Capítulo
Onze
A NOVA JERUSALÉM —
A CONSUMAÇÃO FINAL E
MÁXIMA
(4)
Leitura
da Bíblia: Ap 21:3,4,6,7,24,26; 22:2-5,14,17
A
Nova Jerusalém é a consumação de toda a revelação divina. Os sessenta e seis
livros da Bíblia têm uma conclusão, e essa conclusão é a Nova Jerusalém. A
Bíblia começa com a criação de Deus e finaliza com o Seu edifício. A criação
não é o objetivo de Deus. Ela é para o Seu objetivo, que é a edificação. Essa
idéia da edificação divina percorre toda a Bíblia.
O VELHO
TESTAMENTO
A
visão do edifício de Deus veio primeiro para Jacó. Enquanto estava fugindo de seu
irmão Esaú, ele teve um sonho. Sonhou com a casa de Deus, Betel (Gn 28:11-19).
Mais tarde, Deus trouxe os descendentes de Jacó para fora do Egito e para o
monte Sinai, onde ficaram por um longo tempo. Enquanto estavam ali, Deus
mostrou-lhes o projeto celestial de um edifício, o tabernáculo, que seria a
habitação de Deus entre Seu povo na terra.
Depois
que eles entraram na boa terra, Deus quis que edificassem o templo. O Velho
Testamento é uma história principalmente do tabernáculo e do templo. Esses dois
são um — o lugar de habitação de Deus nesta terra entre Seu povo. A história
dos descendentes de Jacó é uma história do tabernáculo e do templo no Velho
Testamento. Esses dois foram o centro, o foco da história do povo de Deus no
Velho Testamento nesta terra.
O
NOVO TESTAMENTO
No
Novo Testamento vemos Deus encarnado. Deus tornou-se carne. João 1:14 nos diz
que Este que se encarnou "tabernaculou entre nós" (lit.). João usou
particularmente esta palavra "tabernaculou." Isso indica que quando o
Senhor Jesus estava na terra, em carne, Ele era o tabernáculo de Deus. Em
prefiguração o tabernáculo edificado em Êxodo era um tipo completo da
encarnação do Senhor; o Senhor encarnou-se para ser a própria corporificação de
Deus nesta terra. Essa corporificação era a habitação de Deus. Colossen-ses 2:9
nos diz que a plenitude da Deidade habita em Cristo corporeamente, em Cristo
com um corpo humano, físico. O próprio Cristo era a corporificação de Deus, e
essa corporificação era o tabernáculo de Deus.
Em
João 2:19 o Senhor disse aos judeus: "Destruí este santuário, e em três
dias o reconstruirei." O corpo do Senhor Jesus era o templo de Deus (v.
21). Em João 1 está o tabernáculo e em João 2 está o templo. A palavra do
Senhor Jesus "em três dias" significa a Sua ressurreição. Paulo nos
diz em Efésios 2:6 que quando Cristo foi ressuscitado, nós fomos ressuscitados
juntamente com Ele. Pedro diz mais adiante que por meio daquela ressurreição
todo-inclusiva todos fomos regenerados (1 Pe 1:3). Nascemos de Deus e somos os
Seus filhos. Isso implica que o próprio templo que o Senhor Jesus edificou em
três dias, isto é em Sua ressurreição, não é algo individual, mas algo
coletivo. Portanto, nas Epístolas nos é dito que a igreja como o Corpo de
Cristo é o templo de Deus. Em 1 Coríntios 3:16 diz que os santos são templo de
Deus.
O
Novo Testamento termina com a Nova Jerusalém, e a Nova Jerusalém como a
conclusão da Bíblia é chamada de tabernáculo (Ap 21:3). João disse que ele não
viu nenhum templo na cidade santa, "porque o seu santuário é o Senhor, o
Deus Todo-poderoso e o Cordeiro" (21:22).
Como
temos enfatizado, a medida da Nova Jerusalém é a mesma em comprimento, largura
e altura. Nas três dimensões a cidade
mede doze mil estádios (21:16). O princípio revelado na Bíblia é que um
edifício com três dimensões iguais indica o Santo dos Santos. O Santo dos Santos
no tabernáculo era de dez côvados nas três dimensões. O Santo dos Santos no
templo de acordo com 1 Reis 6:20, era também de três dimensões iguais, de vinte
côvados cada. De acordo com a medida da Nova Jerusalém, então, esta cidade
santa deve ser o Santo dos Santos. Se lermos Apocalipse 21 cuidadosamente,
podemos ver que a cidade santa é tanto o tabernáculo como o templo.
Tanto
o Velho Testamento como o Novo Testamento estão focalizados no tabernáculo e no
templo como a habitação de Deus. Então a conclusão de toda a Bíblia, tanto o
Velho Testamento como o Novo, é também o tabernáculo e o templo. No Velho
Testamento o tabernáculo prefigurava Cristo individualmente como o tabernáculo
de Deus, e o templo tipificava Cristo coletivamente como o templo de Deus. O
que temos aqui é Cristo e a igreja. Cristo é o cumprimento do tipo do
tabernáculo, e Cristo como a Cabeça com a igreja como Seu corpo, juntos,
cumprem a figura do templo. Isso terá uma consumação, e essa consumação final e
máxima será a Nova Jerusalém, a qual é tanto o tabernáculo como o templo. Aqui
está a consumação final e máxima da habitação de Deus, a qual Ele tem edificado
por séculos. Esta Nova Jerusalém é, além disso, uma composição viva de todos os
santos do Velho Testamento, assim representados pelos nomes das doze tribos, e
de todos os santos do Novo Testamento, assim representados pelos nomes dos doze
apóstolos. Ela é a composição viva do povo redimido de Deus para ser o lugar
eterno de Sua habitação.
QUATRO
DISPENSAÇÕES PARA A EDIFICAÇÃO DE DEUS
Na
velha criação, antes da vinda do novo céu e nova terra, há quatro dispensações.
A dispensação dos Patriarcas, de Adão a Moisés, foi a dispensação antes da lei.
Vocês podem chamá-la de dispensação pré-lei ou dispensação dos Patriarcas. A
segunda é a dispensação da lei, de Moisés à primeira vinda de Cristo. A
terceira é a dispensação da graça, durando da primeira vinda de Cristo até a
Sua segunda vinda. Então, com a Sua segunda vinda, a quarta dispensação
começará, isto é, o reino de mil anos de Cristo. Depois desta quarta
dispensação, a velha criação certamente estará inteiramente renovada porque
por meio das dispensações Deus terá cumprido o que pretendeu cumprir.
A
obra criadora de Deus foi completada nos dois primeiros capítulos da Bíblia.
Então a partir da segunda metade de Gênesis 2, Deus começou a Sua obra de
edificação. Essa obra continua por todas as quatro dispensações: a dispensação
dos Patriarcas, a dispensação da lei, a dispensação da graça e finalmente a
dispensação do reino milenar. Por meio dessas quatro dispensações Deus realiza
a Sua edificação.
A
OBRA DE DEUS - UMA OBRA DE EDIFICAÇÃO
A
obra de Deus por meio de todas as quatro dispensações é uma obra de edificação.
No Velho Testamento vemos a edificação do tabernáculo e do templo, a qual era o
foco da história do Velho Testamento. Quando o Senhor Jesus veio, Ele era o
tabernáculo. Depois de ajudar os discípulos a perceberem que Ele era o Cristo,
o Filho do Deus vivo, Ele imediatamente revelou que Ele edificaria a Sua igreja
(Mt 16:18). A palavra do Senhor indicava que Ele estava fazendo uma obra de
edificação.
Essa
idéia de edificação é muito forte na Bíblia. Mesmo em Atos 4 Pedro disse aos
líderes judeus que eles eram os edificadores que rejeitaram a Cristo, a pedra
viva, contudo Deus O ressuscitou e O fez a pedra angular de Seu edifício (At
4:10, 11). Pedro nos diz em seu escrito que o Senhor é a pedra viva, e nós
todos como pedras vivas vimos ao Senhor e estamos sendo edificados uma casa
espiritual (1 Pe 2:4, 5).
Paulo
também fala da edificação. Ele nos diz que ele lançou o único fundamento, e que
ninguém pode lançar outro. O problema, entretanto é como nós edifícamos sobre
ele. Podemos edificar com ouro, prata e pedras preciosas ou com madeira, feno e
palha (1 Co 3:10-12).
Nos
escritos de João a idéia de edificação é mais forte. Quando Simão veio ao
Senhor Jesus em João 1:41, 42, o Senhor mudou o seu nome para Cefas, uma
pedra. Mais tarde no mesmo capítulo o Senhor disse a Natanael que ele veria
"o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do
homem" (v. 51). Na verdade, o Senhor estava referindo a Natanael o sonho
de seu antepassado Jacó (Gn 28:12, 17, 19), indicando que uma obra de
edificação de Betel, a casa de Deus, estava se iniciando. Então no capítulo
dois o Senhor indicou que Ele edificaria o Seu corpo em ressurreição como o
templo coletivo de Deus (2:19, 21, 22).
João
escreve mais adiante em Apocalipse que os vencedores serão edificados no
templo de Deus como coluna (Ap 3:12). Finalmente, em Apocalipse 21, ele nos
mostra que a consumação final e máxima dessa obra de edificação será a Nova
Jerusalém, o tabernáculo e templo de Deus, edificada com ouro, pérolas e pedras
preciosas, e tendo os apóstolos como as doze pedras fundamentais.
Notem,
então, que em toda a Bíblia somente um capítulo e meio estão na criação de
Deus. O resto da Bíblia, da segunda metade de Gênesis 2 ao final de Apocalipse,
está na edificação de Deus. Essa edificação é denominada o tabernáculo e o
templo muitas vezes no Velho Testamento, no Novo Testamento, e na conclusão da
Bíblia. No Velho Testamento estão o tabernáculo e o templo. No Novo Testamento
está a realidade do tabernáculo e do templo. Na conclusão desses dois
testamentos está a consumação final e máxima do tabernáculo e do templo.
O
AGREGADO DA FILIAÇÃO DIVINA
Essa
consumação, a Nova Jerusalém, é o agregado da filiação divina para ar opressão
coletiva do Deus Triúno (Rm 8:23). O Filho é a expressão do Pai. Ninguém jamais
viu o Pai, mas o Filho unigênito O revelou (Jo 1:18). Um pai e seus filhos
possuem uma imagem. A face dos filhos é como a face do pai. Jesus Cristo como o
Filho de Deus é a própria expressão de Deus, o Pai. Deus, entretanto, gostaria
de ter mais do que um filho. Cristo é referido como sendo o unigênito em João
1:18 e em 3:16, onde se diz que Deus deu o Seu Filho unigênito. Em Romanos 8:29
conhecemos que em ressurreição esse único Filho de Deus tornou-se o primogênito
entre muitos irmãos. O Senhor Jesus em Sua ressurreição incumbiu uma das irmãs
para ir "ter com meus irmãos" (Jo 20:17), e Hebreus 2:11 diz que Ele
"não se envergonha de lhes chamar irmãos" porque eles todos nasceram
do mesmo Pai. A única diferença é que Ele é o primeiro Filho, e nós somos os
muitos filhos.
Conduzindo
Muitos Filhos à Glória
O
Deus Triúno está ainda trabalhando hoje para conduzir Seus muitos filhos à
glória (Hb 2:10). Somos filhos de Deus, mas não estamos na glória ainda. Assim
como uma lagarta é transformada em uma borboleta, assim nós estamos sendo
conduzidos para a glória. Aleluia! estamos a caminho! Um dia todos estaremos lá
em glória como os muitos filhos de Deus. Romanos 8:18-22 nos diz que toda
criação caída, agora sob a escravidão da corrupção, espera ansiosamente para
ver-nos em glória. Aquela glória será a liberdade da glória dos filhos de Deus,
que é a nossa plena redenção (v. 23). O nosso corpo ainda não foi redimido, mas
uma dia ele será transfigurado em um corpo glorioso (Fp 3:21). Essa plena
redenção de nosso corpo é a filiação plena. O nosso espírito já nasceu de Deus,
mas nosso corpo ainda não foi trazido à filiação. O universo inteiro está
esperando ansiosamente pela parte final de nossa redenção. A criação quer ver
todos os filhos de Deus conduzidos à glória para desfrutar a plena filiação
deles.
Filhos, Irmãos
e Membros
Antes
da Sua ressurreição, Cristo era o Filho unigênito de Deus, mas por meio da
morte e ressurreição Ele tornou-se o primogênito, seguido por muitos filhos que
foram produzidos por meio de Sua morte e ressurreição. Agora, para Deus somos
os muitos filhos, para Cristo, somos os muitos irmãos, e para o Seu Corpo,
somos membros. É por isso que nos chamamos de irmãos. Somos irmãos uns dos outros
porque somos os irmãos de Cristo e os filhos de Deus. Isso é filiação. Isso é
uma entidade coletiva.
Filiação
Total
A
Nova Jerusalém é o agregado da filiação divina. Há somente uma única filiação
divina; todos estamos nessa única filiação. Na ressurreição todos seremos
homens, incluindo as irmãs. Nesse corpo da velha criação ainda temos a
diferença entre irmãos e irmãs, mas em ressurreição todos seremos homens,
irmãos. A filiação total será completada por meio do arrebatamento e
ressurreição vindouros. Quando estivermos lá na Nova Jerusalém, aquilo será um
agregado da filiação divina. Essa filiação é para a expressão coletiva do
grande Deus que é triúno — o Pai, o Filho e o Espírito.
PREDESTINADOS
PARA A FILIAÇÃO
Essa
filiação cumpre o desejo da predestinação de Deus. Efésios 1:4, 5 nos diz que
antes da fundação do mundo Deus nos predestinou para a filiação. Quando jovem,
eu amava esses versículos, mas pensava que Deus me havia predestinado para os
céus. Então pensei que fui predestinado para a salvação. Muitos de nós podem
ter pensado a mesma coisa. Muitas vezes quando lemos a Bíblia lemos nela algo
de nossa mente. A Bíblia não diz que Deus nos tem predestinado para os céus ou
para a salvação. Ela diz que fomos predestinados para a filiação.
Deus
tomou uma firme decisão antes da fundação do mundo para fazer de você um filho.
Todo escolhido é um pecador, até mesmo um inimigo de Deus, mas Deus tem a
habilidade redentora para fazer de você, que é um pecador e um inimigo Dele, um
de Seus filhos. Essa é a maravilha das maravilhas. Deus fez de nós, que éramos
Seus inimigos, Seus filhos.
João
diz que a todos que O recebem, isto é, que creêm em Seu nome, será dada a
autoridade de serem filhos de Deus (Jo 1:12). Esses são nascidos de Deus. Ele
veio para ser o tabernáculo (1:14), desejando que O recebêssemos e assim
nascêssemos como filhos. A intenção do Senhor Jesus, o tabernáculo, era que
nascêssemos como filhos para sermos os componentes do templo vindouro (Jo 2:19,
21, 22)
FILIAÇÃO
EM ROMANOS 8
Em
Romanos 8 Paulo é forte nessa questão de filiação. Romanos 8 diz: "Pois
todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (v.
14). Deus não nos tem dado um espírito de escravidão mas um espírito de
filiação (v. 15). O Seu Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus (v. 16). Toda a criação está aguardando ansiosamente por essa nossa
filiação (v. 19). Deus está agora nos conformando à própria imagem do
Primogênito, Cristo (v. 29). Somos os Seus irmãos hoje, mas não plenamente. Nós
estamos no processo. Quando estivermos conformados à imagem do Primogênito,
seremos a Sua própria expressão de uma maneira coletiva.
UMA
EXPRESSÃO COLETIVA DE DEUS
Em
Apocalipse, Deus sentado no trono se assemelha a jaspe (4:3). Então em 21:18
João nos diz que a muralha da cidade era feita de jaspe. Esses dois versículos
nos dizem que a Nova Jerusalém se parecerá com Deus. A cidade será uma
expressão coletiva de Deus.
Que
Deus terá uma expressão coletiva está também indicado em Sua criação do homem.
Antes das eras, Deus nos predestinou para a filiação. Então Ele criou o homem à
Sua própria imagem, de acordo com a Sua predestinação, com a intenção de que um
dia este homem criado fosse a Sua expressão coletiva. Aquele dia ainda não
chegou. Quando as quatro dispensações terminarem — as dispensações dos
Patriarcas, da lei, da graça e do reino —, a obra de Deus em conformar-nos à
imagem do Primogênito será completada. Então seremos uma entidade viva
coletiva, possuindo a imagem de Deus.
A
Nova Jerusalém é o agregado de todos os filhos como a expressão coletiva. Ela é
uma composição de todos os queridos santos redimidos por Deus em todas as
dispensações, tanto as do Velho como do Novo Testamento. Eles juntos serão os
componentes dessa cidade santa, o agregado da filiação divina, expressando Deus
coletivamente para cumprir o desejo de Seu coração, como indicado na Sua
criação do homem à Sua própria imagem. Apocalipse 21 e 22 são o cumprimento de
Gênesis 1:26 — Deus tendo um homem à Sua imagem.
DUAS
CATEGORIAS
No
novo céu e nova terra existem duas categorias de pessoas. Uma são os muitos
filhos e a outra são os povos. Quando estivermos na Nova Jerusalém, seremos os
filhos de Deus, não os povos de Deus.
Na
Inglaterra há uma família real. Eles não são "o povo", mas os que
reinam. Santos, vocês já consideraram que não estão entre o povo comum? Vocês
são da família real. João nos diz em Apocalipse 1:6 que Cristo tem-nos feito
"um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai." Somos os filhos do Deus
Todo-poderoso, que é o Rei dos reis. Isso nos faz membros, familiares da
família real. Não somos somente filhos de Deus mas também membros da família
real.
Em
Apocalipse 21:3 se diz: "Eles serão povos de Deus." Então em 21:7 se
diz: "O vencedor... me será filho." Em 21:24 estão "as
nações". As nações andarão mediante a luz da cidade santa. Nós, os filhos,
a família real, somos a cidade santa. Para Deus, então, Seus Filhos são uma
categoria e Seu povo é outra.
Em
Londres, fui levado para ver a troca da guarda em frente do portão do Palácio
de Buckingham. Mesmo na grande cidade de Londres, há uma "pequena
cidade" chamada Palácio de,Buckingham, onde a família real vive. A
Nova
Jerusalém será o Palácio de Buckingham celestial, espiritual, divino e eterno.
Em volta da cidade real estão as nações.
No
novo céu e nova terra não seremos os povos, as nações, mas os filhos. Os filhos
de Deus em Apocalipse 21:6, 7 são aqueles que nasceram de Deus por meio da
regeneração (Jo 1:12, 13; 1 Pe 1:3, 4, 23; Tg 1:18). Eles estão edificados
juntos por meio da transformação (1 Co 3:9-12a; Ef 2:20-22; 1 Pe 2:4-6; 2 Co
3:18; Rm 12:2; Ef 4:23, 24). Eles serão glorificados em plena conformação para
serem uma expressão coletiva do Deus Triúno (Rm 8:29, 30; Hb 2:10; Ap 21:11).
As nações do lado de fora da Nova Jerusalém não são de nascidos de novo,
transformados ou glorificados. Somos diferentes das nações.
Os Filhos de
Deus
As
pessoas que são renascidas, transformadas, glorificadas e conformadas serão os
componentes da Nova Jerusalém. Hoje os crentes como os membros do Corpo de
Cristo são os componentes da igreja, que é tanto a casa de Deus como a esposa
de Cristo. A igreja não é um edifício. Ela é uma composição viva de todos os
membros vivos de Cristo. Essa composição viva é um organismo. Não é uma
organização. Onde essas pessoas estão, ali está o organismo. Estamos aqui como
esse organismo, a igreja. Se mudarmos para Brasília, esse organismo estará ali
em Brasília.
Esses
componentes — os filhos de Deus regenerados, transformados, glorificados e
conformados para ser tanto a casa de Deus como a esposa de Cristo (Ap 21:3, 9)
— na eternidade comerão da árvore da vida e beberão a água da vida. Esses serão
os dois desfrutes principais, substanciais e básicos dos filhos de Deus.
Apocalipse 22:14 promete que teremos o direito de comer da árvore da vida. Em
Apocalipse 22:17 existe um chamado para beber água. Esses serão nossos
desfrutes básicos na Nova Jerusalém pela eternidade.
Então
serviremos a Deus e ao Cordeiro como Seus escravos (Ap 22:3) pela eternidade.
Também seremos reis sobre as nações — os povos — pela eternidade. Apocalipse
22:5 diz que reinaremos "pelos séculos dos séculos." Os crentes como
filhos de Deus serão todos reis. Os anjos serão os que servem (Hb 1:13,14),
servindo-nos. Eles são os servos da família real, e nós somos reis sobre as
nações. Este é o reino de Deus na eternidade.
Os
Povos de Deus
Os
povos de Deus em Apocalipse 21 são o remanescente das ovelhas descritas em
Mateus 25:31-46. Quando o Senhor Jesus voltar, Ele sentará em Seu trono de
glória em Jerusalém e reunirá todos os diversos povos vivos das nações para
Ele. Eles serão classificados era ovelhas e cabritos e Ele os julgará. Os
cabritos, que estão à Sua esquerda, irão diretamente para o lago de fogo. As
ovelhas, à Sua direita, herdarão o reino milenar, que Deus preparou para eles
desde a fundação do mundo. Fomos predestinados para a filiação antes da
fundação do mundo, mas o milênio foi preparado por Deus para essas ovelhas desde
a fundação. Há uma diferença. Esse julgamento não será no grande trono
branco (Ap 20:11), que segue o milênio. Ele será no trono da glória de Cristo
antes dos mil anos. O julgamento não será de acordo com a lei de Moisés nem de
acordo com o evangelho da graça, mas de acordo com o evangelho eterno (Ap 14:6,
7). Muitos cristãos nunca ouviram a respeito do evangelho eterno. Ele não
inclui redenção nem perdão de pecados. Ele compreende duas coisas: temer a Deus
e adorá-Lo. Esse evangelho será pregado por um anjo no tempo da grande
tribulação, que durará três anos e meio. Esse é o tempo no qual o Anticristo
fará tudo o que puder para perseguir os judeus e os cristãos. Em Mateus 25, de
acordo com o veredito do julgamento de Cristo, os judeus e os cristãos serão
tratados muito bem pelas ovelhas (vs. 34-36). Mas muitos seguirão o Anticristo
na perseguição aos judeus e aos cristãos. Cristo fará o Seu julgamento
adequadamente, e aquele julgamento se.a de acordo com o evangelho eterno.
As
ovelhas serão transferidas para o reino milenar para serem os povos, e os
santos vencedores serão os reis sobre eles (Ap 20:4, 6). As ovelhas serão
restauradas ao estado original do homem quando criado por Deus e serão os
cidadãos do reino milenar, desfrutando a bênção da restauração (At 3:21).
Restauração não é regeneração. Ser regenerado é ser nascido de novo com uma outra
vida, a vida de Deus, mas ser restaurado é ser trazido de volta ao estado
original da criação de Deus.
No
final do reino milenar, Satanás, depois de ser libertado, instigará a última
rebelião contra Deus (Ap 20:7-9). Muitas das ovelhas se unirão à rebelião de
Satanás e serão queimadas com o fogo do céu. O remanescente das ovelhas será
transferido para a nova terra para ser as nações (Ap 21:24). Deus
"tabernaculará" com eles, os povos (Ap 21:3). Eles serão governados
pelos filhos de Deus como reis (22:5). Para eles não haverá mais morte, mágoas,
choro, dor ou maldição (21:4; 22:3a). Eles serão sustentados eternamente pelas
folhas da árvore da vida (22:2). Nós comeremos do fruto, mas as nações
desfrutarão das folhas. Eles andarão através da luz da cidade santa (21:24a).
Com os seus reis trarão a glória e honra deles para a cidade. Eles respeitarão
a cidade e a considerarão como superior.
UMA
VISÃO FINAL
Os
santos de todas as dispensações que foram redimidos serão os renascidos, os
filhos de Deus, pertencendo à família real. Eles serão reis na eternidade. O
remanescente restaurado dos incrédulos será os povos, as nações, andando na
luz da cidade e governados pelos santos. Outra categoria de pessoas são os que
pereceram. Os incrédulos que pereceram estarão no lago de fogo (21:8). Isso nos
dá uma visão geral do novo céu e nova terra.