso, mas para experimentar Cristo como nossa vida depois de sermos salvos, precisamos saber que Ele está agora em nosso espírito (2 Tm 4:22).
O propósito de Deus é a filiação, e a filiação é cumprida pelo dispensar do que Deus é para dentro de nós como nossa vida. Esse dispensar está em nosso espírito. João 3:6 diz: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito." Aqui estão novamente os dois espíritos. Não fomos regenerados na mente, nem no corpo. Nicodemos pensou que nascer de novo fosse tornar a nascer no corpo físico, mas o Senhor Jesus o corrigiu. Nascer de novo é nas­cer de Deus o Espírito, em nosso espírito, não de nossos pais. Mesmo se pudéssemos voltar ao ventre de nossa mãe e nas­cer fisicamente cem vezes, nós ainda seríamos carne. Temos de nascer no nosso espírito do Espírito divino.
Zacarias 12:1 nos diz que existem três coisas cruciais na criação de Deus: o céu, a terra e o espírito do homem. Ali diz que Jeová é Aquele que "estendeu os céus, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro nele." Quão grande é o nosso espírito! O céu é para a terra. Sem o céu, a terra não poderia ter nada orgânico. A terra é para o homem, e o homem é para Deus. Para o homem ser para Deus, ele precisa de um receptor. Esse receptor é nosso espírito humano. Louvado seja o Senhor por estarmos aqui sob o plano de Deus e em Seu plano; por termos sido feitos por Ele à Sua imagem e semelhança; por termos um espírito para recebê-Lo; e por Ele, como o Espírito divino, ter entrado em nosso espírito humano, fazendo-nos Seus filhos para Sua expressão! Este é Seu plano.







O Unitarismo

UNITARISMO

1. Definições

O unitarismo consiste na afirmação de que Deus é um e que o Filho pode ser considerado divino, mas não no mesmo sentido em que Deus Pai é assim chamado, visto que os dois não compartilhariam da mesma essência. Nas formas modernas do unitarismo, devemos pensar em qualquer conceito em que a divindade plena de Cristo é negada ou mesmo omitida. A liberdade de religião, a liberdade de pensamento e de expressão, a utilidade dos ensinamentos religiosos e éticos de Cristo, o liberalismo e a noção de independência ou autonomia das congregações locais são crenças e práticas unitárias tradicionais.

2. Origens Históricas

Todas as religiões monoteístas, como o judaísmo e o islamismo, favorecem a idéia unitária do Ser divino. Os arianos (ver sobre o Arianismo) não podiam ver como qualquer tipo de visão triteísta ou trinitariana pode, de fato, preservar o monoteísmo (vide). Assim sendo, historicamente falando, podemos dizer que,
dentro do cristianismo, o unitarismo começou com o arianismo. Ário, presbítero da igreja de Alexandria, negava as fórmulas trinitarianas e asseverava que houve tempo em que Deus Pai existia, mas não Deus Filho, o qual, por isso mesmo, teria sido criado por Deus Pai. Assim, a Cristo era conferida uma espécie de divindade secundária, mas ele não seria da mesma substância do Pai. Cristo seria digno de adoração, mas não deveria ser adorado no mesmo sentido em que Deus Pai é adorado. Essa antiga forma de unitarismo foi condenada tanto pelo concílio de Nicéia (325 d.C.) como pelo concilio de Constantinopla (381 d.C.).

3. Outros Incidentes Históricos da Doutrina

O adocionismo (vide) e o monarquianismo (vide) defendiam variedades do unitarismo. Miguel Serveto (vide) também foi unitário, da mesma maneira que o foram muitos anabatistas. O unitarismo foi um dos alicerces teológicos do socianismo (vide), das noções de Laélio e Fausto Cocinus e do catecismo Rocoviano,
de 1605. No socianismo, Cristo aparece como uma figura divina digna de adoração, mas não no mesmo sentido e grau em que o é Deus Pai.

4. O Unitarismo Moderno

Como movimento moderno, o unitarismo começou nos séculos XVI e XVII. O termo latino "unitarius" foi usado pela primeira vez em 1569, na Transilvânia, e então foi adotado pelas igrejas, em 1633. Na Inglaterra, o vocábulo apareceu pela primeira vez em 1682. A Reforma Protestante, afrouxando um tanto os laços dogmáticos, deu margem a fórmulas não-trinitarianas. A Igreja Unitária Húngara separou-se da Igreja Reformada em 1568. Ela tornou-se uma das quatro religiões reconhecidas, e continuou a desenvolver-se isolada. Grupos ingleses e norte-americanos desenvolveram-se independentemente desse grupo, e somente esses tinham algum tipo de contacto com a união, aí por 1821. O unitarismo inglês desenvolveu-se entre 1548 e 1612. Muitos defensores do antitrinitarismo foram condenados, presos, executados na fogueira ou banidos. A Igreja oficial reagiu com sua usual violência, em nome de Deus. Alguns poucos unitários (que, afinal de contas, estavam apenas defendendo o monoteísmo à sua maneira) tiveram de retratar-se, para salvarem sua vida. Em 1705, foi estabelecida uma congregação londrina de unitários, apesar de feroz oposição. Em 1825, foi fundada a Associação Unitária Britânica e Estrangeira. Nos Estados Unidos da América do Norte, pelos meados do século XVIII, o Harvard College tornou-se o centro de grandes debates, e o movimento unitário foi firmemente estabelecido ali. A Capela do Rei, em Boston, tornou-se depressa uma igreja unitária, pois uma grande porcentagem dos pregadores de Boston havia tomado a postura unitária. Em 1825, foi organizada a Associação Unitária Americana. Os unitários conquistaram, essencialmente, o congregacionalismo da Nova Inglaterra, e essa influência tornou-se preponderante na Universidade de Harvard.

5. O Unitarismo Atual


O transcendentalismo assumiu a posição unitária. Gradualmente foi-se firmando uma espécie de secularismo, e as posições se radicalizaram. O unitarismo original era essencialmente protestante, e a grande diferença estava na questão da Trindade. Mas essa posição original modificou-se totalmente, de tal modo que os unitários de nossos dias com freqüência são agnósticos ou mesmo ateus. Dentro do movimento não há nenhuma pressão para ninguém subscrever algum credo específico. Mas o liberalismo é uuase um requisito para alguém pertencer às modernas igrejas unttartas e sentir-se a vontade. Tal como acontece com grande número de liberais, muitos unitários inclinam-se para a posição universalista Em 1961, nos Estados Unidos da América do Norte, a Associação Unitária Americana fundiu-se com o movimento universalista.

Fonte: "Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia", R.Champlin.

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SÉRIE HISTÓRIA DA TEOLOGIA: 13 de julho na história da Teologia

13 de julho é o 194.º dia do ano no calendário gregoriano (195.º em anos bissextos). Faltam 171 para acabar o ano.

Eventos históricos

1917 - Ocorre a terceira das seis aparições da Virgem Maria às três crianças de Fátima, Portugal.

Nascimentos

1590 - Papa Clemente X (m. 1676).
1865 - Gérard Anaclet Vincent Encausse, médico e ocultista francês (m. 1916).
1869 - Eugênia Ana dos Santos, sacerdotisa importante da Bahia (m. 1938).

Falecimentos

574 - Papa João III.
939 - Papa Leão VII.

Feriados e eventos cíclicos

Internacional
Religioso

Dia de Nossa Senhora Rosa Mística