"A lição mais difícil prevalece sobre uma mais fácil."
Sempre é mais explicável que o escriba ou o tradutor tenha procurado simplificar um texto difícil...
Lectio difficilior: lição atestada (ou conjectura) que se distinga de todas as outras lições atestadas (ou de todas as outras conjecturas) por causa do seu grau de dificuldade ou raridade do ponto de vista morfológico, semântico ou lexical. É um dos critérios do usus scribendi usados na selectio. O editor crítico tenderá a preferir a lectio difficilior, dado entender-se que deverá estar mais próxima do original, pois se pressupõe que, por ser rara e difícil, os copistas a tenham reproduzido com mais atenção, havendo tendência para conservá-la na tradição. No entanto, Fränkel aconselha alguns cuidados na adopção do critério da lectio difficilior: «o que é realmente plausível: que a lição estranha, porque mais difícil, se corrompeu numa mais fácil, ou que, pelo contrário, a lição estranha é difícil porque corrompida?».
Lectio facilior: lição errada resultante da reinterpretação de uma lição menos comum por analogia com outra mais comum e que lhe é semelhante na forma. Por exemplo, eteridade > eternidade.
Assim, em Êxodo 32:34 (TM), temos "para aquilo que te disse; já, na LXX, temos "para o lugar que te disse". Neste caso, o TM é preferível como lição mais difícil, e parece que a LXX acrescentou "o lugar" para tornar mais clara a ordem do Senhor.
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