Sítio internético onde todos os assuntos teológico-eclesiásticos podem aparecer. “Se a Igreja de hoje não reconquistar o espírito de sacrifício de seus primeiros tempos, perderá sua autenticidade, a lealdade de milhões, e será relegada à categoria de um clube social sem importância, sem significação no século vinte.” (Martin Luther King)
sábado, 26 de abril de 2014
Como esperar o tempo de Deus
Como Ter Paciência e Saber Esperar o Tempo de Deu…: http://youtu.be/aV_SN34NlHg
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Série HISTÓRIA DO MOVIMENTO REFORMADO 001: ULRICH ZWÍNGLIO
História do Movimento Reformado
ULRICO ZUÍNGLIO: O FUNDADOR DA TRADIÇÃO REFORMADA
Alderi Souza de Matos
A grande importância atribuída a João Calvino, o mais destacado teólogo e organizador do movimento reformado, muitas vezes obscurece a figura do reformador Ulrico Zuínglio, o líder inicial desse movimento. Zuínglio nasceu no dia 1º de janeiro de 1484 (apenas dois meses após o nascimento de Lutero) na vila de Wildhaus, no Cantão de St. Gall, nordeste da Suíça. Após freqüentar uma escola latina em Berna, ingressou na Universidade de Viena, onde entrou em contato com o humanismo. Em seguida, estudou na Universidade de Basiléia, na qual foi influenciado pelo interesse bíblico de alguns mestres e formou um círculo de amigos que mais tarde o puseram em contato com o grande humanista holandês Erasmo de Roterdã.
Após obter o grau de mestre em 1506, foi ordenado ao sacerdócio e tornou-se pároco na cidade de Glarus. As influências humanistas e as suas próprias experiências como capelão de mercenários suíços na Itália o levaram a opor-se a esse sistema. Tal fato contribuiu para a sua transferência para Einsiedeln em 1516 e dois anos mais tarde para Zurique, onde se tornou sacerdote da principal igreja da cidade. Tendo lido recentemente a tradução do Novo Testamento feita por Erasmo, começou em 1519 a pregar uma série de sermões bíblicos que causaram forte impacto. A partir dessa época, defendeu um grande programa de reformas em cooperação com os magistrados civis. Suas idéias sobre o culto público e os sacramentos representaram uma ruptura mais radical com as antigas tradições do que fez o movimento luterano.
O ano de 1522 foi decisivo. Zuínglio protestou contra o jejum da quaresma e o celibato clerical, casou-se secretamente com Ana Reinhart, escreveu Apologeticus Archeteles (seu testemunho de fé) e renunciou ao sacerdócio, sendo contratado pelo concílio municipal como pastor evangélico. Nos dois anos seguintes, uma série de debates públicos levou à progressiva implantação da reforma em Zurique, culminando com a substituição da missa pela Ceia do Senhor em 1525. Infelizmente, alguns de seus primeiros colaboradores, tais como Conrado Grebel e Félix Mantz, adotaram posturas radicais quanto ao batismo, dando início ao movimento anabatista, que gerou fortes reações das autoridades.
Os últimos anos da vida de Zuínglio foram marcados por crescente atividade política. No interesse da causa reformada, ele defendeu a luta contra o império alemão e também contra os cantões católicos da Suíça. Buscando fazer uma aliança com os protestantes alemães, encontrou-se com Lutero no célebre Colóquio de Marburg, convocado pelo príncipe Filipe de Hesse em 1529. Embora concordassem em quase todos os pontos discutidos, os dois reformadores não puderam chegar a um acordo com relação à Ceia do Senhor. No dia 11 de outubro de 1531, quando acompanhava as tropas protestantes na segunda batalha de Kappel, Zuínglio foi morto em combate. Segundo se afirma, suas últimas palavras foram: “Eles podem matar o corpo, mas não a alma”.
Fonte: http://www.mackenzie.com.br/7063.html
quarta-feira, 23 de abril de 2014
SERVETO NOVAMENTE: UMA OPINIÃO ADVENTISTA
O Trágico Destino de Miguel Serveto, o Médico que Calvino Mandou Matar
O nome de Miguel Servet, ouMichael Servetus em latim, acha-se definitivamente incorporado à história da medicina. Servet foi um precursor de Harvey na descoberta da circulação sangüínea. Foi quem primeiro descreveu a circulação pulmonar com exatidão.
Nascido em Aragão, na Espanha, seu verdadeiro nome de família era MichaelVillanueva. O nome de Serveto, por ele mesmo adotado, transformou-se em Servet, em francês, e Servetus, em latim.
Espírito irrequieto, combativo, devotado a questões transcendentais de natureza religiosa e filosófica, viveu de 1511 a 1553, em meio às disputas religiosas resultantes da Reforma liderada por Lutero e Calvino.
Estudou leis em Toulouse, teologia e hebraico em Louvain, e medicina em Paris e Montpelier, tendo-se destacado por seu interesse pela anatomia.
Durante toda a sua vida, Servet escreveu sobre questões religiosas e dedicou-se à exegese da Bíblia. Pregava a volta a um cristianismo "puro", tal como fora ensinado por Jesus. Um dos dogmas da Igreja por ele contestado, e que o fez cair em desgraça, foi o da Santíssima Trindade. As suas idéias e os seus escritos desagradaram tanto aos católicos como aos protestantes.
É interessante conhecer a razão de seu interesse pela circulação pulmonar. Está escrito na Bíblia que "a alma da carne é o sangue" (Lev. 17.11) e que "o sangue é a vida (Deut. 12.23). No livro dos Salmos (104. 29), por sua vez, a importância da respiração para a manutenção da vida é ressaltada nas seguintes palavras: "se lhes tira a respiração, morrem, e voltam para o seu pó".
Essas passagens bíblicas levaram Servet a estudar a circulação pulmonar, onde o sangue e o ar se misturam, pois no seu entender, o conhecimento da circulação pulmonar conduziria a uma melhor compreensão da natureza da alma.
Sua descrição da circulação pulmonar está assim redigida:
"A força vital provém da mistura, nos pulmões, do ar aspirado e do sangue que flui do ventrículo direito ao esquerdo. Todavia, o fluxo do sangue não se dá, como geralmente se crê, através do septo interventricular. O sangue flui por um longo conduto através dos pulmões, onde a sua cor se torna mais clara, passando da veia que se parece a uma artéria, a uma artéria parecida com uma veia".
Admite-se que Servet tenha realizado observações próprias em animais para chegar a essa conclusão, embora não as tenha mencionado.
A sua descoberta da circulação pulmonar foi divulgada em um livro sobre religião, intitulado Christianismi restitutio, que foi considerado hereje, confiscado e incinerado. Salvaram-se apenas três exemplares, um dos quais se encontra em Paris, outro em Viena e outro em Edimburgo. Uma segunda edição, publicada em Londres em 1723, foi novamente apreendida e incinerada.
Acusado de heresia, Servet foi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553.
Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade.
A sua descoberta foi por muito tempo ignorada pela medicina oficial.
Um monumento em sua memória foi erguido em 1903, em Champel, assinalando o local de sua morte.
Joffre M. de Rezende Membro da Sociedade Brasileira e da Sociedade Internacional de História da Medicina
Série HISTÓRIA DO MOVIMENTO REFORMADO 002: Augustus Nicodemus: Calvino e Serveto
João Calvino
CALVINO E SERVETO
Augustus Nicodemus Lopes
Gerações sempre estão passando a limpo pontos obscuros da história de seus antepassados. Assistimos, no momento, a tentativa de vários grupos alemães de trazer a lume aspectos do envolvimento do povo alemão no Holocausto que serviriam para amenizar a sombra que paira sobre a nação pelo assassínio de milhares de judeus durante a Segunda Guerra. Recentemente, o Dr. Frans Leonard Schalkwijk, em sua obra Igreja e Estado no Brasil Holandês, lançou luz sobre a figura do “traidor” Calabar, demonstrando que a “traição” foi, na verdade, sua conversão ao Evangelho pregado pelos holandeses reformados. Quem sabe o presente artigo possa ajudar a passar a limpo alguns aspectos do tristemente famoso episódio envolvendo João Calvino e a execução na fogueira do médico espanhol Miguel Serveto, condenado por heresia contra a Trindade, em 1553, em Genebra.
Preciso dizer desde o início que minha intenção não é justificar a participação de Calvino no incidente. Não posso concordar com a pena de morte como castigo para a heresia, muito menos se o método de execução é queimar vivo o faltoso. Até mesmo os maiores heróis do passado tomaram decisões e fizeram declarações que nos causam, séculos depois, estranheza e discordância. Calvino não é nenhuma exceção. Meu alvo neste artigo não é defendê-lo como se ele fosse sem defeitos. É claro que ele os tinha. É claro que ele errou. Mas penso que, particularmente no caso envolvendo a execução de Serveto por heresia em Genebra, durante o tempo em que Calvino ali ministrava, nem sempre vozes se têm levantado para apresentar outra versão dos fatos, versão esta enraizada em documentos confiáveis. Episódios do passado devem ser entendidos à luz dos conceitos e valores da época em que ocorreram. Meu alvo é expor alguns deles que estavam vigentes na época de Calvino, bem como trazer dados freqüentemente ignorados sobre o episódio. Não podemos justificar Calvino por pedir a pena de morte para Serveto, mas podemos entender os motivos que o levaram a isto.
Testemunhas que viveram em Genebra logo após a cidade haver abraçado a Reforma protestante, viram-na como “o espelho e modelo de verdadeira devoção, um abrigo para os refugiados perseguidos por sua fé, um lugar seguro para treinar e enviar ao estrangeiro soldados do Evangelho e ministros da Palavra.” Logo que Genebra abraçou a Reforma oficialmente e cortou suas lealdades para com o bispo e duque de Savóia, a cidade foi inundada por refugiados de toda a Europa. Da noite para o dia Genebra se tornou, depois de Wittenberg, Zurique e Estrasburgo, um monumento da fé protestante.
Apesar dessas observações feitas por pessoas que viveram em Genebra na época destes acontecimentos, as impressões que recebemos de nossos professores de escola secundária provavelmente têm pouco, ou nada, em comum com o depoimento destas testemunhas oculares. Segundo Michael Horton, “abundam imagens de um tirano vestido de toga preta, organizando o equivalente no século XVI de uma polícia secreta moderna para assegurar que ninguém, a qualquer hora ou em qualquer lugar, estivesse se divertindo”. É de admirar que, apesar dos testemunhos em contrário, prevaleceu na opinião pública a idéia de que Genebra era uma teocracia e Calvino era seu papa!
Em 25 de maio de 1536 os cidadãos de Genebra decidiram aderir à Reforma protestante. Mas isso era só o começo. Sem liderança qualificada, Genebra estava à beira do colapso civil e religioso. O que a nova república precisava era de um jovem visionário. Calvino chegou em Genebra fugindo das autoridades de Paris. Ele havia inicialmente se encaminhado para a cidade reformada de Estrasburgo, onde Martin Bucer estava pregando. Porém, o rei francês e o imperador alemão estavam envolvidos em uma guerra que bloqueou o caminho para a cidade. Frustrado, mas destemido, Calvino tomou um desvio para Genebra durante a noite. De lá não passaria. Ficou, a pedido insistente de Farel, líder protestante da cidade, e depois de algum tempo foi designado pastor da igreja de São Pedro, a catedral de Genebra. Tensões entre Calvino, Farel e o Conselho Municipal com respeito à celebração da Ceia do Senhor, as atribuições da Igreja e do Estado e o exercício da disciplina, acabaram por levar o Conselho a expulsar Calvino de lá. E ele seguiu, exilado, para Estrasburgo.
Ali (1538-41), Calvino sentiu-se como se estivesse no céu. Martin Bucer tornou-se o seu mentor. Calvino assumiu o pastorado da igreja reformada francesa da cidade. Durante este tempo, ele publicou alguns dos seus trabalhos mais notáveis; ali casou-se com Idelette de Bure, a viúva de um amigo anabatista. Calvino estava muito feliz ali, mas uma vez mais Genebra o chamou.
O Conselho municipal escreveu a Calvino pedindo ajuda contra o ensino do Cardeal Sadoleto, que procurava chamar Genebra de volta para a Igreja Católica. Pediu desculpas e, com mais um apelo de Farel, convenceu Calvino a voltar. Dr. McGrath, historiador da Universidade de Oxford, demonstra como o mito do “grande ditador de Genebra” está enraizado em conceitos populares difundidos especialmente pelas obras de Bolsec e Huxley, que fizeram afirmações sem ter qualquer fato histórico que os apoiasse, mas que não obstante acabaram por moldar a visão de Calvino que hoje prevalece em muitos meios evangélicos. Calvino não tinha qualquer acesso à máquina decisória do Conselho. Ele mesmo não podia votar e nem concorrer a qualquer cargo político eletivo. E mesmo quanto aos negócios da Igreja, Calvino quase não tinha qualquer poder decisório.
A 25 de outubro de 1553 o Conselho municipal emitiu o decreto que condenava Miguel Serveto a ser queimado na estaca por heresia. De fato, foi Calvino quem o denunciou e quem pediu a pena de morte para ele. Vejamos agora o contexto em que isso aconteceu.
1. A pena de morte por heresia era prática geral da Idade Média.
2. Serveto chegou a Genebra fugido de Viena e da França, onde havia sido condenado à morte pela Igreja Católica, sob a acusação de heresia contra a Trindade.
3. Serveto foi a Genebra apesar dos avisos de Calvino de que isto poderia custar-lhe a vida.
4. Chegando em Genebra, se fez conhecido de Calvino em público. Foi preso e, embora Calvino fosse um teólogo e advogado treinado (havia mesmo sido empregado pelo Conselho municipal para elaborar a legislação relativa à previdência social e ao planejamento dos serviços de saúde pública), mesmo assim não foi o promotor do processo eclesiástico contra Serveto. Lembremos que ele não tinha nem os mesmos direitos de um cidadão comum!
5. Calvino aceitava a pena de morte, não somente para os que matavam o corpo de seus semelhantes, mas também para os que lhes matavam a alma através do veneno mortal do erro religioso.
6. Por outro lado, não foram as convicções teológicas de Calvino que o levaram a isto. Não se pode culpar as suas convicções, particularmente sua firme crença na soberania de Deus, pela execução de Serveto.
7. Calvino havia se correspondido com Serveto e há alguma evidência nessas cartas de que ele tinha tentado até mesmo encontrar-se clandestinamente com o anti-trinitário para tentar convencê-lo do seu erro.
8. Calvino estava nessa época no maior calor de suas batalhas contra o Conselho municipal. O grupo dos Libertinos exercia dentro do Conselho forte oposição a ele. Caso ele tivesse pedido a execução de Serveto, a reação provável do Conselho teria sido negar.
9. Há outro fato a ponderar. Quando foi dada a Serveto a escolha da cidade onde seria julgado, ele escolheu Genebra. A outra opção era Viena, de onde viera fugido. Por alguma razão, ele deve ter pensado que suas chances de sobrevivência eram melhores em Genebra. Porém, o Conselho municipal da cidade, conduzido pela facção dos Libertinos, totalmente contrários a Calvino, estava determinado a mostrar que Genebra era uma cidade reformada e comprometida com os credos. E assim, Serveto foi condenado a ser queimado vivo.
10. Calvino suplicou ao Conselho que executasse Serveto de uma maneira mais humanitária do que o ritual tradicional de queima de hereges. Mas, claro, o Conselho municipal recusou o argumento de Calvino. Farel visitou Calvino durante a execução. Calvino estava tão transtornado, como foi mais tarde comunicado, que Farel partiu sem mesmo dizer adeus.
11. A execução de Serveto foi aprovada por todas as demais cidades-estados reformadas e por todos os reformadores. Lutero e Zwinglio já haviam morrido, mas certamente haveriam concordado. O próprio Lutero havia consentido na execução de camponeses revoltosos. Os demais, Bullinger, Beza, Bucer, etc., todos deram apoio irrestrito a Calvino.
Estes são alguns fatos que devemos lembrar antes de chamarmos Calvino de “assassino”. A propósito, durante este mesmo período trinta e nove hereges foram queimados em Paris, vítimas da Inquisição católica, que estava sendo aplicada com rigor na Espanha, Itália e outras partes de Europa. Apesar do fato de que muitos que não eram ortodoxos buscaram (e encontraram) refúgio em Genebra, fugindo das autoridades católicas, Serveto foi o único herege a ser queimado naquela cidade durante a distinta carreira de Calvino.
Até mesmo os judeus foram convidados pelas cidades-estados reformadas para se abrigarem nelas, fugindo da Inquisição. O puritano Oliver Cromwell, líder do Parlamento inglês por um período, mais tarde tornou a Inglaterra um abrigo seguro para os dissidentes religiosos, e especialmente para os judeus. O mesmo ocorreu nos Países Baixos (atual Holanda). E mesmo hoje, Genebra e Estrasburgo, outrora reformadas, figuram no topo da lista como cidades que se destacam em termos de direitos humanos e relações internacionais.
O que muitos ignoram é que Calvino era um pastor atencioso, que visitava pacientes terminais de doenças contagiosas no hospital que ele mesmo havia estabelecido, embora fosse advertido dos perigos de contágio. Foi ele quem instou o Conselho a afiançar empréstimos a baixos juros para os pobres. Foi ele quem defendeu a educação universal e gratuita para todos os habitantes da cidade, como Lutero e outros reformadores tinham feito. Sua preocupação diária em 1541 era como dar a Genebra uma universidade.
Eis aí o famoso “tirano de Genebra”! Penning escreve que, no fim da vida de Calvino, ao ser visto nas ruas da cidade, os moradores diziam: “Lá vai o nosso mestre Calvino”. Em 10 de março de 1564, o Conselho decretou um dia de oração pela saúde de Calvino e o reformador recuperou-se durante um tempo. Na Páscoa desse ano, Calvino foi levado à igreja carregado em sua cadeira para participar da Ceia do Senhor, devido ao seu extremo estado de fraqueza. Quando a enorme congregação o viu chegar assim, começou a lamentar-se e a chorar. No sábado, 27 de maio, Calvino morreu aos cinqüenta e cinco anos de idade. Quando à noite as notícias da sua morte se espalharam pela cidade, “Genebra lamentou-se como uma nação lamenta quando perde seu benfeitor”, escreve Penning.
A execução de Serveto permanece como uma mancha na história da distinta carreira de Calvino em Genebra. Usá-la, porém, para denegrir sua imagem, para atacar a sua teologia e para envergonhar os calvinistas, é expediente preconceituoso de quem não deseja ver todos os fatos.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Série CULTURA NÃO OCUPA ESPAÇO: 003 - COLETIVOS EM LÍNGUA PORTUGUESA
CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA
COLETIVOS
Um substantivo coletivo designa, em gramática, um conjunto de objetos da mesma espécie. Em muitos casos, pode haver mais de um coletivo, dependendo da condição dos objetos.
Definição. O substantivo coletivo é a palavra que define o conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie.
Sinonímia: 1. Coleção. 2. Reunião de coisas ou seres.
Antonímia: 1. Componente único. 2. Indivíduo. 3. Particularidade.
Etimologística. O termo substantivo vem do idioma latim, substantivus, e surgiu em 1540. O termo coletivo também vem do idioma latim, collectivus, e surgiu em 1671.
Intrafisicologia. Segundo a Intrafisicologia, existem vários exemplos de subtantivos coletivos que merecem reflexão. Eis alguns:
COLETIVOS
Definição. O substantivo coletivo é a palavra que define o conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie.
Sinonímia: 1. Coleção. 2. Reunião de coisas ou seres.
Antonímia: 1. Componente único. 2. Indivíduo. 3. Particularidade.
Etimologística. O termo substantivo vem do idioma latim, substantivus, e surgiu em 1540. O termo coletivo também vem do idioma latim, collectivus, e surgiu em 1671.
Intrafisicologia. Segundo a Intrafisicologia, existem vários exemplos de subtantivos coletivos que merecem reflexão. Eis alguns:
- 01. Acervo: bens, coisas, obras. Ideal: acervo subjetivo = autoconhecimento, talentos pessoais.
- 02. Biblioteca: livros.
- 03. Código: leis.
- 04. Filmoteca: filmes.
- 05. Galeria: quadros, estátuas.
- 06. Hemeroteca: jornais, revistas.
- 07. Mapoteca: mapas.
- 08. Prole: filhos.
- 09. Repertório: peças teatrais, músicas.
- 10. Tertúlia: reunião de amigos intelectuais.
Abecedário ou alfabeto - de letras distintas que representam fonemas em um determinado idioma.
Abelha - enxame, cortiço, colméia
Abelhas - colméia / enxame / cortiço
Abotoadura - botão de qualquer peça de vestuário
Abutre - bando
Abutres - bando
Acervo - de quadros
Acompanhante - comitiva, cortejo, séqüito
Acompanhantes - comitiva / cortejo / séqüito
Alameda - árvore em linha
Álbum - de fotografias, de figurinhas
Alcatéia - de lobos
Alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
Alhos / cebolas - réstia
Aluno - classe
Alunos - classe
Amigo - (quando em assembléia) tertúlia
Amigos - (em assembléia) tertúlia
Andecamestre - onze meses
Animais (de corte) - gado
Animais (de raça, para reprodução) - plantel
Animais (de uma região) - fauna
Animais (em geral) - piara / pandilha
Animais de carga tropa (se inferior a 10) - lote
Animais ferozes - alcatéia
Animal - (em geral) piara, pandilha, (todos de uma região) fauna, (manada de cavalgaduras) récua, récova, (de carga) tropa, (de carga, menos de 10) lote, (de raça, para reprodução) plantel, (ferozes ou selvagens) alcatéia
Anjo - chusma, coro, falange, legião, teoria
Anjos - chusma / coro / falange / legião / teoria
Apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental
Apetrechos profissionais - ferramenta / instrumental
Aplaudidor - (quando pagos) claque
Aplaudidores pagos - fauna
Arcabuzeiro - batalhão, manga, regimento
Arcabuzeiros - batalhão / manga / regimento
Argumento - carrada, monte, montão, multidão
Arma - (quando tomadas dos inimigos) troféu
Navios de Guerra - Armada, esquadra, frota
Armas tomadas do inimigo - troféu
Arquipélagos - de ilhas agrupadas em uma mesma região
Arroz - batelada
Artigo - (quando heterogêneo) mixórdia
Artista - (quando trabalham juntos) companhia, elenco
Artistas cênicos (atores / atrizes) - elenco / grupo
Árvore - (quando em linha) alameda, carreira, rua, souto, (quando constituem maciço) arvoredo, bosque, (quando altas, de troncos retos a aparentar parque artificial) malhada
Arvoredo - árvore quando constituem maciço
Árvores - aléia / alameda / arvoredo / fileira / renque
Asneira - acervo, chorrilho, enfiada, monte
Asneiras - chorrilho / enfiada
Asno - manada, récova, récua
Asnos - manada / récova / récua
Assassino - choldra
Assassinos - choldra / choldraboldra
Assistente - assistência
Assistentes - assistência
Astro - (quando reunidos a outros do mesmo grupo) constelação
Astros constelação
Atlas - de mapas
Ator - elenco
Autógrafo - (quando em lista especial de coleção) álbum
Ave - (quando em grande quantidade) bando, nuvem
Aves bando / revoada
Avião - esquadrão, esquadria, flotilha
Aviões esquadrilha / esquadrão / flotilha
Baixela - de utensílios de mesa
Bala - saraiva, saraivada
Balas - saraiva / saraivada
Bambus - moita
Bananas - penca
Banda - de instrumentistas tocando a mesma peça, desde que não haja instrumentos de cordas.
Bandeira - (de marinha) mariato
Bandidos - malta / choldra
Bando - de pássaros ou aves
Bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba
Bandoleiros - caterva / corja / horda / malta / súcia / turba
Batalhão - legião, pelotão, tropa - de soldados de uma determinada repartição.
Bêbado - corja, súcia, farândola
Bêbados - corja / súcia / farândola
Biblioteca - de livros organizados em prateleiras
Biênio - dois anos
Bimestre - dois meses
Bispos - sínodo / concílio
Boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa
Boiada - de bois
Bois / vacas manada / abesana / armento / cingel / horda / jugada / jugo / junta / ponta de gado / rebanho
Bomba - bateria
Bombas - bateria
Borboleta - boana, panapaná
Borboletas - panapaná / boana
Bosque - floresta, mata - de árvores
Botão - (de qualquer peça de vestuário) abotoadura, (quando em fileira) carreira
Botões de vestuários - abotoadura / carreira (quando enfileirados)
Brinquedo - choldra
Brinquedos choldra
Bruxas - conciliábulo
Bugio - capela
Bugios capela
Burro - (em geral) lote, manada, récua, tropa, (quando carregado) comboio
Burros / jumentos tropa / grupo / lote / manada / récova / récua / comboio (quando carregados)
Busto - (quando em coleção) galeria
Bustos de uma coleção - galeria
Cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, madeixa, (conforme a separação) marrafa, trança
Cabelos (de acordo com a separação) trança / marrafa
Cabelos (em geral) chumaço / madeixa
Cabo - cordame, cordoalha, enxárcia
Cabos - cordoalha / cordame / enxárcia
Cabra - fato, malhada, rebanho
Cabras - fato
Cacho - de frutas, quando reunidas sob um mesmo talo.
Cadeira - (quando dispostas em linha) carreira, fileira, linha, renque
Cadeiras (alinhadas) fila / carreira / linha / renque
Cães - adua / cainçalha / canzoada / matilha
Cáfila - de Camelos (quando enfileirados)
Cálice - baixela
Câmaras - congresso / assembléia
Cameleiro - caravana
Cameleiros - caravana
Camelo - (quando em comboio) cáfila
Camelos - cáfila / récua
Caminhão - frota
Caminhôes - frota
Camundongo - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
Camundongos - ninhada
Canção - (quando reunidas em livro) cancioneiro, (quando populares de uma região) folclore
Canhão - bateria
Canhões - bateria
Cantilena - salsada
Cantilenas- salsada
Cantores - coro
Canzoada - de cães
Cão - adua, cainçalha, canzoada, chusma, matilha
Capim - feixe, braçada, paveia
Caranguejos - cambada
Caravana - de viajantes em uma mesma viagem
Cardeais (em geral) - sacro colégio
Cardeais (reunidos para eleger o papa) - conclave
Cardeais (reunidos sob a direção do Papa) - consistório
Cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) conclave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório
Cardume - de peixes
Carneiro - chafardel, grei, malhada, oviário, rebanho
Carro - (quando unidos para o mesmo destino) comboio, composição, (quando em desfile), corso .
Carta - (em geral) correspondência, (quando manuscritas em forma de livro) cartapácio, (quando geográficas) atlas
Cartas - escrínio
Casa - (quando unidas em forma de quadrados) quarteirão, quadra.
Castanha - (quando assadas em fogueira) magusto
Cavalariano - (de cavalaria militar) piquete
Cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tropel
Cavalgadura - cáfila, manada, piara, récova, récua, tropa, tropilha
Cavalgaduras - récua
Cavalo - manada, tropa
Cavalos - tropa
Cebola - (quando entrelaçadas pelas hastes) cambada, enfiada, réstia
Cédula - bolada, bolaço
Célula - (quando diferenciadas igualmente) tecido
Cereais - batelada
Cereal - (em geral) fartadela, fartão, fartura, (quando em feixes) meda, moréia
Chave - (quando num cordel ou argola) molho penca
Chaves - molho
Choldra - de malandros
Cigano - bando, cabilda, pandilha
Cliente - clientela, freguesia
Coisa - (em geral) coisada, coisarada, ajuntamento, chusma, coleção, cópia, enfiada, (quando antigas e em coleção ordenada) museu, (quando em lista de anotação) rol, relação, (em quantidade que se pode abranger com os braços) braçada, (quando em série) seqüência, série, seqüela, coleção, (quando reunidas e sobrepostas) monte, montão, cúmulo
Coluna - colunata, renque
Conclave - de cardeais reunidos para eleger o papa
Cônego - cabido
Cónegos cabido
Congregação - professores de faculdade
Consistório - de cardeais reunidos para prestar assistência ao papa
Constelação - de estrelas em uma mesma região, às quais se associa uma figura mitológica.
Conta - (quando miúdas) conta, miçanga
Copo - baixela
Corda - (em geral) cordoalha, (quando no mesmo liame) maço, (de navio) enxárcia, cordame, massame, cordagem
Cordilheira, serra - de montanhas enfileiradas (dependendo do tamanho das montanhas e da extensão)
Corpo docente - professores de estabelecimento primário e secundário
Correia - (em geral) correame, (de montaria) apeiragem
Credor - junta, assembléia
Crença - (quando populares) folclore
Crente - grei, rebanho
Década - dez anos
Decamestre - dez meses
Demónios - legião
Depredador - horda
Deputado - (quando oficialmente reunidos) câmara, assembléia
Desordeiro - caterva, corja, malta, pandilha, súcia, troça, turba
Desordeiros - caterva
Diabo - legião
Dinheiro - bolada, bolaço, disparate
Disco - discoteca
Discoteca - de disco
Disparate - apontoado
Doze - (coisas ou animais) dúzia
Ébrio - v bêbado
Égua - v cavalo
Elefante - manada
Elefantes - armento
Elenco - de atores, de artistas
Empregado - (quando de firma ou repartição) pessoal
Enxame - de abelhas
Erro - barda
Escola - (quando de curso superior) universidade
Escola - de cetáceos
Escravo - (quando da mesma morada) senzala, (quando para o mesmo destino) comboio, (quando aglomerados) bando
Escrito - (quando em homenagem a homem ilustre) poliantéia, (quando literários) analectos, antologia, coletânea, crestomatia, espicilégio, florilégio, seleta
Espectador - (em geral) assistência, auditório, concorrência, (quando contratados para aplaudir) claque
Espectadores - auditório
Espiga - (quando atadas) amarrilho, arregaçada, atado, atilho, braçada, fascal, feixe, gavela, lio, molho, paveia
Esquadrilha - de aviões
Estaca - (quando fincadas em forma de cerca) paliçada
Estado - (quando unidos em nação) federação, confederação, república
Estampa - (quando selecionadas) iconoteca, (quando explicativas) atlas
Estátua - (quando selecionadas) galeria
Estátua - galeria
Estrela - (quando cientificamente agrupadas) constelação, (quando em quantidade) acervo, (quando em grande quantidade) miríade
Estrelas - constelação / plêiade
Estudante - (quando da mesma escola) classe, turma, (quando em grupo cantam ou tocam) estudantina, (quando em excursão dão concertos) tuna, (quando vivem na mesma casa) república
Estudantes - turma
Examinadores - banca
Exemplos - exemplário
Exército - de soldados
Exploradores - bandeira
Facínora - caterva, horda, leva, súcia
Família - parentes em geral
Farandula - mendigos
Fato - de cabras
Fauna - de animais de uma região
Fazenda - (quando comerciáveis) sortimento
Feijão - (quando comerciáveis) batelada, partida
Feiticeiro - (quando em assembléia secreta) conciliábulo
Feno - braçada, braçado
Filhote - (quando nascidos de uma só vez) ninhada
Filme - filmoteca, cinemoteca
Fio - (quando dobrado) meada, mecha, (quando metálicos e reunidos em feixe) cabo
Flecha - (quando caem do ar, em porção) saraiva, saraivada
Flor - (quando atadas) antologia, arregaçada, braçada, fascículo, feixe, festão, capela, grinalda, ramalhete, buquê, (quando no mesmo pedúnculo) cacho
Flora - de plantas de uma região
Flores ramalhete / braçada / ramo
Foguete - (quando agrupados em roda ou num travessão) girândola
Força naval - armada
Força terrestre - exército
Formiga - cordão, correição, formigueiro
Formigas - correição
Frade - (quando ao local em que moram) comunidade, convento, (quanto ao fundador ou quanto às regras que obedecem) ordem
Frase - (quando desconexas) apontoado
Freguês - clientela, freguesia
Fruta - (quando ligadas ao mesmo pedúnculo) cacho, (quanto à totalidade das colhidas num ano) colheita, safra
Fumo - malhada
Gafanhoto - nuvem, praga
Gafanhotos - nuvem
Garoto - cambada, bando, chusma
Gato - cambada, gatarrada, gataria
Gente - (em geral) chusma, grupo, multidão, (quando indivíduos reles) magote, patuléia, poviléu
Girândola - de fogos de artifício
Grão - manípulo, manelo, manhuço, manojo, manolho, maunça, mão, punhado
Graveto - (quando amarrados) feixe
Gravura - (quando selecionadas) iconoteca
Habitante - (em geral) povo, população, (quando de aldeia, de lugarejo) povoação
Herói - falange
Heróis falange
Hiena - alcatéia
Hino - hinário
Ilha - arquipélago
Ilhas - arquipélago
Imigrante - (quando em trânsito) leva, (quando radicados) colônia
Índio - (quando formam bando) maloca, (quando em nação) tribo
Inseto - (quando nocivos) praga, (quando em grande quantidade) miríade, nuvem, (quando se deslocam em sucessão) correição